Ludymila Siqueira
Goiânia – Números do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), embasados pela Base Nacional de Dados do Poder Judiciário (DataJud), mostram que o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) é o 7º com maior número de novos processos relacionados a medidas protetivas. Durante os seis primeiros meses do ano, foram registrados 24.383 pedidos judiciais, um aumento de 11,61% em comparação com o mesmo período do ano passado, que teve 21.846 solicitações.
Dados DataJud, Conselho Nacional de Justiça (CNJ)
Do total de solicitações de medidas protetivas entre janeiro a junho deste ano, 13.333 foram concedidas. O número representa 10,76% a mais que o mesmo período de 2024, com 12.038.
Em todo o Brasil, o Judiciário somou 454.818 novos pedidos como estes. Destes, 304.131 foram concedidos. São Paulo é o Estado que lidera o ranking (88.751), seguido do Paraná (45.665) e Rio Grande do Sul (37.473). Na sequência vem Minas Gerais (28.640), Bahia (25.971), Rio de Janeiro (25.770) e Goiás (24.383).
Os dados apontam ainda que casos de violência contra a mulher já passam de meio milhão somente entre janeiro e junho deste ano, com 523.656 novos processos judiciais. Se comparado com o mesmo período do ano passado, que registrou 494.78, observa-se um aumento de 5,8%. Para se ter uma ideia, durante todo o ano de 2024, foram 993.308 novas entradas judiciais, ou seja, este índice pode ser ainda maior em 2025.
Quando se trata de violência doméstica, o Estado de São Paulo lidera o ranking de novos processos no Judiciário (87.345). Goiás, por sua vez, embora os índices de violência demonstrem certa estabilidade, configura o sexto com maior número de novos processos judiciais do tipo, com 29.830, somente até junho deste ano. Somente em maio, foram 5.164 casos novos, também de acordo com o CNJ.
Dados DataJud, Conselho Nacional de Justiça (CNJ)
Mortes de mulheres por parceiros ou ex-parceiros também cresce
Casos de feminicídio – morte de mulheres apenas pelo fato de serem mulheres – agravam o cenário de segurança pública. Em Goiás, por exemplo, enquanto todos os índices de crimes letais apresentaram queda, o feminicídio foi o único de aumentou, passando de 21 para 23 casos, entre 2024 e 2025. Os números representam um aumento de 10%.
Segundo a Polícia Militar de Goiás (PMGO), o acompanhamento de medidas protetivas de urgência passou de 95.260 no primeiro semestre de 2024 para 125.977 no mesmo período deste ano. Os números representam um aumento de 30% no total de mulheres vítimas de violência doméstica acompanhadas.
A Polícia Civil também registrou crescimento no número de inquéritos policiais instaurados nas Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (Deams) no Estado, com aumento de 21%, embora sem informar os números absolutos. Paralelamente, houve uma elevação de 11% no total de inquéritos encaminhados ao Poder Judiciário com autoria definida.
Como pedir ajuda
Em casos de violência, as vítimas podem pedir ajuda em hospitais e unidades básicas de saúde. Também podem buscar o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), Defensoria Pública, Ministério Público, Central de Atendimento à Mulher (telefone 180), delegacias, site da Polícia Civil e pelo 190, número da Polícia Militar.