A Redação
Goiânia - Goiânia foi palco, nesta segunda-feira (28/7), do lançamento do projeto “Mobilidade em Foco: Aprimoramento do Sistema Nacional de Informações de Mobilidade Urbana (Simu)”, iniciativa do Ministério das Cidades em parceria com a Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com apoio da Fecomércio-GO. A proposta é criar uma estrutura unificada e automatizada para coleta, padronização e compartilhamento de dados no transporte coletivo no Brasil, tomando como referência boas práticas já adotadas na capital, que é a única entre as 14 cidades-piloto com abordagem metropolitana.
Presidente da Comissão de Mobilidade Urbana da FNP, o prefeito de Goiânia, Sandro Mabel, ressaltou o ineditismo local. “Inicialmente, a proposta do projeto é padronizar e automatizar a coleta de dados sobre transporte coletivo, permitindo decisões mais inteligentes e o direcionamento preciso de recursos federais. Estamos saindo do modelo manual para o digital, algo que Goiânia já pratica com excelência. Sincronizamos semáforos, reorganizamos vias, metronizamos linhas e modernizamos a frota do transporte coletivo. Tudo isso virou referência e está sendo observado pelo país inteiro”, destacou Mabel.
A capital se destaca ainda por contar com um sistema unificado de gestão, com tarifa integrada e dados em tempo real. De acordo com o prefeito, a cidade passou na frente de muitas capitais ao investir em soluções estruturantes. “A sincronização e liberação de 36 corredores, como nas avenidas Castelo Branco e 24 de Outubro, têm resolvido problemas de trânsito. A cidade está implementando um sistema binário em pontos importantes como nas avenidas Anhanguera e Progresso. Vamos chegar a toda a cidade até o meio do ano que vem. A metronização, que aumentou a velocidade dos ônibus em até 30%, já é um sucesso e está chamando a atenção de todos que vêm conhecer de perto. Estamos criando uma cidade automatizada, sincronizada, e principalmente, com foco no transporte coletivo como prioridade”, afirmou.
O evento reuniu autoridades nacionais, secretários, dirigentes municipais e técnicos da área. Para o secretário-executivo da FNP, Gilberto Perre, o Brasil precisa seguir o exemplo de Goiânia. “O país não sabe quantos ônibus rodam, quantos passageiros são transportados, qual a idade da frota. Precisamos monitorar os ônibus em tempo real, assim como é feito com os aviões, verificando até o conforto dos passageiros. Sem esses dados, o país não sabe informações básicas sobre o transporte público. A cooperação entre governo central, regionais e locais é um ponto fundamental. Goiânia está de parabéns pela gestão do prefeito Sandro Mabel, que avançou na estruturação da informação. Agora, precisamos levar isso para o restante do país”, afirmou.
Mais de 550 mil pessoas utilizam o transporte público por dia em Goiânia, que tem apresentado um desempenho melhor que antes da pandemia. Segundo o secretário municipal de Engenharia de Trânsito, Tarcísio Abreu, o novo Simu nasce inspirado no modelo goianiense. “Goiânia já tem um sistema digitalizado, com dados em tempo real. Hoje conseguimos comprovar que há uma demanda superior a 100% de passageiros, se compararmos com o período pré-pandemia. Ou seja, nós estamos com uma performance melhor do que tinha na pandemia e isso só é possível com dados confiáveis. O que estamos propondo é expandir esse padrão para todo o Brasil”, pontuou.
O presidente da Fecomércio-GO, Marcelo Baiocchi, também elogiou a parceria da gestão municipal com o setor produtivo. “Muito do que está sendo feito em Goiânia é fruto do diálogo com as entidades empresariais. Onde há transporte coletivo digno, há mobilidade urbana de verdade. Isso impacta diretamente o comércio. Às vezes, precisamos abrir mão de estacionamento na porta da loja, mas ganhamos fluxo, acessibilidade e clientes”, destacou.
Ainda durante o evento, Mabel apresenta o painel “Boas práticas e programa Nova Mobilidade: Goiânia”, onde detalha as intervenções feitas na cidade. Com o apoio técnico do Ministério das Cidades e do IBGE, e investimento previsto de R$ 6 milhões, o projeto será levado para outras cidades como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza, Salvador, Curitiba, Florianópolis, Belém, Manaus, João Pessoa, Campinas, Contagem, Uberlândia e Campina Grande. A expectativa é que o modelo goianiense sirva como base para a construção de um banco de dados nacional que possa orientar políticas públicas e investimentos com base em evidências concretas.