A Redação
Goiânia - Em nota técnica, a Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) avaliou como excessivamente restritiva a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa Selic em 15%. A entidade argumenta que, apesar dos sinais de desaceleração da inflação e estabilidade nas expectativas econômicas, o Banco Central mantém juros elevados, o que fragiliza a justificativa técnica da medida e gera impactos negativos sobre a indústria brasileira.
Confira a nota:
Na prática, esse patamar tem imposto obstáculos significativos ao crescimento da atividade produtiva. Indústrias de capital intensivo e exportadoras, em especial, relatam cada vez mais dificuldades para acessar crédito, financiar a modernização de seus processos ou expandir sua presença em novos mercados. O custo do dinheiro, nesse contexto, torna-se um entrave real à competitividade e mina a confiança necessária para sustentar investimentos de médio e longo prazo.
Esse quadro ganha contornos ainda mais preocupantes diante da possibilidade da implementação do tarifaço americano, cujos efeitos sobre os produtos brasileiros podem elevar os custos em 50%. Trata-se de um fator de pressão adicional sobre a balança comercial e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), em um momento em que a indústria precisa de fôlego para reagir.
Neste contexto, é necessário olhar para além dos modelos e gráficos. Empresas, empregos e projetos estão sendo colocados em compasso de espera, à espera de um sinal de alívio. É tempo de considerar uma reorientação responsável da política monetária. A redução gradual da Selic, aliada a medidas de coordenação econômica, pode atuar como uma resposta estratégica para mitigar choques externos, reativar o dinamismo produtivo e garantir condições mais justas de competitividade ao parque industrial brasileiro.
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