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Produtores de soja buscam ampliar oferta de energia em Goiás

Setor espera ter safra recorde | 28.09.25 - 19:09 Produtores de soja buscam ampliar oferta de energia em Goiás Produtores de soja buscam ampliar oferta de energia em Goiás. (Foto: Reprodução)
 
A Redação

Goiânia
- O Vale do Araguaia, região que tem um dos maiores potenciais agrícolas do estado atualmente, ainda carece de desenvolvimentos, principalmente na área energética. O local foi palco da Abertura do Plantio de Soja Goiana, promovida pela Associação dos produtores de soja, milho e outros grãos de Goiás (Aprosoja-GO). O evento ocorreu neste sábado (27/9) na Fazenda Tamburi, em Nova Crixás. Tanto o setor produtivo quanto o governo se comprometeram a buscar investimentos em infraestrutura energética para potencializar a expansão dessa nova fronteira agrícola.
 
O presidente da Aprosoja-GO, Clodoaldo Calegari, afirmou que não deixará a questão de lado, já que o desenvolvimento da região precisa dessa melhoria. “Temos um estado estacionado por conta da falta de fornecimento de energia. Nessa questão, não vamos dar refresco, vamos para cima e insistir”. O presidente convocou os presentes para trabalharem a favor da região do Vale do Araguaia. “Transformar potencial em potência não é fácil. Mas queremos fazer isso. Se cada um de nós se dedicar um pouco e abraçar uma causa, a gente chega lá!”.
 
O vice-governador Daniel Vilela (MDB) reforçou esse potencial: “Estamos fazendo uma demonstração da grande expectativa que Goiás, o Brasil e o mundo têm dessa região se tornar uma nova fronteira agrícola que vai abastecer e aumentar a produção do nosso estado”. Vilela informou que o governo tem se reunido com produtores e líderes buscando solucionar gargalos que existem na região.
 
José Mário Schreiner, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG), declarou seu apoio à causa. “Nós, da FAEG e Aprosoja, estamos junto ao governo no sentido de apontar os principais gargalos e também participar dessas decisões. Isso tem feito a grande diferença em nosso estado de Goiás.”. Ele citou várias das rodovias feitas na região como alguns dos investimentos já feitos. “Não tenho dúvida que, resolvendo o problema da energia elétrica, a área irrigada será ampliada e teremos uma região de alta prosperidade e de alto desenvolvimento, como outras do estado”.
 
Nova Fronteira Agrícola
A região do Vale do Araguaia foi escolhida para receber a Abertura do Plantio de Soja Goiana por ser considerada a nova fronteira agrícola de Goiás e do Centro-Oeste. Com 11 municípios, a região já produz cerca de 10% da safra de soja e 15% do milho cultivado no estado. Além disso, tem potencial para aumentar sua área agricultável em 50% e converter mais de 2 milhões de hectares de pastagens degradadas em áreas produtivas para a 1ª safra. A região é altamente favorecida pelo seu relevo e abundantes recursos hídricos. O Vale do Araguaia tem crescido sete vezes mais do que o restante do estado desde 2019.
 
O ex-deputado federal e ex-ministro da defesa, Aldo Rebelo, foi um dos palestrantes da Abertura do Plantio de Soja Goiana e deu destaque a grande transformação realizada na região. “Com essa nova fronteira, o estado continua tendo o papel de uma das maiores bacias de grãos do Brasil. Isso aqui pouco produzia há 30 anos. O espírito empreendedor dos produtores que transforma o Brasil em uma esperança contra a epidemia de fome mundial que transformou também essa região.”
 
Daniel Vilela confirmou a expectativa sobre a região e sua importância. “Essa será uma região que não só será importante para o estado de Goiás, nos levando ao segundo lugar na produção de grãos nacionalmente, mas também será de grande importância no abastecimento mundial. Temos estudos de grandes consultorias internacionais que já atestam isso”, afirmou Daniel Vilela.
 
Sustentabilidade
Segundo Erik Figueiredo, palestrante do evento e presidente do Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos, o Vale do Araguaia tem uma relevância sustentável grande por conta da recuperação de terras. “A produção aqui não só respeita o código florestal brasileiro como consegue recuperar terras que antes não capturavam carbono e outros indicadores ambientais. Ou seja, a região vai além do conceito tradicional de sustentabilidade”.
 
O Vale tem forte concentração do plantio em áreas degradadas, o que faz com que sua produção contribua para a ampliação da preservação do meio ambiente. A região recupera áreas degradadas e mananciais, aumentando a captura de carbono. São 25 mil hectares de áreas degradadas, que custariam R$3 bilhões para serem recuperadas. Porém, só a venda de créditos de carbono gerados nos primeiros 2 anos da recuperação já cobriria o custo.
 
O presidente do Instituto Mauro Borges também ressaltou que a expansão da malha logística no Vale pode gerar um crescimento de 9,6% no PIB do setor agropecuário, ou seja, cerca de R$132,6 milhões. Espera-se, também, uma geração de quase 11 mil postos de trabalhos formais com a implementação do Terminal Logístico de Grãos que comporá a Ferrovia de Integração Centro-Oeste. Apenas em Nova Crixás, isso deve gerar um impacto de R$35,5 milhões no PIB agropecuário.

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