Brasília - Após 738 dias de cativeiro, os 20 reféns vivos dos ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro de 2023 foram libertados pelo grupo nesta segunda-feira, 13.
Eles foram devolvidos em duas fases, sete nas primeiras horas da manhã e um segundo grupo de 13 reféns transferido em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, informou a emissora pública israelense.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chegou na madrugada desta segunda-feira (13/10) pelo horário de Brasília, em Israel para marcar o início do cessar-fogo com o Hamas na Faixa de Gaza, mediado por Washington.
Israel confirmou que os 20 reféns já chegaram ao país. Matan Angrest, Gali Berman, Ziv Berman, Alon Ohel, Eitan Horn, Omri Miran e Guy-Gilbo Dalal foram os sete primeiros à retornarem ao país. Os outros 13 (veja a lista completa abaixo) também já estão com as forças israelenses.
A operação 'Voltando para Casa' prevê que os reféns sejam levados a uma base militar, onde ocorrerá o reencontro com os familiares, antes de serem transportados de helicóptero para hospitais israelenses.
Eles foram sequestrados por integrantes do grupo terrorista no ataque surpresa de 7 de outubro de 2023 no sul de Israel, que desencadeou a guerra em Gaza.
De acordo com fonte do Exército israelense, o Hamas permitiu mais cedo o contato, por chamada de vídeo e por meio da Cruz Vermelha, de familiares com ao menos três reféns, Matan Zangauker, Nimrod Cohen, Ariel e David Cunio. Os três ainda não tinham sido devolvidos quando isso aconteceu.
Os últimos dias foram de celebração em Israel, após o anúncio do acordo. No sábado, dezenas de milhares de israelenses, muitos com camisetas com imagens dos reféns, se reuniram no local que ficou conhecido como Praça dos Reféns, em Tel Aviv, diante de um telão que marcou os 735 dias desde os atentados do Hamas.
"Sinto uma emoção imensa, não tenho palavras para descrevê-la — para mim, para nós, para todo Israel, que quer que os reféns voltem para casa e espera ver todos regressarem", disse à agência de notícias AFP, durante a manifestação, Einav Zangauker, mãe do refém Matan Zangauker, 25.
Participaram do evento o enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, o genro de Trump, Jared Kushner, e a filha do presidente, Ivanka Trump. Eles foram aplaudidos ao falarem no palco, mas a menção ao nome do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, provocava vaias.
Udi Goren, primo de um refém morto no dia 7 de outubro e levado para a Faixa de Gaza, disse à BBC Radio 4 no domingo que falou com Witkoff e que o enviado dos EUA compreendia a importância de resgatar os sequestrados, mas questiona o papel que Washington teve que desempenhar para que o retorno acontecesse.
"Por que ontem à noite havia três pessoas [...] de alto escalão no governo Trump falando no palco da Praça dos Reféns em vez de alguém do governo israelense?", afirmou ele ao veículo.
O republicano, aliás, passou no país por algumas horas antes de ir a Sharm el-Sheikh, no Egito para presidir uma cúpula para a paz ao lado do líder egípcio, Abdul Fatah Al-Sisi. Estarão presentes também o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer; o presidente da França, Emmanuel Macron; o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez; a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni; e o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.
O gabinete de Netanyahu anunciou que nenhuma autoridade israelense compareceria à reunião, nem o Hamas. Apesar do aparente progresso nas negociações, os mediadores ainda enfrentam a difícil tarefa de garantir uma solução política de longo prazo que leve a facção a entregar suas armas.
No X, a conta oficial do primeiro-ministro de Israel publicou uma imagem de uma das mensagens escritas por Benjamin Netanyahu e por sua esposa Sara que será adicionada aos kits de boas-vindas preparados para os libertados. Segundo a Autoridade de Reféns do Gabinete do Primeiro-Ministro, estão inclusas roupas, um laptop, um celular e um tablet. (Agência Estado)