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(Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil) Brasília - A maratona até o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) exige preparo mental e físico dos 4,81 milhões de estudantes que devem fazer a prova nos próximos domingos, 9 e 16 de novembro, em todo o País. As 180 questões e a redação exigem dos vestibulandos estratégias, controle emocional e táticas de prova.
Além disso, também é preciso gerenciar o tempo e a ansiedade. Para que alcancem os resultados desejados após o período de preparação, educadores trazem dicas do que pode ser feito na reta final da prova. Uma das maiores preocupações dos estudantes é a redação, que é o principal divisor de águas da prova e, por isso, merece atenção especial.
Ela é a única parte do exame que vale 1.000 pontos fixos e pode ser o fator decisivo para a aprovação. Uma nota alta na redação é capaz de impulsionar significativamente a média geral do candidato.
Por outro lado, o estudante que zera a redação dificilmente consegue atingir um resultado positivo. Entendendo esse peso, a preparação final deve ser estratégica. Segundo Caroline Zanoni, corretora na plataforma Redação Online, de Florianópolis, em Santa Catarina, o ideal para os dias que antecedem o Enem e também a semana entre o primeiro e segundo dias é não tentar aprender algo novo, mas praticar o que já se sabe.
No caso da redação, por exemplo, é possível treinar o texto com temas variados como meio ambiente, tecnologia e sociedade. "Alguns estudantes sabem estruturar uma redação, mas têm dificuldade em interpretar o tema ou, no momento do nervosismo, acham que entenderam ao ler uma palavra-chave e decidem começar a escrever freneticamente sem parar para pensar sobre o tema.
A dica principal nesses poucos dias é praticar. Produzir redações, não ficar mais pesquisando tanto ou querendo aprender algo novo em cima da hora, e treinar a interpretação do tema", afirma. A importância de saber interpretar o texto e compreender o tema central da redação é primordial porque, conforme reforça Caroline, a fuga da temática está entre os principais causadores das notas zero na redação.
Entretanto, para que não haja sobrecarga emocional e também física na reta final, é importante que os estudantes definam um período de estudos e, dentro do tempo estabelecido por dia, produzam pelo menos uma redação com temas variados. Ainda para a redação, outra dica importante é não decorar modelos prontos ou repertórios coringas, uma prática que o Enem tem penalizado.
De acordo com Gabriele Amorim, também corretora da plataforma Redação Online, muitos estudantes acreditam em uma 'fórmula mágica para a redação nota mil', mas decorar um formato pronto para escrever a redação tem causado mais redução da nota do que contribuído para um bom resultado.
Em outubro deste ano, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo Enem, lançou a Cartilha da Redação e, pela primeira vez, chamou atenção para os "repertórios de bolso", que seriam referências prontas e utilizadas de forma genérica, sem aprofundamento ou conexão com o tema da redação. "Por isso é muito importante usar o tempo que tiver para praticar a redação.
Hoje em dia o repertório repetitivo causa punição, os avaliadores querem ver que o estudante entendeu aquele tema e sabe escrever sobre ele. Para praticar também é possível utilizar os temas da redação anteriores. Percebemos que temas sociais estão sendo comuns, então escrever sobre os assuntos variados contribui para que o aluno consiga se aprofundar e desenvolver a própria ideia na redação", afirma Gabriele.
Outra dica para otimizar o desempenho na redação está em focar nas competências que oferecem o retorno mais garantido. Para isso, é possível focar nos elementos da Competência 5 (C5), que é a proposta de intervenção, e da Competência 4 (C4), coesão, que exigem, respectivamente, apenas a presença dos cinco elementos obrigatórios do plano de solução e o uso estratégico de operadores argumentativos na estrutura. Contudo, o alerta vermelho está na C1, que avalia a língua e a gramática, onde um descuido trivial pode custar pontos preciosos.
Principais dicas para a redação:
Pratique o olhar: Concentre-se em interpretar o tema e verifique rapidamente se você possui repertório para os diferentes eixos temáticos (meio ambiente, tecnologia, saúde).
Evite a decoreba: Não tente decorar redações inteiras ou repertórios coringas; o Enem valoriza o uso produtivo e justificado do conhecimento.
Maximize C5 e C4: Foque em garantir os cinco elementos da Proposta de Intervenção e o uso correto dos conectivos para pontuações mais altas nessas competências.
Atenção à coerência: Garanta que a argumentação tenha conteúdo e esteja sempre alinhada com a proposta temática, evitando fugas ou tangenciamentos.
Mantenha o cronograma de estudos e a calma Ainda para a reta final, não é besteira manter um cronograma de estudos, mesmo com o curto tempo para se dedicar.
De acordo com Milton Pignatari, coordenador de processos seletivos da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, o estudante saber os assuntos que têm mais facilidade e dificuldade é uma forma positiva para que ele não estude coisas aleatoriamente e sem concluir um raciocínio. "Nesse curto tempo o estudante pode priorizar o foco nas matérias que combinam maior peso e maior dificuldade. Esse foco estratégico permite identificar eventuais problemas de última hora, dando tempo para que ele recorra a professores ou colegas para solucionar.
Além disso, é imprescindível que o aluno conheça o estilo da prova do Enem, a estrutura e o formato, para evitar surpresas no dia e até mesmo maior nervosismo", avalia.
Outra situação importante é aceitar que dificilmente o aluno vai gabaritar todas as questões. Ter a consciência de que o erro é inevitável em uma prova extensa como a do Enem ajuda a controlar o nervosismo e evita que o estudante bata a cabeça por muito tempo em cima da mesma questão, deixando de focar em outras que ele tem maior facilidade para resolver.
Além disso, conforme o professor, os estudantes precisam manter o ritmo e os hábitos que já possuem, como horário de dormir e acordar, e tipo de alimentação com a qual estão acostumados. A mudança repentina próxima à prova pode impactar na concentração e disposição dos estudantes.
Saber controlar o tempo e evitar o chute
O nervosismo é inevitável para aqueles que se preparam para entrar nas universidades por meio da nota do Enem. Entretanto, é preciso manter a cabeça no lugar. Segundo Edilson Pichiliani, orientador para vestibulares e professor de Biologia no colégio Presbiteriano Mackenzie Tamboré, em Barueri, é normal se sentir nervoso dias antes da prova, mas aguentar as cinco horas e meia da maratona do Enem exige controle mental e uso inteligente do tempo. "É preciso saber priorizar o que será feito primeiro do caderno de questões.
O estudante não precisa começar pela redação ou pelas questões mais difíceis. Ele pode iniciar pela disciplina em que se sente mais confortável, para ganhar confiança e ritmo rapidamente. Esse aquecimento psicológico é crucial para manter a concentração ao longo da prova.
Se quiser começar pela redação, ele pode fazer um rascunho inicial, resolver as questões objetivas e, ao final, revisar o que ele escreveu. Quando você relê o que faz, consegue melhorar aquilo que foi escrito", avalia. Além disso, é importante que os estudantes saibam controlar o tempo de prova.
De volta à sala de aula após o Enem, é comum a reclamação de estudantes de que faltou tempo para ter um resultado mais positivo. Outra questão importante para os estudantes é internalizar o conceito da Teoria de Resposta ao Item (TRI). Conforme explica o professor, é preferível ler e ficar entre duas alternativas, mesmo que erre, do que chutar qualquer opção.
Isso porque a TRI é uma metodologia que busca medir a coerência pedagógica do acerto, não apenas a quantidade de respostas corretas. O sistema do Enem interpreta o acerto em questões consideradas difíceis, que a maioria erra, e o erro em questões fáceis, que a maioria acerta, como um acerto inconsistente, frequentemente indicativo de "chute", e penaliza essa incoerência.
Portanto, a estratégia ideal é sempre tentar eliminar o máximo de alternativas, focando em responder aquelas sobre as quais se tem o mínimo de certeza. (Agência Estado)