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Entrevista: Giuseppe Vecci

"Marconi é a cara do PSDB e é alternativa para disputar a Presidência"

Deputado assume hoje vice-presidência do PSDB | 05.07.15 - 09:12 "Marconi é a cara do PSDB e é alternativa para disputar a Presidência" (Fotos:Letícia Coqueiro/A Redação)Kamylla Rodrigues
 
Goiânia - Em entrevista ao Jornal A Redação, o deputado federal Giuseppe Vecci (PSDB) fez um balanço de sua atuação na Câmara dos Deputados. Para os jornalistas João Unes, Adriana Marinelli e Kamylla Rodrigues, o economista elogiou o governador Marconi Perillo e criticou o governo do PT. Ele negou ser uma opção para disputar o Paço Municipal em 2016 e afirmou que José Eliton deve ser o possível sucessor de Marconi. Confira mais detalhes na entrevista:
 
Jornal A Redação: Deputado, o senhor tomou posse em 1º de fevereiro. Qual o balanço desses cinco meses no Congresso Nacional?
 
Guiseppe Vecci: Eu participo de cinco comissões dentro da Câmara. Ao longo desse período, nós tivemos frentes de trabalho em cada uma. Na área de desenvolvimento regional, estamos com uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa estender os benefícios do Fundo de Brasília para os municípios de Goiás e do DF. Ainda não foi apresentada, mas já estamos coletando assinaturas. Eu já apresentei um projeto para que as doações para museus sejam descontadas no Imposto de Renda. Apresentei um projeto de economia criativa para que o Fundo Constitucional do Centro-Oeste, do Nordeste e do Norte possa financiar o setor da economia criativa. Esse já foi apresentado no Congresso.
 
Estamos ainda com um projeto que está na consultoria técnica e que trabalha a possibilidade de promover concessões aos Parques Nacionais e com isso impulsionar a visitação. No mundo inteiro, os parques nacionais têm uma atividade comercial que não fere a questão ambiental e cria condições de visitação maior. No Brasil, temos isso só no Rio de Janeiro e em Foz do Iguaçu. O Parque da Chapada dos Veadeiros e o Parque das Emas, em Goiás, por exemplo, estão parados porque não há infraestrutura.
 
Na área da educação, discutindo todos os projetos dos indicadores de qualidade. Hoje, você não avalia a educação através do ensino, mas sim da aprendizagem. Nós descobrimos que apesar do volume maior de investimentos na educação e da inclusão maior de brasileiros na educação, a qualidade permanece a mesma. Comparativamente a outros países, a educação brasileira está muito aquém. Esta semana fizemos uma audiência pública discutindo isso. Queremos desenvolver projetos e trabalhar essa questão da educação em nível nacional.

AR: O PSDB realiza neste domingo (5/7) a convenção nacional. O senhor deve então assumir a vice-presidência. Quais são os desafios que o senhor deve enfrentar?
 
Vecci: Hoje, o PSDB se tornou uma opção para o Brasil, com capacidade para trabalhar e ter equilíbrio para administrar conflitos. O PSDB é o equilíbrio entre o social e o econômico, entre a cultura do direito e a cultura do dever e isso cria uma condição muito positiva. Um exemplo foi o que aconteceu com a aprovação da maioridade penal na Câmara. Você tinha dois polos antagônicos. O PSDB fez uma proposta conciliatória para que a medida valesse para crimes hediondos. Às vezes as pessoas falam que o PSDB está em cima do muro, mas é que conciliar as duas pontas não é fácil. Isso credencia cada vez mais o nosso partido para ser a esperança de dias melhores.
 
 
AR: Com esse cargo, o senhor vai poder trabalhar para lançar o governador Marconi Perillo como presidente?
 
Vecci: Eu vou trabalhar primeiro para ajudar o Brasil. Segundo, como eu sou do estado de Goiás, vou trabalhar lá dentro para ajudar o estado de Goiás. Seria uma honra trabalhar para o governador Marconi em nível nacional. Vou trabalhar para aquilo que nós desejamos. O máximo que a gente puder fazer para criar condições para auxiliar a construção do país, eu com certeza farei.
 
AR: o senhor vê chances de Marconi Perillo se candidatar como alternativa à presidência?
 
Vecci: Não tenho dúvida.
 
AR: Hoje, o candidato é o Aécio?!
 
Vecci: O Aécio é um nome que aglutina, um nome que bateu na trave. Ele tem tido a oportunidade de conciliar interesses maiores em nível de pais. Mas acho que os quatro mandatos de Marconi como governador pode pesar. Ele passou por dificuldades tremendas, conseguiu superá-las e está cada vez com mais energia, garra e determinação. Isso é muito positivo.
 
AR: O senhor acredita na possibilidade dele chegar a mudar de partido?
 
Vecci: Não acredito nisso. Marconi tem a cara do PSDB.
 
 
AR: E a sucessão de Marconi? Quais os nomes que o senhor aposta?
 
 
Vecci: José Eliton. É natural que o nome dele venha despontar para o governo. Ele vai ter que mostrar serviço e condições de assumir. Eu acredito que ele tem isso.
 
AR: e pelo PSDB?
 
Vecci: Ainda não sei.




AR: Algumas notícias de bastidores apontam a chamada ‘fila’ para disputar o paço municipal dentro do partido. Existe isso? Para o senhor, qual seria o melhor nome neste momento?
 
Vecci: O PSDB tem muitos nomes. A primeira coisa que temos que pensar é que, qualquer que seja o candidato, este deve ter uma proposta para canalizar os anseios da cidade e da população. Temos muitos candidatos, entre eles o delegado Waldir Soares, secretário Jayme Rincon, a professora Raquel e outros diversos nomes. Eu acho que cada um deve ter um plano de governo, uma proposta de gestão moderna que possa gerar confiabilidade na população. Acho que o PSDB tem demonstrado isso.
 
AR: Como está o relacionamento da bancada do PSDB com o governador? O fato de um deputado não ter sido nomeado para a presidência do diretório atrapalhou esse relacionamento?
 
Vecci: Eu acho que qualquer um pôde pleitear a presidência do partido. Eu, por exemplo, sou fundador do PSDB. O partido tem 27 anos e estou nele há 26. Acho que vereador, deputado estadual ou federal, qualquer filiado, quem quer que seja, tem todo direito de pleitear, bem como as forças que compõem o PSDB também tem direito de acatar ou não. Acho que foi um processo democrático. Houve um interesse de um deputado em ser candidato à presidência, mas ele não encontrou as condições para aglutinar o partido. Não vejo isso como qualquer rompimento. Temos que aprender a disputar e perder sem que haja rompimento.
 
AR: Qual sua opinião sobre a implantação de Organização Social (OS) ou Parceria Pública Privada (PPP) na rede pública estadual de educação?
 
Vecci: Estamos em um processo de aprendizado. A saúde estava muito ruim operada pelo Estaco e o processo de gerência pelas OSs foi exitoso, por isso vejo com bons olhos a possibilidade de termos gestores fora do estado operacionalizando a Educação. Para o cidadão, não interessa se a educação é estadual ou privada. O que interessa é se tem qualidade ou não. Espero que a proposta do governador Marconi Perillo encontre êxito assim como alcançou a área da saúde. No começo todo mundo criticou, mas hoje a qualidade da saúde é muito melhor. Espero que na educação ocorra a mesma coisa.

AR: Como o senhor avalia esse cenário de crise no Brasil e em Goiás? O Estado tem condições de ser o primeiro a sair dessa recessão nacional, como tem pregado o governador Marconi Perillo?
 
Vecci: O Marconi é uma pessoa dinâmica, não fica choramingando os problemas pelos cantos. Ele já enfrentou inúmeros problemas. Tive a honra de ser secretário dele por três vezes. Acho que ele tem uma força interior e determinação para enfrentar os problemas de frente. Muito antes da crise se instalar, ele já sabia o que o Brasil enfrentaria este ano e por isso ele se antecipou e fez uma reforma administrativa. Todo mundo que está no governo quer gastar, mas ele segurou, demitiu, enxugou o Estado para poder enfrentar o problema. Isso não quer dizer que Goiás não esteja passando por dificuldade, mas é bem menor do que os outros estados brasileiros. Ele está enfrentando essa situação de uma forma dinâmica, colocando o foco também no desenvolvimento do estado, com a busca por investimentos. Diferente do que vemos no restante do país, que enfrenta uma crise ética, política e econômica sem precedentes. O governo da Dilma arruinou a economia brasileira. Ela demonstrou sua incapacidade de gestão. Nos últimos cinco anos, todos os indicadores do Brasil pioraram. É um desgoverno e uma falta de perspectiva de dias melhores. Isso quebra a esperança de todo mundo. Inflação lá em cima, desemprego, desaceleração da economia, estagnação.
 
AR: Isso poderia acarretar em um possível impeachment?
 
Vecci: As coisas estão batendo na trave. Ainda não tivemos um fato determinante. Certamente se o Tribunal de Contas da União (TCU) não aprovar as contas dela já se cria um fato mais concreto que possa levar a esse processo.
 
AR: Como o senhor avalia a gestão do prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, já entrando na reta final da administração dele?
 
Vecci: Eu sou morador de Goiânia há mais de 42 anos e torço para que a nossa cidade possa ter uma qualidade de vida melhor, possa se inserir qualitativamente como cidade boa para se viver. Vejo com pesar as dificuldades que ele encontra para poder desempenhar a função de gestor de nossa cidade. Acho que o PSDB tem todas as condições de ter uma candidatura forte e mostrar o seu jeito moderno de governar para colocar Goiânia no patamar que a gente sempre desejou.
 
AR: Se o nome do senhor fosse lançado para assumir a prefeitura, o senhor toparia?
 
Vecci: Meu nome foi lançado como deputado federal, que é um grande desafio, e só estou há cinco meses como deputado. Não tem cabimento eu pensar em outras questões. Todo político quer cargos maiores e eu não me furto a isso, mas estou focado na Câmara dos Deputados.
 
AR: Como o senhor avalia a gestão do Eduardo Cunha. Acha que vai haver uma ruptura entre PMDB e PT?
 
Vecci: Vejo a gestão do Eduardo Cunha com bons olhos. Ele demonstrou firmeza ao desengavetar vários projetos. Estamos trabalhando muito na casa, mesmo assim essa efervescência é tímida perto do que a população espera. Vejo com muito dinamismo as atividades na casa. Às vezes discordo de algumas questões, mas me sinto muito bem representado por ele.
 
AR: Qual a opinião do senhor sobre a redução da maioridade penal?
 
Vecci: Eu vejo o assunto com muita delicadeza. Não acho que a redução seja uma solução. Mas é uma forma de demonstrar para a sociedade que a gente não está parado. O ato de nós termos aprovado a proposta para crimes muito grave foi positivo. Isso serve para dizer para as pessoas que o crime não compensa. O problema de violência no Brasil não são os menores, mas sim os maiores.
 
AR: E sobre as privatizações?
 
Vecci: O PT demorou 12 anos criticando as privatizações e as concessões. E só agora o partido entendeu que esse é o melhor caminho. Eles acabaram de lançar o Plano de concessão. Os governos não têm mais capacidade de investimento. E por que não chamara a iniciativa privada? Qual o problema de a iniciativa privada querer lucro? Você quer uma água estatal ou uma água de qualidade? Você quer uma Celg ou uma energia de qualidade? Eu fui no lançamento da Ferrovia Norte-Sul em 1988, em Porangatu, quando o Sarney comandava. São 27 anos construindo uma ferrovia, gastando dinheiro. Isso poderia estar nas mãos da iniciativa privada. O importante é estarmos no leme da canoa, que dá o norte para o país. Temos que controlar para que o capital privado não fique à vontade.
 

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