Ludymila Siqueira
Goiânia - O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), se projeta como presidenciável em 2026 e vem adotando um novo tom em seu discurso nacional. Com o objetivo de disputar o Planalto e ampliar sua popularidade no país, especialmente entre eleitores da direita, sua principal bandeira tem sido a “pacificação do Brasil por meio da anistia”, em referência ao ato de vandalismo registrado em 8 de janeiro de 2023, quando os Três Poderes foram atacados e os responsáveis se tornaram réus.
Esse tom ficou ainda mais evidente no discurso de Caiado durante o evento de 7 de Setembro, data que celebra a Independência do Brasil. No desfile cívico realizado em Goiânia, o governador prometeu que, em 2026, quando pretende disputar a Presidência da República, vai pacificar o país. "Vocês sabem que eu sei pacificar o Brasil. Sou homem que vai anistiar tudo aquilo que ocorreu e dar paz para o país", afirmou o chefe do Executivo estadual. "Não sou homem para me acomodar. Vou discutir o Brasil no cenário nacional com a experiência de quem tem 40 anos de política sem nunca se envolver em bandalheira ou corrupção", completou Caiado.
No início do mês, o governador afirmou que, se eleito, seu primeiro ato como presidente seria promover a anistia ampla, geral e irrestrita. "E a partir dali, fazer como Juscelino Kubitscheck fez: anistiando a todos, pacificando o Brasil e sendo um grande estadista, como foi", declarou na ocasião.
Essa bandeira vem acompanhada da pauta envolvendo a Segurança Pública, considerada o calcanhar de Aquiles do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Atualmente, essa é uma das marcas do governo Caiado em Goiás, com a área sendo considerada a mais bem avaliada do país, fator que também contribui para sua boa avaliação como gestor estadual.
Aliados de direita
O grupo de governadores de direita e centro-direita cotados para disputar a Presidência em 2026 estreitou o relacionamento com a intensificação de encontros públicos e privados com tom eleitoral e afinou o discurso para fortalecer um bloco de oposição ao presidente Lula.
Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ronaldo Caiado (União-GO), Romeu Zema (Novo-MG), Ratinho Jr. (PSD-PR) e Eduardo Leite (PSD-RS) têm usado a participação em eventos para demonstrar unidade, enquanto esperam uma definição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível. Apesar de unidos em prol do mesmo objetivo, que é, conforme pontuam, tirar o PT do poder, os pré-candidatos ao Planalto mantêm projetos próprios.
Nos bastidores, a avaliação é que o entrosamento, com trocas de afagos e promessas de apoio mútuo caso um deles vá ao segundo turno, abre caminho para eventuais composições internas. Caiado tem afirmado que não é "candidato de barra de saia", mas que tem o foco de derrubar o presidente Lula nas urnas no ano que vem.