A Redação
Goiânia - Com a proximidade da Black Friday 2025, a expectativa por ofertas agressivas reacende a preocupação com o cenário financeiro das famílias brasileiras. O evento, que ocorre na última sexta-feira de novembro e tem origem nos Estados Unidos, foi criado para impulsionar as vendas antes do Natal. Nesse dia, lojas físicas e online devem oferecer descontos significativos em diversos produtos e serviços. Contudo, com a popularização da campanha, muitas marcas já realizam ofertas durante todo o mês de novembro, antecipando promessas de promoções arrojadas para a data.
Nesse contexto, o diretor-presidente do Sicoob UniCentro Br, Diogo Mafia, alerta que o período exige atenção redobrada, especialmente diante do cenário econômico atual, e reforça que a data se torna ainda mais sensível por coincidir com o recebimento da primeira parcela do 13º salário. “Devemos ver uma Black Friday mais agressiva do que o recomendado, o que preocupa quando observamos o aumento da inadimplência previsto para os próximos meses e para 2026”, afirma. Mafia explica que há o 'consumidor ideal' (o que age pela razão) e o 'consumidor real' (o que age por impulso). O consumidor ideal estaria sempre atento aos problemas econômicos – como a inflação alta e a taxa de juros. Essa consciência o levaria a tomar decisões de compra muito mais cuidadosas. No entanto, o dirigente observa que, na prática, essa racionalidade nem sempre prevalece.
Para evitar cair em promoções enganosas, o educador financeiro da cooperativa financeira, Gabriel Garola, recomenda o uso de ferramentas gratuitas que mostram o histórico de preços dos produtos. “Sites como o Buscapé e o JáCotei permitem acompanhar gráficos de preços dos últimos meses e comparar o valor atual. São recursos simples que ajudam a identificar se a promoção é verdadeira ou se trata de uma ‘Black Friday fake’”, orienta. Ele lembra, porém, que a estratégia ideal seria acompanhar os preços ao longo de mais tempo. “O mais indicado é que o consumidor monitore os produtos desejados por pelo menos seis meses. Assim, a compra ocorre de forma mais consciente. Mas sabemos que, na prática, muitos brasileiros não têm essa disciplina no planejamento financeiro”, pondera.
Para Gabriel Garola, outro ponto crucial é estabelecer um teto de gastos, já que o ideal seria que o consumidor definisse um limite para determinado produto, tanto o valor total quanto o valor da parcela no cartão de crédito. “Contudo, no cenário real existem pressões externas, especialmente das campanhas de marketing, que massificam a ideia de que ‘você não pode perder essa oferta’. Isso conduz à compra por impulso e ao superendividamento”, pontua. Garola lembra ainda que a principal recomendação é simples e direta: “No ano que vem as mesmas estratégias de venda serão usadas e os descontos provavelmente se repetirão. Se você não conseguir comprar agora, a próxima Black Friday pode ser uma alternativa, e você terá mais tempo para se planejar. Para os mais imediatistas, o Natal está chegando, quando haverá ótimas promoções”, completa.
Em relação ao Sicoob UniCentro Br, Gabriel Garola reforça o compromisso da instituição com a educação financeira, que disponibiliza canais para auxiliar consumidores e empreendedores. “Seguir a cooperativa nas redes sociais é uma forma de acessar informações sobre finanças pessoais, planejamento e investimentos, seja de maneira preventiva ou para quem deseja começar a montar uma reserva de emergência”, destaca. Ele também recomenda o portal Se Liga Finanças, que oferece conteúdos gratuitos e pode ser acessado por meio do
link. “Com o código 5004 da cooperativa, é possível realizar três cursos sem custos, abordando temas como controle orçamentário para MEI, gestão financeira pessoal e primeiros passos para investir — algo especialmente relevante em um contexto de Selic elevada”, finaliza.