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Política

Caiado cobra reação do governo federal contra tarifaço dos Estados Unidos

Goiás oferecerá apoio aos empresários | 24.07.25 - 15:58 Caiado cobra reação do governo federal contra tarifaço dos Estados Unidos Governador Ronaldo Caiado e André Rocha, presidente da Fieg (Foto: Wesley Costa)
A Redação 

Goiânia - 
Governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União) afirmou que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem ignorado as consequências para os estados e municípios da tarifa de 50% imposta pelos EUA aos produtos brasileiros com início previsto para agosto. O chefe do Executivo goiano cobrou resultados das negociações diplomáticas e disse que o presidente deve ter a noção da liturgia do cargo e sentar com o presidente Donald Trump para conversar”. “Tem que dizer: ‘olha, nós somos parceiros, nós queremos desenvolver a economia do meu país’. Este é o nível de discussão que se espera de um presidente da República”, acrescentou.
 
Caiado ressaltou que países como Japão, Indonésia e o bloco da União Europeia já conseguiram renegociar suas condições comerciais, enquanto o Brasil segue inerte, a apenas oito dias de a taxa entrar em vigor, em 1º de agosto. Caiado deixou claro que é “100% contrário ao tarifaço” e revelou que a crise o levou a antecipar sua volta ao Brasil, interrompendo uma missão oficial no Japão.
 
Desde a última quarta-feira (23/7), o Governo de Goiás tem se articulado com o setor produtivo em busca de alternativas. Em uma série de reuniões, já foram ouvidas as demandas de representantes dos segmentos sucroenergético, de saúde e agroindustrial. O Estado também fez uma solicitação ao atual presidente do Fórum Nacional de Governadores, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, para a realização de uma reunião do colegiado.
 
Goiás foi o primeiro estado brasileiro a anunciar medidas emergenciais para mitigar os impactos da crise comercial entre Brasil e Estados Unidos. O Fundo de Equalização do Empreendedor (Fundeq) oferece subsídios para o pagamento de encargos em operações de crédito. Já o Fundo Creditório possibilitará a abertura de uma nova linha de crédito, a partir de créditos de ICMS, com expectativa de disponibilizar R$ 628 milhões em recursos.
 
O governador goiano alertou que uma eventual retaliação brasileira, defendida por setores do governo federal, pode agravar ainda mais o cenário. “Se nós aplicarmos a reciprocidade, ainda vai piorar mais a vida dos brasileiros. O presidente está blefando”, criticou. Caiado enfatizou os riscos humanitários de incluir o setor de saúde nas sanções. “Solicitei que a saúde fosse excluída, até por uma questão humanitária”, disse, apontando que muitos insumos e equipamentos hospitalares vêm dos Estados Unidos.
 
Em Goiás, devem ser especialmente afetadas as produções de carne, couro, minérios, citricultura, açúcar orgânico e tilápia. “As consequências vão repercutir principalmente na cadeia de carnes. A arroba, que chegou a R$ 320, caiu para R$ 270. Isso afeta confinadores, produtores de ração e toda a cadeia de comercialização”, disse Caiado. E completou: “Tudo isso atinge a vida das pessoas. São mais de 380 milhões de dólares da economia goiana ameaçados”, afirmou.
 
Reunião
Pouco antes da entrevista, na manhã de quarta-feira (24/7), o governador comandou a quinta reunião com o setor produtivo, desta vez com representantes da cadeia sucroenergética. Na ocasião, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), André Rocha, destacou a liderança goiana na produção de açúcar orgânico. “Goiás é o maior produtor nacional de açúcar orgânico. Produzimos esse açúcar especial que começou lá na Jales Machado, em Goianésia, e também é feito em Goiatuba, pela Goiasa”.
 
Representando a companhia Jales Machado, o empresário Henrique Pena explicou que, somando a nova tarifa de 50% aos já existentes US$ 357 por tonelada, o açúcar orgânico brasileiro passará a pagar 98% em tributos para entrar nos EUA, enquanto concorrentes como a Colômbia devem pagar 58% — ou até menos, em casos de acordos bilaterais. “Devemos perder mais ou menos aí 40% da demanda que a gente exporta anualmente para os Estados Unidos”, concluiu.
 

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