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Eleições 2026

Forças políticas de Goiás ajustam estratégias a 1 ano das convenções

Lideranças têm diferentes missões | 02.08.25 - 08:00 Forças políticas de Goiás ajustam estratégias a 1 ano das convenções DANIEL VILELA, MARCONI PERILLO, ADRIANA ACCORSI E WILDER MORAIS (FOTOS: DIVULGAÇÃO)

Samuel Straioto

Goiânia - Faltando exatamente um ano para o período das convenções partidárias (20 de julho a 5 de agosto de 2026), as principais forças políticas de Goiás se movimentam para definir candidatos, montar alianças e consolidar chapas competitivas. O prazo exige definições estratégicas urgentes dos partidos, que precisam resolver indefinições sobre vices, composições e transferências de legendas antes das disputas eleitorais.
 
“Agora é o momento das forças políticas iniciarem as conversas para verificar quais são as possibilidades de alianças que vão ser construídas”, analisa o cientista político Pedro Pietrafesa. O cenário estadual se desenha com, pelo menos, quatro polos distintos disputando espaço político.
 
Situação
O vice-governador Daniel Vilela (MDB) desponta como favorito natural, segundo cientistas políticos, à sucessão de Ronaldo Caiado (União), que anunciou que buscará a Presidência da República. O nome de Daniel já vinha sendo trabalhado desde sua escolha como vice na reeleição de 2022.

Pré-candidatura de Caiado ao Planalto projeta Daniel Vilela em Goiás
Daniel Vilela e Ronaldo Caiado (Foto: Jota Eurípedes)
 
“Toda a construção foi feita para que o Daniel Vilela seja o cabeça de chapa”, analisa Pietrafesa. O principal desafio será montar uma composição sem causar dispersão na ampla base governista, definindo vice e nome ao Senado. O papel de Caiado como articulador será fundamental. “A decisão dele, o respaldo que ele dê para o próprio nome do Daniel Vilela vai ser importante para que não haja nenhum tipo de dispersão do seu campo político”, avalia o cientista político.
 
Diante da antecipação do debate eleitoral em Goiás, o vice-governador Daniel Vilela (MDB) tem reforçado a importância da coesão dentro da base aliada do governo estadual. Em meio às movimentações de partidos e lideranças regionais, ele tem participado de conversas internas com o objetivo de preservar o alinhamento político e manter o foco nas ações da gestão até o fim do mandato.
 
Com interlocução direta entre o Palácio das Esmeraldas e os partidos que compõem a base, Vilela tem defendido o diálogo como instrumento para reduzir ruídos e preservar a confiança entre os aliados. Ele também tem citado a importância de valorizar os apoios construídos nos últimos anos e garantir estabilidade política no processo de transição entre agendas administrativas e decisões eleitorais.
 
“A unidade se constrói com diálogo permanente, respeito à trajetória dos aliados e compromisso com um projeto que já mostrou resultados concretos para a população. Tenho procurado exercer esse papel com responsabilidade, reunindo a experiência que adquiri ao longo da minha vida pública — como vereador, deputado estadual, deputado federal, presidente do MDB em Goiás e, agora, como vice-governador. Essa vivência me dá maturidade para ouvir, construir consensos e manter a base unida. É hora de intensificar as entregas, valorizar quem caminhou junto e manter um ambiente de confiança, porque a força do nosso projeto está justamente na coesão e na continuidade do trabalho que transformou Goiás”, afirmou.
 
Daniel tem ganhado protagonismo na gestão desde que assumiu a vice-governadoria no início da segunda gestão de Caiado, em 2023. A tendência, assim como já ocorre desde o fim do último ano, é que Daniel ganhe ainda mais destaque, visando a sucessão do governo estadual em 2026. 

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Daniel Vilela (Foto: André Saddi)

Em outra recente entrevista ao jornal A Redação, Daniel reforçou seu alinhamento com Caiado. "Há a expectativa de que, nos moldes do que fizemos nos últimos dois anos, o governador nos delegue novas missões e nos coloque à frente de iniciativas que visem melhorar ainda mais a qualidade de vida dos goianos. O espaço que ele me deu neste segundo mandato permitiu-me conhecer de perto a gestão e seu estilo de administrar. Só tenho a agradecê-lo por tamanha confiança e parceria", afirmou. 
 
Missões
Entre as principais tarefas da base governista para o próximo ano está a definição estratégica do vice na chapa e a escolha de nomes competitivos para o Senado. A seleção do nome para o posto de vice-governador envolve cálculos políticos complexos que incluem representatividade regional, equilíbrio entre diferentes grupos aliados e a capacidade de ampliar a base eleitoral sem provocar divisões internas.
 
A base governista avalia perfis diversos para a vaga de vice, desde lideranças consolidadas no Legislativo estadual até representantes do setor do agronegócio, passando por gestores com experiência administrativa e até nomes com penetração política no Entorno do Distrito Federal. Cada opção carrega vantagens específicas: influência parlamentar, conexão com setores econômicos estratégicos, expertise em gestão pública ou capacidade de conquistar regiões onde a base precisa se fortalecer.
 
A missão se torna ainda mais delicada pela necessidade de evitar rachas que possam resultar em candidaturas independentes ao Senado. O grupo governista precisa acomodar diferentes ambições políticas e garantir que nomes preteridos para a vaga de vice não busquem alternativas que dividam votos da base, repetindo episódios passados que beneficiaram a oposição.
 
A estratégia envolve também equilibrar a representação partidária entre MDB e União Brasil, principais legendas da coalizão governista, assegurando que ambos os partidos se sintam contemplados na composição final das chapas majoritárias.
 
Oposição
Recém-eleita presidente estadual do PT, a deputada federal Adriana Accorsi projeta crescimento partidário aproveitando o momento nacional favorável ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O partido dobrou sua bancada federal na última eleição e aumentou a representação estadual.
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Adriana Accorsi  (Foto: Letícia Coqueiro)
 
“Queremos aumentar pelo menos mais um deputado federal e, pelo menos, mais dois deputados estaduais”, afirma Accorsi. A estratégia inclui fortalecer diretórios em todos os municípios e trabalhar pela reeleição presidencial. “Vamos chegar ao processo eleitoral muito mais forte e com ampla possibilidade de vitória”, projeta a deputada, citando pesquisas recentes que mostram crescimento da aprovação de Lula.
 
Para as disputas majoritárias estaduais, Pietrafesa sugere que o PT pode optar por “compor com outros partidos esse vice de alguma chapa, ou lançar um nome” diferente das lideranças consolidadas, priorizando as cadeiras legislativas.
 
Centro democrático
O ex-governador Marconi Perillo (PSDB), que preside a legenda no País, trabalha na reorganização do centro democrático, mesmo enfrentando desgastes eleitorais após derrotas consecutivas. Ele confirma estar “avaliando” nova candidatura, mas garante que “o PSDB terá candidato a governador”.
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Marconi Perillo (Foto: Letícia Coqueiro)
 
Paralelo às discussões locais, Perillo também trabalha na reorganização do PSDB nacional, enfraquecido após a intensificação Lula – Bolsonaro. “Continuamos conversando com diversos partidos para organizar o centro democrático. O PSDB chegará muito forte nas eleições de 2026”, afirma Perillo, que busca formar nova federação partidária.
 
O cientista político Pedro Pietrafesa reconhece a influência do tucano. “Ainda é um nome muito lembrado pela população do Estado”, mas ressalta dificuldades. “O PSDB está num momento de crise e a hegemonia que exerce o grupo do Ronaldo Caiado hoje é muito grande”.
 
Indefinições
O Partido Liberal, comandado no Estado pelo senador Wilder Morais, mantém indefinição estratégica sobre lançar candidatura própria ou compor com o grupo governista. A decisão pode ser influenciada pelo destino político de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal.
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Wilder Morais (Foto: Ludymila Siqueira)
 
“Há um desejo do Wilder Morais de manter a candidatura própria, porque acreditam que teriam forças de chegar no segundo turno”, explica Pietrafesa, destacando a força eleitoral bolsonarista no Estado. A definição pode ficar para setembro ou outubro, quando se espera decisão sobre os processos envolvendo Bolsonaro. “A partir disso, essas estratégias serão mais consolidadas”, projeta o cientista político.
 
Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa de Wilder Morais informou que ele não concederia entrevista para comentar sobre o assunto.
 

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