Para muitos, os pagamentos em cripto já são uma realidade. Se trabalha para uma Startup ou empresa tecnológica, isto provavelmente não é novo para si. No entanto, para a grande maioria das pessoas isso ainda não é uma questão, apesar do Brasil ser um dos dez maiores do mundo em movimentação de criptoativos, segundo dados da exchange Binance.
No entanto, isso pode começar a mudar conforme as mentalidades também mudam. Muitas empresas fora do setor cripto já começam a olhar para este método de pagamento como algo muito vantajoso e este artigo vai-lhe mostrar os motivos e engana-se se pensa que as vantagens são só para as empresas.
Pagamentos Cripto podem fazer parte do presente para alguns, mas parte do futuro para muitos. Como tal, fique a conhecer algumas coisas interessantes sobre o tema.
Porque é que as empresas devem pagar aos funcionários em criptomoedas?
O pagamento de salários tradicionalmente através dos bancos é lento e dispendioso. Ao pagar qualquer coisa fora do Brasil, essa transação pode demorar vários dias e incorrer em taxas elevadas tanto para o banco como para o cliente. As criptomoedas resolvem este problema e permitem que o dinheiro flua em minutos. Isto representa uma verdadeira vantagem, especialmente para empresas com equipas internacionais.
Por este motivo, muitas startups no panorama da blockchain e da tecnologia estão a optar deliberadamente pelas criptomoedas. Poupam custos, aumentam a flexibilidade e, ao mesmo tempo, destacam-se com o claim "somos inovadores". Este modelo é altamente valorizado para trabalho remoto e equipas distribuídas globalmente.
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Equilíbrio entre oportunidades e riscos
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As vantagens são óbvias:
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Transações rápidas
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Maior transparência
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Sem dependência dos bancos tradicionais
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No entanto, também existem riscos.
O maior obstáculo continua a ser a volatilidade. Um salário de 3.000 dólares em Bitcoin hoje pode valer significativamente mais ou menos após apenas algumas semanas.
As empresas que pagam em criptomoedas tendem, portanto, a depender de
stablecoins como a USDC ou a USDT para manter o valor estável.
Também existem armadilhas fiscais. Em muitos países, as criptomoedas são consideradas ativos e não um meio de pagamento. Isto significa que os colaboradores devem reportar os seus ganhos/perdas de preço às autoridades fiscais.
Maior liberdade para os colaboradores
As criptomoedas oferecem vantagens reais para os colaboradores. Aqueles que vivem em países sem um sistema bancário estável têm acesso direto ao dinheiro através de pagamentos via carteira. A solução é também interessante para os freelancers. Podem receber o seu rendimento globalmente sem desvios e decidir por si próprios se desejam manter as moedas ou trocá-las por moedas fiduciárias, sendo que, não esquecer que a Bitcoin, por exemplo, foi considerado o
melhor investimento de 2024 no Brasil.
As criptomoedas também oferecem maior flexibilidade. Os colaboradores podem receber pagamentos em tokens que utilizam para projetos ou investimentos específicos. Para muitos, isto também representa uma afirmação: aqueles que são pagos em criptomoedas sinalizam a sua participação num mundo de trabalho moderno e aberto.
Empregadores: Eficiência vs. Obrigações
As empresas beneficiam de custos mais baixos e de maior agilidade. No entanto, são obrigadas a cumprir requisitos regulamentares. Estes incluem a contabilidade, as declarações fiscais e as potenciais obrigações de divulgação às autoridades.
As corporações internacionais, em particular, estão a atingir os seus limites aqui. Devem verificar quais os países que permitem pagamentos em criptomoedas e quais os que os proíbem. Os departamentos de conformidade também desempenham um papel crucial. Aqueles que pagam aos funcionários em criptomoedas devem criar processos que sejam legalmente compatíveis e transparentes.
Regras diferentes consoante a região
A situação legal varia muito em todo o mundo. Nos EUA, foram emitidas diretrizes iniciais que reconhecem as criptomoedas como remuneração permitida, desde que determinadas condições sejam cumpridas. Na UE, a regulamentação MiCA criará um conjunto uniforme de regras a partir de 2025.
Na Ásia, os caminhos divergem. Enquanto o Japão e a Coreia do Sul regulam as criptomoedas de forma rigorosa, Singapura tem condições relativamente abertas. Os operadores globais precisam, portanto, de uma compreensão clara das regulamentações locais.
O papel das exchanges e das carteiras
Para que a folha de pagamento das criptomoedas funcione, as empresas precisam de parceiros. Muitos fornecedores combinam serviços de processamento de salários com carteiras. Os salários podem ser pagos automaticamente em tokens através de interfaces.
A seleção de exchanges é uma questão delicada. As empresas dependem de plataformas reguladas que garantem a segurança e a rastreabilidade. Mas também há colaboradores que valorizam mais a privacidade e preferem utilizar bolsas de criptomoedas sem KYC (Know Your Customer) porque podem abrir contas anónimas nas mesmas,
Esta é uma questão sensível para os empregadores. Por um lado, querem oferecer flexibilidade, mas, por outro, devem cumprir os requisitos legais de proteção contra o branqueamento de capitais. É aqui que a tensão entre liberdade e regulamentação se torna particularmente clara.
O pagamento de salários em criptomoedas representa uma fronteira inovadora entre a modernização financeira e a complexidade regulatória. Cabe às empresas e aos colaboradores encontrar o equilíbrio certo entre liberdade digital, segurança jurídica e estabilidade económica.