A Redação
Goiânia - A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás (Semad) informa que 35% dos 42 mil metros cúbicos de lixo que desmoronaram sobre o córrego Santa Bárbara, em Padre Bernardo, foram removidos da grota. A meta é de que o serviço seja concluído até o dia 15 de setembro.
O serviço está sendo realizado com máquinas disponibilizadas pela empresa Ouro Verde, dona do lixão, tanto a partir de contratos de locação, quanto a partir do próprio patrimônio. São 13 caminhões e quatro retroescavadeiras. Já foram realizadas mais de 980 viagens. O lixo está sendo disposto em uma célula que foi impermeabilizada e preparada dentro da mesmo imóvel.
Está sendo escavada uma sexta lagoa de chorume, que vai contribuir para diminuir a sobrecarga existente sobre as outras cinco lagoas e permitir reparos nelas. Depois de feita a escavação, ela será impermeabilizada. Por fim, segue acontecendo o trabalho de monitoramento de qualidade da água do Santa Bárbara, com resultados que ainda mostram presença de metais pesados e outros poluentes.
Entenda o caso
O desmoronamento da pilha de resíduos no lixão da empresa Ouro Verde aconteceu durante a manhã do dia 18 de junho de 2025. Funcionários relataram ter percebido horas antes da instabilidade do talude, o que deu-lhes tempo de se afastar e, por isso, não houve feridos. O Estado só soube do ocorrido pela imprensa, porque a Ouro Verde não comunicou a Semad.
As primeiras semanas depois da tragédia foram marcadas pela inação dos proprietários do lixão e pela ausência de ações mitigadoras do dano causado. Semad, bombeiros, Defesa Civil, ICMBio e prefeitura de Padre Bernardo se mobilizaram para tomar as primeiras providências enquanto pressionavam a Ouro Verde a se mexer. A Semad aplicou multa de R4 37,5 milhões e obteve na Justiça o bloqueio de bens.
Por fim no dia 11 de julho, a empresa aceitou assinar um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) se comprometendo com ações e prazos a serem respeitados dali em diante. Uma dessas ações é a de recolher todo o lixo que desmoronou sobre o córrego até o dia 15 de setembro de 2025.
O lixão não tinha licença ambiental para existir. Ele operava graças a decisões liminares concedidas pela Justiça Federal e pela Estadual, que ignoraram pareceres técnicos insistentemente divulgados pela Semad e os apelos do Ministério Público (tanto o Estadual, quanto o Federal).