A Redação
Goiânia - Em nota técnica sobre a renovação antecipada da concessão da Ferrovia Centro-Altântica (FCA), a Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), por meio do Conselho Temático de Infraestrutura (Coinfra), divulgou na quarta-feira (27/08), um documento que avalia que, embora o acordo preveja R$ 2,06 bilhões em investimentos no trecho goiano pelos próximos 30 anos, o volume de recursos é insuficiente para atender às demandas de modernização e ampliação da malha ferroviária no Estado.
A análise destaca que a ferrovia é componente logístico fundamental para Goiás, responsável pelo escoamento de grãos, farelo e fertilizantes, sobretudo a partir de Catalão e Anápolis. Apenas em 2022, a FCA movimentou 1,89 milhão de toneladas no Estado, das quais 85,77% originadas em Goiás. Ainda assim, os desafios são significativos: a geometria da malha limita a performance, com velocidade média de 15 km/h, agravada por interferências urbanas não solucionadas.
Para o presidente do Coinfra, Célio Eustáquio de Moura, a renovação da FCA deveria representar oportunidade para alavancar a competitividade da indústria goiana. “A ferrovia é indispensável para reduzir custos logísticos e ampliar a integração multimodal do Estado. No entanto, os investimentos previstos para Goiás são modestos frente à real necessidade de obras estruturantes que permitam maior fluidez, capacidade e eficiência do transporte ferroviário”, avalia.
A nota técnica da Fieg reforça que a articulação entre o governo federal, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a concessionária é determinante para que os investimentos contemplem os trechos mais críticos da via permanente, assegurando ganhos ao setor industrial e ao agronegócio. Também aponta a necessidade de integração com o Porto Seco Centro-Oeste de Anápolis, consolidando Goiás como hub logístico regional.
Sobre a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA)
A FCA, sob concessão da VLI Logística, possui aproximadamente 7.220 km de extensão, interligando sete estados e o Distrito Federal. Com a renovação antecipada, a malha passará a ter 5.469 km, após a devolução de 3.082 km de trechos antieconômicos. O contrato prevê R$ 30 bilhões em outorgas e investimentos, dos quais R$ 12 bilhões em Minas Gerais e R$ 2,06 bilhões em Goiás.
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