A Redação
Goiânia - No Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia – Iris Rezende Machado (HMAP), a presença de voluntários transforma a rotina de pacientes, familiares e profissionais de saúde. Em meio aos corredores e quartos da unidade, esses trabalhadores do afeto acolhem, escutam, entretêm e tornam o ambiente hospitalar mais leve e, sobretudo, mais humano. Desde 2023, o HMAP passou a integrar o Voluntariado Einstein, importante frente de Responsabilidade Social da organização.
Na unidade, que faz parte da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), foi construída e é mantida pela Prefeitura e gerida pelo Einstein desde 2022, 20 voluntários colaboram regularmente em diferentes frentes, desde o acolhimento, na recepção e ambulatório, até visitas aos leitos, onde oferecem companhia e conforto emocional. Na Brinquedoteca, realizam atividades lúdicas com as crianças internadas, promovendo momentos de descontração e bem-estar para os pequenos em tratamento.
O trabalho é cuidadosamente integrado à equipe assistencial e não substitui o atendimento técnico, mas sim, o complementa de forma significativa. A atuação voluntária se concentra nas camadas emocionais do cuidado: é ali, entre conversas, sorrisos e gestos simples, que vínculos são criados e fragilidades são acolhidas.
O secretário de Saúde de Aparecida, Alessandro Magalhães, destaca que as ações planejadas do voluntariado levam mais humanidade para o ambiente hospitalar, aprimorando os cuidados prestados e transformando positivamente a experiência dos pacientes, familiares e da própria equipe do HMAP.
De acordo com Roberto Izidro, analista de ações voluntárias do HMAP, a seleção dos participantes segue critérios rigorosos. Para colaborar, é necessário ter disponibilidade de quatro horas semanais, compromisso com a humanização, empatia e respeito à diversidade. O processo inclui inscrição, entrevista, palestra de boas-vindas e treinamentos específicos conforme a área de atuação. “Após o início das atividades, os voluntários seguem recebendo suporte por meio de encontros periódicos, rodas de conversa e formações contínuas”, explica.
Os perfis são diversos e compreendem pessoas com idades entre 22 e 69 anos. Mas há algo em comum: o propósito de doar tempo e cuidado ao próximo. “Muitos relatam que chegaram ao voluntariado após experiências pessoais marcantes relacionadas à saúde e encontraram ali uma forma de ressignificar suas vivências. É comum ouvirmos: ‘eu recebo mais do que dou’”, explica.
Algumas ações ficam marcadas na memória dos pacientes e dos voluntários. Em uma das atividades lúdicas no HMAP, por exemplo, uma paciente pediu para tirar uma foto com o coelhinho da Páscoa, um gesto que pode parecer pequeno, mas que teve um significado profundo: foi a primeira vez na vida que aquela criança teve essa experiência. “A lembrança que ficou daquele dia ultrapassou a dor da internação e se transformou em afeto”, relembra Roberto.
As famílias dos pacientes também sentem o impacto. Em momentos de fragilidade, a presença de alguém disposto a escutar e acolher, sem pressa ou obrigação, traz alívio e conforto. Muitos familiares expressam gratidão pelo acolhimento e pela atenção recebida e relatam que o hospital se torna mais leve e menos solitário graças a esses gestos.
Reconhecidos como parte essencial da equipe de cuidado, os voluntários do Einstein no HMAP mostram, todos os dias, que a humanização se faz com presença, escuta e respeito. A cada nova visita, reforçam a missão de tornar o ambiente hospitalar mais acolhedor, um gesto de cidadania silenciosa que transforma vidas de dentro para fora.