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Reivindicações

Alunos e servidores da UFG seguem acampados nos campi de Jataí (GO)

Aulas estão paralisadas há nove dias | 29.03.14 - 16:40 Alunos e servidores da UFG seguem acampados nos campi de Jataí (GO) (Foto: Lorrane Ibrahim)
Lorena Lara

Goiânia -
Alunos, servidores e professores da Universidade Federal de Goiás (UFG) de Jataí (GO), no sudoeste de Goiás, continuam bloqueando a entrada dos dois campi do município. Na última quinta-feira (27/3), uma passeata foi organizada pelo movimento.

De acordo com a Polícia Militar, cerca de 150 pessoas se reuniram no campus Riachuelo, localizado no centro da cidade, e seguiram pelas ruas de Jataí, passando pela Câmara Municipal e parando em frente ao palácio da prefeitura. A entrada do campus foi bloqueada na última terça (25/3) e as aulas estão suspensas há oito dias. 

Segundo Lorrane Ibrahim, aluna do curso de Direito e membro da Comissão de Comunicação do movimento, o objetivo do protesto foi chamar a atenção do governo da cidade. “Já obtivemos respostas do governo federal e da UFG. A prefeitura é a única que ainda não se posicionou”, afirma a estudante.

Lorrane conta que os manifestantes pedem, principalmente, por melhorias na acessibilidade ao campus Jatobá, localizado na BR-364.

"Queremos melhores estruturas físicas e docentes. Precisamos de uma travessia segura pela BR, para que tenhamos de passar o mínimo de tempo nela”, conta. Lombadas eletrônicas, poda da vegetação e a construção de uma passarela sobre a rodovia são exigências dos estudantes, que também querem novas linhas de ônibus - atualmente, são apenas duas linhas atendendo o campus Jatobá.

Em solidariedade aos alunos de Jataí, estudantes do campus Samambaia invadiram a reitoria nesta sexta (28) e entregaram um documento com a lista de exigências da unidade jataiense ao reitor Orlando Amaral. "Viemos manifestar solidariedade aos estudantes do campus de Jataí, porque a situação de lá reflete a precariedade da educação pública no Brasil", disseram os alunos.

Assista ao momento em que o prédio é ocupado:
 

 
Ao final do protesto de quinta-feira, os alunos apresentaram suas pautas frente à prefeitura. “Eles entregaram uma proposta e protocolaram o documento, que foi assinado pelo secretário geral de governo”, afirmou o Tenente Marcelo Fernandes. A passeata foi balizada por soldados da PM e agentes da Secretaria Municipal de Trânsito (SMT).
 

(Foto: reprodução/Ato pela Acessibilidade - UFG)

Acidente
Os protestos nas unidades da UFG de Jataí ocorrem desde o último dia 20, após uma aluna do curso de Direito morrer ao voltar para casa. Josiane Evangelista foi atropelada por uma caminhonete e gerou revolta entre os alunos.

"Isso nos comoveu a iniciar o movimento", afirma Lorrane. Professores e estudantes se revezam há nove dias no acampamento montado em frente à entrada do campus Jatobá, que também está bloqueado. "Estamos dificultando a entrada de veículos. A intenção é paralisar as atividades da universidade", ressalta a aluna.
 
 

(Foto: Lorrane Ibrahim)

Resposta
Em entrevista ao jornal A Redação, o reitor da UFG, Orlando Amaral, contou que esteve em Jataí na semana passada. “Fizemos uma reunião com os estudantes e com a comunidade em geral para discutir a acessibilidade ao campus”. Além desta reunião, o presidente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) Paulo Sérgio Passos e o vice-reitor Manuel Chaves também se reuniram com os alunos na última quarta-feira (26).
 
De acordo com o reitor Orlando, o DNIT se comprometeu a colocar uma lombada eletrônica próxima à entrada do campus, além de realizar a poda da vegetação, sinalizar a rodovia e providenciar a iluminação. “Eles também vão analisar tecnicamente a possibilidade de fazer um retorno mais próximo”.
 
Outras exigências
As reivindicações, no entanto, não se limitam a melhorias na rodovia. Os manifestantes também exigem maior acessibilidade física a portadores de necessidades especiais. No campus Riachuelo, Lorrane conta que “é um prédio que só tem escadas e falta acesso para cadeirantes e cegos”. Outra pauta é a contratação de professores efetivos para alunos surdos-mudos.
 
Em relação a essas reivindicações, o reitor Orlando afirmou que as soluções já começaram a ser buscadas. “No caso dos intérpretes de libras, já autorizamos a contratação temporária de pessoas qualificadas. Não são professores efetivos porque não temos vagas disponíveis no momento”.
 
Quanto à melhoria na acessibilidade dos prédios, o reitor afirma que a questão está se resolvendo de forma paulatina. “Os prédios do campus Riachuelo são antigos e não havia a preocupação com acessibilidade quando eles foram construídos. O que nós estamos fazendo é adaptar as construções com as condições necessárias à acessibilidade”.

De acordo com Orlando, a questão deve ser resolvida a médio prazo, porque exige análise dos projetos e abertura de licitação. “Por enquanto, o que é possível fazer é locar as salas que têm alunos com necessidades especiais nos andares térreos”, conta o reitor.

Prefeitura
Em relação às linhas de ônibus municipais, ainda não há resposta. Em entrevista ao AR, o vice-prefeito de Jataí, Reni Garcia, afirmou que a prefeitura já havia tentado construir uma pista paralela à BR-364, mas o projeto não prosseguiu.

“A universidade não deixou”, justifica. Diante da situação precária do transporte público para os alunos, a UFG disponibilizou a criação de uma nova linha que fará o caminho entre os campi Jatobá e Riachuelo.
 
No entanto, a nova linha ainda não começou a rodar. “Veio um motorista de Jataí para levar esse ônibus, mas ele não pode fazer isso porque nossos técnicos em greve estão bloqueando a saída dos veículos da nossa frota”, afirma o reitor Orlando Amaral.

“Solicitamos ao comando de greve que liberem a saída desse ônibus. Espero que haja uma sensibilidade para que o veículo possa ir para a cidade de Jataí e iniciar o transporte”, ressalta.
 
Até o fechamento desta matéria, às 12 horas, a reportagem do jornal A Redação não conseguiu entrar em contato com o DNIT.

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