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Presidente disse que Brasil "tem dono" | 10.09.25 - 15:57
Lula durante evento (foto: José Cruz/Agência Brasil) Brasília - O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta quarta-feira, 10, que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deveria conhecer o Sistema Interligado Nacional (SIN) de energia elétrica em vez de "brigar" com o Brasil. "Ao invés do Trump brigar com a gente, ele poderia vir aqui conhecer o nosso sistema interligado. Ele ia perceber que seria muito melhor para os Estados Unidos do que brigar com a gente, que não quer brigar", declarou.
Lula também mandou outros recados a Trump, ao afirmar que o Brasil "tem dono" e que, no País, as coisas não são largadas. Ele também disse querer comparar o sistema de interligação brasileira com o norte-americano após o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, lembrar que o Estado do Texas não está ligado ao restante do território dos Estados Unidos.
O presidente acompanhou nesta quarta-feira em Brasília o início da energização do Linhão Manaus - Boa Vista, que marcou o início do processo de conexão de Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Até então, o território roraimense era o único isolado do Sistema Interligado Nacional.
Segundo a Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), foram investidos R$ 2,6 bilhões em aproximadamente 725 km de extensão, em circuito duplo de 500 quilovolts (kV), desde a Subestação Eng. Lechuga, no Amazonas, à Subestação Boa Vista, na capital de Roraima, com uma seccionadora (ponto de apoio intermediário) em Rorainópolis. Silveira disse que o Linhão Manaus - Boa Vista vai permitir uma redução mensal de custos da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) em R$ 45 milhões. A estimativa anual passa de R$ 500 milhões, segundo dados da pasta.
'Exemplo para o mundo'
Lula afirmou no evento que "o modelo de interligação de energia no Brasil é um exemplo para o mundo". Segundo dados do Ministério de Minas e Energia (MME), a substituição gradual das usinas térmicas por energia limpa e renovável, em Roraima, reduz as emissões de gases de efeito estufa em mais de 1 milhão de toneladas de CO2 por ano.
O governo também fala em uma economia superior a R$ 600 milhões anuais nos custos com combustíveis fósseis. Isso porque diversas usinas térmicas serão desligadas. A interligação permitirá o escoamento de 700 megawatts (MW) de futuras Usinas Hidrelétricas (UHEs).
O abastecimento do Estado dependia fortemente da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), encargo pago para subsidiar os sistemas isolados. "Podemos ser o centro da transição energética limpa que o mundo precisa", declarou o presidente. Durante o evento, Lula disse ainda que irá visitar uma terra indígena Yanomami em Roraima em outubro.
Oferta 3 vezes maior
O presidente afirmou também que o Linhão Manaus - Boa Vista vai permitir que Roraima tenha uma oferta três vezes maior do que a atual demanda de energia no Estado. A obra marca a conexão de Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
Lula também declarou que o governo quer levar energia até indígenas do norte do País. Para ele, a transição energética permite um "salto de qualidade" para o desenvolvimento do Brasil. Com a integração de Roraima, o último Estado da Federação que estava isolado, o País completa seu mapa energético. (Agência Estado)