Para adicionar atalho: no Google Chrome, toque no ícone de três pontos, no canto superior direito da tela, e clique em "Adicionar à tela inicial". Finalize clicando em adicionar.
Isabel Cristina (Foto: José Abrão/A Redação)José Abrão
Goiânia – A advogada, mestre em Políticas Públicas e doutoranda em Educação, Isabel Cristina veio de Brasília (DF) para ministrar uma palestra sobre a importância da prestação de contas da educação na gestão dos municípios. A fala ocorreu nesta quinta-feira (25/9) e integrou a programação do 1º Congresso Educa, em Goiânia, com debates estratégicos sobre os desafios e o futuro da gestão educacional no Brasil.
Atualmente consultora, Isabel trabalhou por mais de 15 anos no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e trouxe a sua experiência para o evento com o objetivo de informar e qualificar os gestores educacionais sobre a prestação de contas, algo que acaba sendo um gargalo pós-gestão e que prejudica os municípios e, principalmente, os alunos.
“Os gestores têm que entender que hoje, eles ao auditar, ao trazer os órgãos de controle, eles resolvem dentro da gestão. Quando eles não fazem esse acompanhamento, eles saem da gestão e aí fica pendente”, explica. Algo que era pra ser uma burocracia ordinária, se torna um imbróglio que é passado de uma gestão para a seguinte. “Pra você ter uma ideia, o FNDE ainda está analisando prestações de contas de 2005 e 2006 que estão em papel, e no on-line, que é a partir de 2011, só analisa quanto tem denúncia”, relata.
Para ela, é necessário que os gestores abram a mente e também abram mão de práticas ruins já arraigadas: “um grande vício das prefeituras é o ‘mais isso sempre foi assim’. Por exemplo, bingo e rifa. Hoje, a lei é bem clara que a criança não pode participar de nenhum tipo de jogo. Isso é algo que traz problema para o gestor. Problemas bloqueiam recurso. Inadimplência na receita Federal prende o dinheiro para a escola. A culpa é de quem? É da gestão”, pontua.
Essas pendências fazem com que o município perda recursos, prejudique a população e as irregularidades acumuladas podem resultar até em casos de improbidade administrativa. Estar em dia, por outro lado, garante recursos e permite que o gestor educacional deixe a gestão com tranquilidade, já que o seu CPF estava vinculado à administração. “Se está tudo certo, tem a captação de recursos, transparência junto à sociedade e sossego pós-gestão”, resume.
Este dever de casa, reforça Isabel, evita dores de cabeça que podem até começar simples, mas que tendem a se acumular: “Vejo municípios perdendo recursos porque estão seguindo resoluções antigas. O gestor acaba apagando incêndios todo dia”.
Para a consultora, eventos como o Congresso Educa são importantes para abrir a mente desses gestores e qualificá-los para que fiquem atentos às demandas do município. “Por isso é bom ele estar se qualificando, participar dessas formações, porque o maior investimento que o gestor pode fazer é o aperfeiçoamento”, diz Isabel. “Aqui temos vários palestrantes que dominam assuntos importantes. Participar disso não é gasto, é um investimento que ele pode levar para a sua cidade”, conclui.