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Marly Arruda Camargo deu palestra em Goiânia | 22.09.25 - 12:06
Dra. Marly Arruda falando na Academia Espírita de Letras (Foto de Camila Arruda)Jales Naves Especial para A Redação
Goiânia – “Por que adoecemos?”. É uma pergunta que, aparentemente simples, exige uma reflexão mais ampla, inclusive sobre a importância do autoconhecimento, para a conquista da saúde integral. Foi assim, de forma didática, que a médica pediatra e hebiatra Marly Arruda Camargo explicou essa questão, em palestra na Academia Espírita de Letras do Estado, em Goiânia, no sábado, dia 20. Ela abriu o ciclo de estudos que a entidade pretende realizar, a partir de agora, para se aproximar mais da sociedade.
Para estimular a reflexão, ela apresentou alguns questionamentos:
Por que, apesar do avanço da ciência, muitos pacientes com patologias semelhantes não conseguem recuperar sua saúde, sendo que outros se restabelecem plenamente? Outras vezes, doentes, com quadros gravíssimos, desenganados até, readquirem o equilíbrio pleno? E tantos outros que, apesar de apresentarem bom prognóstico, evoluem desfavoravelmente, chegando muitas vezes a óbito?
Ela encontrou a resposta no filósofo Sócrates (470 a 339 a.C.): “Se os médicos não obtém resultados na maior parte das doenças é porque eles tratam do corpo sem a alma, e o todo não estando em bom estado é impossível que a parte se apresente bem”.
Explicou que essa foi a primeira semente lançada sobre medicina e espiritualidade, via intuição e sabedoria de Sócrates, dando ênfase na ética e na verdade interior. E ele foi além, quando afirmou: “Conhece-te a ti mesmo”, para mostrar a importância desse autoconhecimento.
Estudos
Os dois últimos séculos, conforme ressaltou, foram de grande importância para o aprimoramento dos conhecimentos médico-científicos. “Em todas as especialidades o progresso foi extraordinário, tanto no diagnóstico como em ações terapêuticas”.
Pesquisas sobre fisiologia e etiopatogenia avançaram rapidamente, proporcionando grandes sucessos em cura de doenças antes impossível. “Os questionamentos éticos e filosóficos abriram caminho para as ciências psíquicas, humanizando mais as relações profissionais e facilitando diagnósticos e terapêuticas mais assertivas”, afirmou.
Destacou o trabalho do psiquiatra francês Philippe Pinel, que, insatisfeito com a medicina tradicional da época, século XVIII, foi referência na humanização dos tratamentos das doenças mentais, classificando-as, o que o tornou o Pai da Psiquiatria Clínica, estabelecendo as bases da Psiquiatria moderna. “Foi humanitário e abriu caminho para a compreensão das doenças da alma, hoje muito estudadas à luz da espiritualidade”, frisando que muito êxito é obtido no tratamento desses casos quando se associam medicina e espiritualidade.
AME
Muitos médicos e outros profissionais da área da saúde – ressaltou – não têm medido esforços nas pesquisas científicas sérias sobre esse tema, com notável avanço no estudo da Constituição Energética Espiritual do ser humano, proporcionando o entendimento ampliado, à luz da imortalidade da alma. Esse é um dos grandes objetivos de esclarecer os efeitos dos pensamentos (positivos e negativos) na cura, ou adoecimento do paciente.
“De uma forma poética, podemos afirmar que tratamos muito bem o casulo (corpo físico), e há muita resistência e preconceitos em tratar a borboleta (alma)”, afirmou.
Para o avanço desses estudos foi fundamental a criação das Associações Médico-Espíritas (AMEs). A de São Paulo foi a pioneira, que existe desde 1968, seguida pela de Minas Gerais, fundada em 1986, a partir de quando surgiram outras, sendo que hoje totalizam 31 entidades no país.
Desde então as AMEs têm feito pesquisas científicas, demonstrando, na prática, a importância dessa terapêutica integral. Através dela, promovendo avanços a passos largos no entendimento da Constituição Energética Espiritual do ser humano, os quais levam ao aprofundamento do estudo dos transtornos mentais e de seus tratamentos espirituais (que complementam os tratamentos convencionais).
“Não se deve tratar os olhos sem a cabeça, nem a cabeça sem o corpo, tampouco tratar do corpo sem a alma”, defendeu Platão.
Hoje é muito gratificante – explicou – saber que Medicina e Espiritualidade já fazem parte do currículo de numerosas Universidades. É importante lembrar também que, em 2011, foi autorizado pelo Ministério da Educação o primeiro curso superior de Teologia Espírita no Brasil, ministrado pela Faculdade Dr. Leocádio Correia, em Curitiba, PR, um bacharelado realizado de três a quatro anos.
No Rio Grande do Sul já se tem especialidade em Saúde e Espiritualidade, também na Universidade de São Paulo e em diversas outras Universidades brasileiras.