Para adicionar atalho: no Google Chrome, toque no ícone de três pontos, no canto superior direito da tela, e clique em "Adicionar à tela inicial". Finalize clicando em adicionar.
16 operações já foram feitas na unidade | 30.09.25 - 16:29
Gesso utilizado no tratamento (Foto: divulgação)A Redação
Goiânia – Crianças com diagnóstico de pé torto congênito contam com atendimento especializado e cirurgias corretivas diretamente no Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia – Iris Rezende Machado (HMAP), unidade da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), construída e mantida pela prefeitura e gerida pelo Einstein.
O procedimento, considerado essencial para garantir a qualidade de vida das crianças, antes só era possível por meio da regulação estadual, o que aumentava o tempo de espera e comprometia os resultados clínicos dos pacientes. Até o momento, 16 cirurgias já foram realizadas na unidade, desafogando o sistema.
O pé torto congênito se dá quando um bebê nasce com deformidades rígidas nos pés e não consegue colocá-los na posição normal, ou seja, com o calcanhar para trás e os dedos para frente. De acordo com Renata Nunes, cirurgiã ortopédica pediátrica do HMAP, a condição afeta 1 a cada 2000 nascidos vivos no Brasil, sendo mais comum no sexo masculino. O diagnóstico intraútero é possível, porém não tão comum.
O tratamento utilizado no hospital segue o Método Ponseti, considerado o mais eficaz e seguro para corrigir o pé torto congênito. A técnica consiste em uma série de manipulações delicadas nos pés da criança, seguidas da aplicação de gessos que vão corrigindo progressivamente a posição dos ossos e músculos. Em alguns casos, é realizada uma pequena cirurgia no tendão do calcanhar (tenotomia) para completar a correção.
Após essa etapa, a criança passa a usar uma órtese, também fornecida pelo hospital, para manter o alinhamento adequado e evitar recidivas. Quando o tratamento é iniciado precocemente e seguido corretamente, o método apresenta alta taxa de sucesso, sem necessidade de cirurgias invasivas no futuro. “A abordagem permite que as crianças tenham mobilidade plena e qualidade de vida sem necessidade de cirurgias mais complexas”, explica a especialista.
A médica também chama a atenção para as consequências de um tratamento tardio ou inadequado. Segundo ela, sem a intervenção no momento certo, ou seja, assim que o problema é diagnosticado, a criança pode desenvolver dificuldades para realizar atividades simples do dia a dia, como caminhar ou praticar esportes. “Quando o tratamento é iniciado fora do tempo ideal, há maior risco de dor, deformidades e alterações na marcha, o que compromete a qualidade de vida e o desenvolvimento motor da criança”, explica.
No HMAP, a realização dos procedimentos é feita com o suporte do centro cirúrgico e da estrutura de internação do hospital, reconhecido pela resolutividade em casos de média e alta complexidade. O diretor médico do HMAP, Pedro Vieira, destaca que a oferta do procedimento representa um importante avanço na rede municipal de saúde da região. “A incorporação das cirurgias de correção do pé torto congênito fortalece a assistência ortopédica pediátrica no município. Com a realização local, temos o potencial de reduzir o tempo de espera pelo tratamento, gerando acesso, além de evitar o deslocamento dos pacientes e seus familiares para outros municípios”, afirma.
O secretário municipal de Saúde de Aparecida de Goiânia, Alessandro Magalhães, reforça que a iniciativa é fruto do compromisso da gestão em ampliar o acesso a serviços especializados. “Trata-se de uma entrega concreta que beneficia diretamente as crianças e suas famílias. A descentralização desse tipo de atendimento, antes concentrado em Goiânia por meio da regulação estadual, representa um avanço importante para a autonomia da nossa rede e para a eficiência do cuidado prestado à população aparecidense”, destaca o secretário. Leia mais HMAP promove mutirão de consultas pré-anestésicas em Aparecida