Taíssa Queiroz
Goiânia - O professor e secretário de Educação de Diadema (SP), Felipe Sigollo, abordou os desafios da gestão educacional em São Paulo e no Brasil durante palestra na 1ª edição do Congresso Educa, realizada nesta quinta-feira (24/9), em Goiânia. Idealizado pelo professor Manoel Barbosa, o evento promove debates estratégicos sobre o futuro da gestão educacional no País e do novo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (Fundeb).
Durante a apresentação, Sigollo analisou os desafios do setor considerando os mandatos presidenciais de Fernando Henrique Cardoso (1999-2003), Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2011), Dilma Rousseff (2011-2016) e Michel Temer (2016-2019).
Governo FHC
Felipe afirmou que durante o governo de Fernando Henrique Cardoso houve uma mobilização significativa pela educação. "Houve a criação do Enem, do Plano Nacional da Educação, a criação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental (Fundef) e, o mais importante, o Programa Bolsa Escola", afirmou.
''Naquela época, o desafio era universalizar a educação fundamental e manter essas crianças nas escolas, uma vez que a demanda pelo trabalho infantil era enorme no Brasil, principalmente entre crianças de 5 a 14 anos'', explicou Felipe. Ele ainda destacou que essa necessidade foi o pilar para a criação do Programa Bolsa Escola em 2001.
O programa foi instituído para combater o trabalho infantil e garantir a permanência das crianças na escola. Para atingir esse objetivo, foram adotadas algumas inovações, como a criação do Cadastro Único, a adesão dos municípios sem prestação de contas e a matrícula dos alunos por meio de um cartão em nome da mãe, evitando que os recursos fossem utilizados para outros fins.
''Eu acho que esse programa foi um divisor de águas da educação, que acabou garantindo toda essa permanência das crianças nas escolas'', afirmou o professor.
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Governo Lula
Já na gestão do governo Lula, de 2003 a 2011, o grande desafio das gestões para a educação era a alimentação dos alunos nas escolas. Embora tenham tido alguns desafios, o palestrante afirma que esses oito anos foram muito importantes para a educação. ''Cito criações de políticas públicas voltadas para o setor e que foram avançadas, como a criação do novo Enem e a transformação do Fundef para o Fundeb'', explicou.
Governo Dilma
Para Felipe, o governo Dilma foi marcado por retrocessos e políticas públicas equivocadas para a educação. ''Ao invés do governo investir em ensino técnico, ele optou por programas com parcerias e repasses de recursos que não avançou. Enfim, não teve grandes avanços."
Governo Temer
Durante o governo Temer, a maior dificuldade foi o alinhamento dos materiais de base das escolas, ou seja, definir quais eram as matérias que todos os alunos deveriam aprender ao mesmo tempo. Outro ponto era controlar a evasão do ensino médio, já que 50% dos alunos estavam abandonando as escolas.
Para isso, foi necessário implantar a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). ''A gente mobilizou todos os parceiros e a sociedade para fazer movimentos em prol da melhoria da base educacional. A gente também fez encontros por todo país com audiências públicas para conseguir mais apoiadores''.
Desafio educacional em Diadema
Para Felipe, os maiores desafios da educação no município são a infraestrutura, o pedagógico, o pessoal e a alimentação dos alunos. Ele ainda afirma que o foco atual é na educação infantil, com as creches e as pré-escolas.
Felipe Sigollo (Foto: Taíssa Queiroz)
