Lorena Lara
Goiânia - Desde a instalação das floreiras feitas de pneus na Avenida T-63, em novembro, os enfeites são alvo de críticas - tanto por comerciantes e motoristas que passam pelo local, quanto nas redes sociais. O desgaste foi tanto que a prefeitura resolveu substituí-los.
Os adereços foram instalados pela Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) no trecho entre o viaduto João Alves de Queiroz, na Avenida S1, e a Avenida Circular. As floreiras, feitas de pneus pintados com bolinhas e dependuradas em postes, estão espalhadas ao longo de quase 1 km.
Revoltado com a falta de bom gosto dos enfeites, o arquiteto Leo Romano chegou a
publicar em seu blog, na última segunda-feira (29/12), um post entitulado "Onde foi parar meu pneu?". No texto, Leo compara intervenções em parques de cidades como Nova York e Miami com a instalação dos enfeitos na T-63.
"Vemos intervenções maravilhosas sendo feitas em diversas partes do mundo. Nova Iorque acaba de inaugurar a última etapa do Highline Park, mostrando ao mundo a relevância de um tratamento digno para os espaços públicos de convívio", escreve o arquiteto.
Leo Romano relata que, quando viu as floreiras pela primeira vez, ficou chocado. "Fiquei com vontade de descer do meu carro e arracar o que vi na avenida com as próprias mãos".
Substituição
Após contato com a reportagem do jornal A Redação, a Comurg informou que a decisão de se utilizar as floreiras veio da falta de água durante o período da seca. Canteiros requerem muita água, então optamos por substituir por floreiras, explicou a assessoria do órgão.
O uso de pneus, ainda segundo a Comurg, foi uma "experiência" para incentivar a reutilização. "Nós colocamos para aproveitar e fazer um enfeite natalino, mas a ideia principal foi de mostrar a sustentabilidade, informou o presidente do órgão, Ormando Pires Júnior.
"Todo o material utilizado é proveniente de descarte", disse Ormando. Somente os cabos de aço teriam sido comprados. A mão-de-obra foi disponibilizada pela própria Companhia e, ao final, o custo de cada uma das floreiras teria ficado em cerca de R$ 30.
Com a não aprovação do arranjo, a Comurg decidiu substituir a decoração. Novos tipos de floreira serão colocados em janeiro, afirmou a assessoria do órgão.
Questionado sobre como lidou com as críticas da população, Ormando declarou que "lidamos da mesma maneira que lidamos com qualquer situação que envolva a opinião pública".
Sobre como serão os novos enfeites, existe a possibilidade de que pneus também sejam utilizados. A nova decoração, no entanto, não é uma certeza. "A única coisa que será mantida é o gramado", afirmou o presidente do órgão.
A retirada das floreiras, segundo Ormando, deve começar já na próxima semana, juntamente com os outros enfeites de Natal espalhados pela cidade.