A Redação
Goiânia - O prefeito Sandro Mabel se reuniu nesta terça-feira (30/9) com representantes do setor de construção civil para discutir o transporte e o descarte de concreto na capital. O encontro, realizado na sede da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi), teve como objetivo buscar soluções conjuntas para organizar a atividade, prevenindo danos ao asfalto e à infraestrutura causados pelo transporte de caminhões betoneiras.
Mabel destacou a preocupação com o excesso de peso desses veículos e anunciou a intenção de adquirir balanças rodoviárias móveis para intensificar a fiscalização. O prefeito também alertou para o descarte irregular de concreto nas ruas, que pode causar entupimentos e prejuízos à infraestrutura, e reforçou que a gestão municipal pretende, a partir de agora, estabelecer novas regras e exigir que todas as empresas cumpram as normas.
“Estamos investindo R$ 700 milhões para recuperar a malha asfáltica de Goiânia e não podemos permitir que esses recursos sejam desperdiçados. Se não houver disciplina, continuaremos enfrentando os mesmos problemas. Precisamos que todos colaborem para colocar ordem na cidade”, afirmou o prefeito.
O presidente do Sinduscon Goiás, Hidebrair de Freitas, afirmou que o setor compreende a importância de organizar a atividade e a responsabilidade das empresas junto à sociedade. “Nós entendemos o apelo que vem não só do prefeito, mas também da comunidade goianiense como um todo. É muito importante organizarmos o trânsito, as descargas e, principalmente, as obras. O setor está atento a isso e tem consciência da responsabilidade que carrega, inclusive dos incômodos que uma obra pode gerar. Mas também sabemos que essas obras são necessárias”, pontuou.
O presidente da Ademi, Felipe Melazzo, ressaltou que a associação não compactua de forma alguma com práticas ilegais, como o descarte de concreto nas ruas, e sugeriu que punições sejam direcionadas aos agentes infratores, e não às empresas. “É claro que em uma grande obra, que pode movimentar mais de mil caminhões entre cargas e descargas, há sempre o risco de algum deslize individual. Mas esse tipo de prática ilegal não tem apoio do setor. Todas as empresas já seguem procedimentos operacionais rigorosos de limpeza, descarte e meio ambiente. O que defendemos é que, quando houver infração, a punição seja direcionada ao agente que cometeu o ato e não à empresa que cumpre as normas”, disse.
Já o presidente da Associação Brasileira de Empresas de Serviço de Concretagem, Wagner Lopes, explicou que a frota de caminhões betoneira tem sido modernizada com modelos mais leves e adequados à legislação. “O caminhão betoneira não danifica o asfalto e é projetado para não derramar concreto. Quando isso acontece, é falha de operação e operador é punido. Quero ressaltar aqui que estamos abertos ao diálogo e comprometidos em operar de forma colaborativa com a prefeitura e na construção de soluções conjuntas”, disse.
O secretário municipal de Engenharia de Trânsito, Tarcísio Abreu, destacou que o alinhamento entre a gestão municipal e o setor da construção civil é fundamental para reduzir impactos no trânsito e no meio ambiente, garantindo mais segurança e fluidez. Já o secretário municipal da Eficiência, Fernando Peternella, lembrou que a prefeitura tem procurado trabalhar para melhorar a convivência entre as obras e a cidade.
“Já sugerimos, junto a SET, a definição de horários específicos para a circulação de caminhões betoneira, caçamba e outros veículos pesados. A ideia é que eles possam operar das 9h às 16h, evitando os horários de pico e reduzindo impactos no trânsito. Todos os dias recebemos denúncias da população, fazemos visitas às obras e acompanhamos de perto as situações relatadas. Só nas últimas duas semanas mais de 20 obras foram vistoriadas. Nosso objetivo é que esse trabalho conjunto com o setor resulte em uma cidade mais organizada, com obras acontecendo sem comprometer a mobilidade urbana e o dia a dia das pessoas”, explicou Peternella.
O encontro terminou com o compromisso de manutenção do diálogo entre a prefeitura e as entidades, preservando a infraestrutura da cidade e garantindo o avanço do setor da construção civil. “Queremos ser parceiros, mas não podemos abrir mão da ordem. Goiânia precisa avançar, e isso só será possível se todos fizerem a sua parte”, concluiu o prefeito Mabel.