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Suspensão na Igreja Católica

Padre Luiz só poderá atender a 16 pessoas

Antes, missas chegavam a ter 3,5 mil fiéis | 01.11.11 - 19:46


José Cácio Júnior
Catherine Moraes
fotos: Comunidade Atos, no Recreio dos Bandeirantes (credito: Fábio Lima)


A proibição imposta ao padre Luiz Augusto, de só poder celebrar missas para integrantes da comunidade religiosa Atos, aplicada pela Arquidiocese de Goiânia na sexta-feira (28/10), deve gerar ainda mais polêmica entre os fiéis da Igreja Católica. Diretor espiritual da Comunidade Atos, situada no Recanto dos Bandeirantes (extremo Noroeste da capital), o pároco não poderá mais atender a fiéis de outras localidades que procurarem o atendimento dele – para conselhos, missas ou confissões, por exemplo. Apenas 16 pessoas consagradas (que integram a Atos) poderão ser atendidas pelo padre Luiz.

A justificativa foi dada nesta terça-feira (1/11) pelo bispo auxiliar da Arquidiocese de Goiânia, dom Waldemar Passini Dalbello, por meio do Vicariato de Comunicação da igreja. Segundo o Vicariato, um diretor espiritual de uma comunidade religiosa possui responsabilidades diferentes de um padre de uma paróquia, que atende à comunidade em geral. A arquidiocese negou atrito com o padre Luiz.

"A Arquidiocese de Goiânia é extremamente agradecida pelo trabalho missionário realizado pelo padre Luiz Augusto. Mas como diretor espiritual, ele possui responsabilidade com os consagrados da comunidade a qual responde", completa o Vicariato de Comunicação.

Por orientação da Arquidiocese, padre Luiz afirmou que não dará entrevistas. Pessoas próximas ao religioso contam que ele deve conversar com o arcebispo de Goiânia, dom Washington, na próxima semana, para tomar conhecimento de todas as proibições e tentar chegar a um acordo.

Outro trabalho realizado pelo padre, de assistência a famílias no aterro sanitário de Aparecida de Goiânia, também está suspenso. Padre Luiz levava alimentos, brinquedos e celebrava missas para as pessoas que moram no local, em meio ao lixo depositado diariamente.

Atuação limitada
Com a medida, a atuação de padre Luiz torna-se limitada aos consagrados da Atos. Consagrados, conforme a Igreja Católica, são pessoas que abdicam de sua vida pessoal para viver e trabalhar em prol do projeto missionário desenvolvido por uma comunidade religiosa.

Segundo o fundador da Comunidade Atos, Igo Neander, somente 16 missionários moram atualmente no local. Desde maio de 2011, quando passou a ser diretor espiritual da Atos, padre Luiz construiu um espaço que comporta 3,5 mil pessoas sentadas durante as missas, e normalmente operando com locação máxima. Desde sexta-feira, quando a medida da Arquidiocese foi anunciada, o espaço praticamente deixou de ser utilizado.

Igo Neander afirma que é o arcebispo quem determina as ações que são permitidas a uma comunidade religiosa. A principal orientação é que a programação nas comunidades religiosas seja diferente das realizadas pelas paróquias. A Comunidade Atos, por exemplo, oferecia, aos domingos, "programação intensa aos fiéis que incluem celebrações de missas e outras atividades religiosas", explica Neander.

Missa de Finados cancelada
Por conta da proibição a padre Luiz, a Comunidade Atos cancelou a missa de Finados que seria celebrada nesta quarta-feira (2/11). Agora, a única missa será celebrada aos domingos, para os consagrados.

A medida já começou a valer no domingo (30/10), quando foi lida em missas na capital. Fiéis de outros locais que foram participar da celebração dominicial da Comunidade Atos ficaram revoltados com a decisão, pois muitos acompanham o trabalho missionário realizado por padre Luiz e estão tomando conhecido da suspensão quando chegam à comunidade para participar das missas.

Outra situação ainda pode reverberar. Pelas regras da Igreja Católica, a comunidade não pode deixar de receber pessoas que queiram assistir às celebrações. Para evitar confusão de cancelamento de missas ou troca de pároco em cima da hora, a Arquidiocese de Goiânia tem enviado padres para celebrar na Atos.

A reportagem visitou a comunidade nesta terça-feira e constatou uma verdadeira romaria de fiéis incorfomados com a decisão, formando filas para prestar solidariedade a padre Luiz.

Transferência e polêmica
Depois de 15 anos na paróquia Sagrada Família, na Vila Canaã, situada na região Oeste de Goiânia, a transferência de padre Luiz para a Comunidade Atos foi motivo de mobilização na comunidade católica. Caminhadas, protestos e um abaixo-assinado foi realizado na tentativa de convencer dom Washington Cruz a deixar o padre onde estava.

Além de iniciar a construção do novo prédio da Sagrada Família e da Capela Medalha Milagrosa, o padre realizou diversos projetos sociais na comunidade. Usuários de drogas, grávidas que não tinham onde morar e portadores de doenças conviviam nos abrigos construídos por padre Luiz. A paróquia também disponibilizava profissionais das mais diversas áreas para atender à comunidade. Médicos, dentistas, psicológos e assistentes sociais, entre outros profissionais, revezavam os atendimentos.

O Código do Direito Canônico, livro que reúne a doutrina jurídica da Igreja Católica, define que os padres sejam trocados de paróquia a cada seis anos. A medida é uma forma de fazer com que os padres conheçam a realidade da diocese em que vivem e uma das características da vocação pastoral. Se dependesse dos fiéis da Sagrada Família, a lei seria desconsiderada e padre Luiz continuaria na paróquia.

Por mais que as duas partes neguem, desentendimentos entre dom Washington e padre Luiz seria o motivador da decisão da arquidiocese. As divergências são conhecidas por pessoas que fazem parte do meio religioso, assim como a suposta desobediência de padre Luiz ao seu superior.

Comunidades em Goiânia
O trabalho pastoral de padre Luiz se confunde com outra comunidade de Goiânia, a Luz da Vida, próxima à Atos. Fundada por Luiz Antônio, a comunidade realizava atividades em conjunto com a igreja Sagrada Família quando padre Luiz Augusto era o pároco.

Missas e retiros com a presença do padre eram realizados com frequência. A Luz da Vida, assim como a Atos, é mantida por doações financeiras de colaboradores, e realizava uma vez por mês uma missa para quem contribuia com a manutenção da comunidade. As missas com a presença do padre Luiz também devem ser canceladas.

Segundo a irmã Crislene Pereira de Moreira, formadora da Luz da Vida, a comunidade acatará a mesma decisão da arquidiocese. Cerca de 30 pessoas moram na comunidade.

Existe ainda uma terceira comunidade religiosa em Goiânia, a Nova Aliança, no Jardim Liberdade. A casa-mãe (espécie de sede principal das demais comunidades) fica em Belo Horizonte (MG). Segundo a coordenadora da Nova Aliança, Teresinha Gomes da Silva, seis missionários moram no local.

Leia Mais:
Padre Luiz proibido de celebrar missas fora da paróquia


Comentários

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  • 07.02.2012 11:10 wanessa

    Força Padre Luiz....Nós precisamos do senhor.

  • 02.02.2012 04:17 JEZIEL BARBOSA FERREIRA

    O Pe. Luiz Augusto Ferreira da Silva foi nomeado, nesta quinta-feira, dia 02 de fevereiro, para trabalhar na Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus, em Aparecida de Goiânia. Ali, poderá se dedicar ao modelo de pastoral que é próprio da vida paroquial, quer na pregação da Palavra de Deus, celebração diária da Santa Missa, atendimento pessoal e administração do sacramento da penitência, bem como o cuidado dos mais necessitados e dos doentes. A nomeação foi feita por Dom Washington Cruz, Arcebispo de Goiânia. No próximo domingo o sacerdote será apresentado à comunidade paroquial. Segundo o documento oficial, a decisão atende necessidades espirituais e pastorais da paróquia, vinculada ao Vicariato de Aparecida de Goiânia. Com a nomeação, Pe. Luiz Augusto também atuará de modo estável na comunidade que se constituiu ao redor do chamado “lixão”, onde já costumava se dedicar à assistência social e espiritual de forma esporádica. A Igreja de Goiânia espera do Pe. Luiz Augusto que nessa missão tenha por sublime modelo o Cristo Pastor, confie na assistência do Espírito Santo que anima os Sucessores dos Apóstolos, e coopere com o pároco, Pe. Cássio Augusto de Paiva, na condução da comunidade de fiéis dessa porção do Povo de Deus. Obs.: O horário da celebração ainda será definido pela arquidioce

  • 01.02.2012 10:01 Priscila

    E um absurdo o que tão fazendo com o Padre Luiz .......me entristece muito... Vamos rezar gente..... e dom Waldemar Passini Dalbello e dom Washington Cruz .!!!!!!!! perseguição pura !!!! Goiânia não aprova essa atitude.....

  • 26.01.2012 11:46 keli

    A verdade é que esse padre é tão ruim que tiravam as pessoas da fila de comunhão porque chegavam atrasadas e ainda humilhavam... e fazim muito mais mi liga que tenho muito mais a contar keli 39424267

  • 16.01.2012 04:31 VIVIANE

    ESSE DOM Washington, DEVERIA CRIAR VERGONHA NESSA CARA CHEIA DE RUGA DELE, E RESOLVER ISSO LOGO. QUE ESCANDALO VIU. TEM PESSOAS NA SOCIEDADE FALANDO QUE O PADRE FOI AFASTADO POR CAUSA DE PEDOFILIA, OS CRENTES É OS QUE MAIS FALAM. OUTROS FALAM QUE FOI POR DESVIO DE VERBA. ISSO NÃO PASSA DE CALÚNIA. MAIS ESSE DOM DO INFERNO NÃO ESTÁ NEM AI. ISSO PARA O CRENTES ESTA SENDOM UMA MARAVILHA. ELES FALAM ASSIM: TA VENDO A BABILONIA SENDO DESTRUIDA. DOM VALDEMAR PELO AMOR DE DEUS VOCEIS ESTÃO ACABANDO COM A IMAGEM DA IGREJA. JÁ PASSOU DA HORA DE VOCEIS ACABAR COM ISSO. O PADRE LUIS É QUE ESTÁ CERTO EM PENSAR DE DESISTIR DE SER PADRE, NINGUEM SUPORTA ISSO NÃO. QUE VERGONHA PRA IGREJA, EU TO FORA..

  • 16.01.2012 01:24 Maria Lucia

    Tenho certeza que Jesus está vontando, principalmente ao assistir e vivenciar ações como essa: afastamento de sacerdote Padre Luiz, disciplulo de Jesus Cristo, que esteve e sempre estará com os que sofrem, abandonados e humildes: apascentando, confortando e levando esperança... não será o ser humano que impedirá a obra de Deus, ninguém poderá impedir a UNÇÃO E BENÇÃO QUE HÁ SOBRE O Padre Luiz. Fica a minha indignação a Santa Madre Igreja, que mais uma vez tenta para a obra de Deus.

  • 15.01.2012 11:03 Paulo César melim

    Sou ex-padre da igreja católica e muito me dediquei aos pobres de Deus, mas essa estrutura interna controlada pelo OPUS DEI, está fazendo a igreja sucumbir a cada dia, principalmente após a entrada de Bento 16, Deus sim com a graça do Espirito Santo irá extirpar o mal chamado Vaticano, a igreja não precisará de sede pois será itinerante pelo mundo, missionária como desejava Paulo, Padre Luis, a verdadeira Igreja é o Povo e não o Vaticano .

  • 15.01.2012 06:23 lana luisa

    O PADRE DAS MULTIDÕES,O PADRE QUE OS FIÉIS LEVAM A BIBLIA PARA IGREJA, O PADRE QUE DISTRIBUIM CESTAS BÁSICAS, O PADRE QUE VISITA MORADORES DE LIXÃO, O PADRE QUE VISITA PRESIDIOS, É HUMILHADO POR DOM WALDEMAR, DIZENDO QUE TUDO ÍSTO QUE ELE FAZ É PARA APARECER. E DIZ MAIS, QUE ELE USA BATINA PORQUE QUER SER DIFERENTE. DOM WALDEMAR, SE SER BOM, É QUERER APARECER, O PADRE LUIZ AUGUSTO DEVE CONTINUAR. E O QUE SENHOR, FAZ PARA HUMILDES,? NADA...QUEM QUE APARECER É O SENHOR E DOM WASHINGTON, QUE PROIBE O PADRE DAS MULTIDÕES A CELEBRAR, MISSA, CASAMENTO, BATIZADOS E FAZER PROGRAMA DE RÁDIOS E TELEVISÃO. EU CLAMO A TODOS, VAMOS PROTESTAR E SE PRECISO FOR, VAMOS AO A CNBB AO PAPA.

  • 14.01.2012 11:46 MARIA ONIZIA

    ME SINTO MUITO TRISTE COM ESSA SITUAÇÃO,POIS FALTA PADRES NAS COMUNIDADES, E É UM ABSURDO DEIXAR UM PADRE PARA CELEBRAR SOMENTE PARA 16 PESSOAS.MUMA CAPITAL COM TANTAS PAROQUIAS E COMUNIDADES.NOSSO ARCEBISPO PRECISA REVER ESSA DECISÃO. COMUNIDADE NOSSA SENHORA APARECIDA.SANTOS DUMONT.

  • 10.01.2012 04:47 Aparecida francisca sulino martins

    Eu,estou triste com tudo isso,para min estão crusificando cristo novament.

  • 28.12.2011 08:10 adriano

    que vergonha o arcebispo deixou a inveja falar mais auto e puni os fieis isso é um bom sinal de desrespeito as pessoas não só que frequentam a comunidade mais de toda capital. goiânia, se meu dízimo não fosse compromisso com Deus eu não pagaria nas igrejas de goiânia se meu bispo não me respeita porquê respeitar sua autoridade.

  • 27.12.2011 12:01 Rivelino

    A pior desgraça na vida de uma pessoa é a falta de humildade que lava a desobediência e a se levantar contra o magistério da Igreja. isso é uma ofensa diretamente a Cristo. Não podemos esquecer o que a própria Igreja nos ensina; quando um Padre se salva leva uma multidão de almas consigo e quando se condena leva consigo uma multidão de almas. nós precisamos ajudar os padres serem fiéis a Cristo para que nós possamos ser salvos. Então gente ajudem este pobre padre a ser fiel ao seu sacerdócio e a Igreja e não sejam um bando de covardes apoiando seus erros causando mais confusão fazendo se afastar cada vez mais, não queira ser responsável pela condenação de alguém. que Deus lhes abençoe!

  • 23.12.2011 07:24 Carlos

    Luizivalter a decisão tomada pela Arquidiocese em relção ao padre luiz Augusto pela Igreja católica é normal. O Padre católico é diferente do pastor evangélico, ele deve estar em comunhão com o presbitério da sua igreja local isto é a arquidiocese, infelismente o Padre Luiz agiu por conta próprio e não agiu em comum com os outros padres e o plano de pastoral da arquidiocese E ISSO GOSTANDO OU NÃO O BISPO TEM QUE INTERVIR, para evitar que cada um faça o que bem entende. Para a Igrewja católica quem evangeliza não é o padre sozinho, mas o presbitério, a hierarquia tem muito cuidado em relação ao personalismo, quando a persoanlidade do padre passa a chamar mais atenção que as diretrizes pastorais da igreja. Então não foi por inveja, nada disso, pois se fosse assim esta decisão já teria sido tomada a muito tempo, mas foi para preservar a unidade do presbitério (para que nemhum padre seja considerado mais importante que o outro).

  • 22.12.2011 03:56 luzivalter

    Tenho Pena deste Dom Waldemar e dom washington, que não escutou o clamor, de toda uma acomunidade catolica que gosta das celebrações do Padre Luiz Augusto, não entendo mais o que é evangelizar, o que é ser solidario,E quantas vidas, casamentos restituido, que ouviram a palavra de Deus através do Padre Luiz Augusto e seus conselhos como pai espiritual. Não! a inveja, as perseguições prevalençe no coração desses dois senhores que se diz ser homens de Deus. Se for homem de Deus, como estará o inferno. com dois homens desses.

  • 13.12.2011 11:18 Pedro

    Caro Jornalista José Cácio, parabéns pelos artigos que tem feito acerca do assunto Pe Luiz. Está na hora de mostrar o que os outros Padres de Goiânia e do Estado fazem em prol das pessoas carentes, inclusive mostrar como eles vivem e o que fazem. Aliás, seria muito interessante entrevistar o próprio Dom Washington pra ele apresentar pra comunidade o que ele, e seus auxiliares tem feito em prol das pessoas pobres do nosso Estado. Se o bispo tem coragem de mostrar as riquezas da Igreja, suas propriedades e o quanto fatura na UCG e o que ela faz para a comunidade carente. Seria muito interessante uma reportagem com esse objetivo, iria esclarecer as pessoas que rumo tomar. Fazer de conta que somos católicos ou procurar Deus em outras religiões.

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