Adriana Marinelli
Goiânia - O senador Wilder Morais, presidente do Partido Liberal em Goiás, classificou como “injusta e claramente política” a prisão domiciliar imposta ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A medida foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na segunda-feira (4/8), um dia após as manifestações em apoio ao ex-presidente, realizadas em diversas cidades do país, incluindo Goiânia.
Wilder participou do ato na capital goiana no domingo (3), e avaliou que os protestos mostraram a força do movimento bolsonarista. “As manifestações deste fim de semana, em todo o Brasil, mostraram a força da Direita e a unidade em torno de Bolsonaro”, afirmou o senador em publicação nas redes sociais.
Em sua decisão, Moraes impôs novas medidas cautelares ao ex-presidente, além das já existentes. A prisão domiciliar foi decretada por tempo indeterminado após filhos de Bolsonaro publicarem nas redes sociais mensagens de agradecimento atribuídas ao pai, o que, segundo Moraes, violaria as restrições anteriores.
“A prisão domiciliar imposta ao nosso presidente Bolsonaro, sem que ele tenha participado de qualquer ato, é injusta e claramente política”, destacou Wilder. “Seguiremos firmes na defesa da liberdade e da democracia”, completou o senador.
Com a nova decisão, Bolsonaro está proibido de receber visitas sem autorização do STF e de usar celular. Apenas seus advogados e familiares que vivem na mesma residência, como Michelle Bolsonaro e a filha do casal, podem manter contato com ele. Os visitantes autorizados estão proibidos de usar celular, tirar fotos ou gravar imagens.
Entre as cautelares já em vigor desde o mês passado, estão a proibição de contato com autoridades estrangeiras, o uso de redes sociais (direta ou indiretamente) e a aproximação de embaixadas.
O ex-presidente é investigado em ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado, com julgamento previsto para o próximo mês. Também responde por suposto envio de recursos via Pix para financiar a estadia de seu filho Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, durante articulações com aliados do ex-presidente Donald Trump.