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'Ciranda do Bem'

Com risco de fechar as portas, Cevam ganha campanha de apoio

ONG acolhe vítimas de violência doméstica | 23.09.13 - 10:16 Com risco de fechar as portas, Cevam ganha campanha de apoio Presidente do Cevam Maria Cecília Machado com Siron Franco e vereadora Cristina Lopes (Fotos:Bia Tahan)
Michelle Rabelo

Siron Franco e Leonardo Rizzo (Foto: Bia Tahan)
Goiânia - Depois de 32 anos e diante de um saldo devededor de R$800 mil, o Centro de Valorização da Mulher Consuelo Nasser (Cevam) estava condenado a fechar as portas quando passou a ser alvo de uma uma campanha permanente de arrecadação que promete resgatar a ONG. O lançamento da iniciativa, batizada de Ciranda do Bem, aconteceu na manhã desta segunda-feira (23/9), durante um café da manhã no Instituto Rizzo, Setor Sul, em Goiânia.

Na ocasião, a presidente do Cevam, que é uma Organização Não Governamental (ONG) e que vive de contribuições voluntárias,  Maria Cecília Machado, falou com a reportagem do jornal A Redação, e classificou a crise financeira como insustentável. 

Ela explicou que a ONG, além dos inúmeros problemas financeiros, enfrenta processos de caráter trabalhista gerados por falta de pagamento, repasse de vale transporte aos funcionários e outras ações ocasionadas pela falta de recursos financeiros. "Falta tudo. De medicamentos a combustível para os veículos. Não é todo dia que temos comida suficiente e adequada.  A situação está cada vez mais difícil", disse. 

Atualmente o Cevam, que é mantido a partir de doações de voluntários e dos chamados "Amigos da ONG", está há 22 meses sem receber o repasse do governo estadual, que era periodicamente enviado. Maria Cecília explica que o apoio financeiro principal parte de um grupo de arquitetos e empresários do ramo da construção civil. "A sociedade é presente, mas o que nós queremos é uma política pública específica. Queremos que o governador nos ajude. Nós sabemos que ele pode". 


Vereadora Cristina Lopes apresenta layout das peças - (Foto: Bia Tahan)
 
Sobre a campanha lançada nesta segunda-feira (23/9), Maria Cecília é enfática ao dizer que a expactativa é boa, mas que o objetivo principal do Cevam é sensibilizar o governador Marconi Perillo e a primeira dama, Valéria Perillo, quanto à situação alarmante das mulheres e crianças que precisam da ONG. 
 
Ajuda em boa hora
De acordo com a presidente do Cevam, em abril deste ano o governador Marconi Perillo, doou parte da arrecadação de sua festa de aniversário ao Cevam, mas a ajuda - mesmo em boa hora - não resolveu de vez os probelmas da ONG. Na ocasião, o  tucano entregou R$ 1,667 milhão a 22 entidades sociais cadastradas na Organização das Voluntárias de Goiás (OVG), entre elas o Cevam.

Maria Cecília conta que na época pagou algumas dívidas emergenciais e reformou a sede do Cevam, que fica no Setor Norte 
Ferroviário, em Goiânia. "Era preciso reformar a sede para continuar recebendo com dignidade mulheres, crianças e adolescentes agredidos, abusados ou abandonados. Hoje são 72".
 
"Gande parte das ações desenvolvidas em nossa ONG são voltadas também à recuperação de crianças e adolescentes agredidos, abusados ou abandonados. Por isso precisamos cada vez mais de apoio voluntário", completou. 
 
Ciranda do Bem
A campanha Ciranda do Bem é uma iniciativa da vereadora Cristina Lopes (PSDB), que depois de uma visita ao Cevam, pediu ajuda ao artista plástico Siron Franco. O artista plástico goiano, que também falou com a reportagem do jornal A Redação, na manhã desta segunda-feira (23/9), disse que fez questão de interromper um processo de criação, que resultará em uma exposição no Rio de Janeiro, para participar da campanha.


Siron Franco e vereadora Cristina Lopes (Foto: Bia Tahan)
 
"É uma obrigação ajudar e eu espero que outros artistas se incorporem a campanha. A imprensa precisa divulgar e a população tem que participar. É assim que vamos reerguer o Cevam". Siron cita um exemplo, que para ele é emblemático, de uma garota de apenas 12 anos de idade, grávida, vítima de maus tratos e que não sabe se o filho que gesta é do tio, do irmão ou do próprio pai. Ela segue abrigada no Cevam. "Eu tenho uma filha de 11 anos e fiquei atordoado com o caso".

Siron explica que a ideia da ciranda tem relação com continuidade, assim a campanha não precisa terminar. "É como fez Betinho com o Fome Zero. A ideia está lançada, agora precisamos não deixar ela morrer", frisa. 

Verba
Segundo o empresário Leonardo Rizzo, o Instituto Rizzo será um ponto de encontro de pessoas que queiram debater novas iniciativas. "Esse é um espaço aberto para as causas importantes. Acho que todo goiano deveria ter orgulho do Cevam", concluiu Rizzo. 

Ângela Pereira da Omega Dornier (Foto: Bia Tahan)
A arrecadação da campanha virá de dois braços: a venda de joias e de esculturas, todas idealizadas pelo artista plástico Siron Franco. O objetivo é angariar recursos para as despesas diárias do Cevam.

As joias, sendo quatro modelos de pulseiras e um de colar, em ouro, prata e pedras preciosas, serão vendidas nas lojas Omega Dornier durante um período de dois anos. Todas as peças têm o símbolo do infinito que, segundo Siron, representa a necessidade da campanha nunca acabar.  

As peças serão confeccionadas pela Omega Dornier e 100% da renda será repassada para o Cevam. "Vamos retirar apenas o valor do custo de produção das peças", explica a diretora comercial da empresa, Ângela Pereira.  Ela explica que as peças ficarão expostas em um display nas lojas, mas que o cliente também poderá encomendar uma peça exclusiva, tudo é claro, dentro do padrão Siron Franco. 


 
Ângela comenta que a cerca de cinco anos atrás a Omega fez uma outra parceria com Siron, que desenhou um colar com pingentes que representavam partes do corpo humano. A renda, na época, também foi repassada para um instituição sem fins lucrativos. "Temos que nos virar para ajudar a quem precisa. Não podemos deixar o Cevam fechar as portas".

A diretora diz que ainda não tem novos planos sociais em vista, mas que a empresa está aberta para iniciativas como a Ciranda do Bem. 

A outra forma de arrecadação é a venda de esculturas também assinadas por Siron Franco. Os objetos, em forma de antas, são uma espécie de continuação de um trabalho que o artista traz desde 1984. "A anta representa resistência e inteligência. Ela aparece sempre no meu trabalho". 

 

(Foto: Bia Tahan)
 
As antas foram confeccionadas em resina e pigmento nas cores amarelo, azul, branco e verde, com aproximadamente 50 cm de comprimento. Todas as esculturas foram ainda numeradas e identificadas com um código QRCode (código criptografado único que pode ser lido por um aplicativo baixado para celular), na parte inferior da arte.
 

 
As peças - um total de 25 de cada cor - serão comercializadas pelo Estúdio Lateliê, através do site da empresa  e toda a renda será revertida para o Cevam.  

O Cevam
A violência doméstica ainda é uma realidade cruel no Brasil e muitas pessoas são vítimas de maus tratos diariamente. Neste contexto, o Cevam trabalha acolhendo mulheres, adolescentes e crianças vítimas de violência. Segundo dados da ONG, a cada 24 segundos uma mulher é espancada no Brasil.

Para a vereadora Cristina Lopes (PSDB) (foto), o Cevam precisa ser ajudado. "Quando uma criança é violentada dentro de casa há um corte no processo de desenvolvimento. Isso é grave e é exatamente por isso que quando existe um lugar que cuida destas pessoas, temos que cuidar, valorizar."

A tucana explica que Goiânia não tem assistência social atualmente. Ela afirma que a pasta responsável pelo tema está parada desde o início da gestão do PT e que a área precisa de ações permanentes. "Vale lembrar que no dia 20 de outubro acontecem as eleições para conselheiro tutelar. Neste momento precisa-se escolher nomes fortes para fazer esser trabalhao de base que , com certeza, vai refletir nos casos de violência". 
 


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