A Redação
Goiânia - Com o objetivo de coibir o tráfico de animais silvestres, a Secretaria das Cidades e do Meio Ambiente (Secima), em parceira com Agência Municipal de Meio Ambiente de Goiânia (Amma), realizou nos dias 17 a 28 de agosto a Operação Anhuma. Ao todo, 134 animais foram apreendidos e entregues ao Ibama. A operação lavrou 29 autos de infração, num valor de R$ 400 mil. Também foram apreendidos 33 quilos caça e pescado, além de materiais predatórios. Os dados foram divulgados nessa terça-feira (8/9)
As equipes realizaram fiscalização nas zonas rural e urbana de Goiânia, após queixas feitas por meio do Disque-Denúncia (0800-646-2112), da Ouvidoria da Secima e da Linha Verde do Ibama. Durante as diligências, foram constatadas irregularidades e crimes em três criatórios de pássaros, que tiveram seus cadastros bloqueados no sistema SISPASS, até que ocorra o julgamento dos criadores autuados por parte das instâncias julgadoras.
Foram 88 denúncias encaminhadas para fiscalização. Deste montante, 76 foram cumpridas. As demais não foram executadas pelo fato de os denunciados não terem sido encontrados no local ou por endereço inexistente. De todos os abordados, apenas quatro fizeram a entrega voluntária dos animais.
No total, foram apreendidos e recolhidos: 5 papagaios-verdadeiros; 7 papagaios-domangue; 13 periquitos-do-encontro-amarelo; 03 Maritacas; 26 periquitos Ringneck (exótico); 1 Arara Canindé; 4 periquitos Alexandrinos (exóticos); 7 curiós; 16 pássaros pretos; 1 azulão-verdadeiro; 4 pintagois (híbridos); 1 cardeal; 4 galos-da-campina; 4 sabiás-laranjeira; 2 trinca-ferro-verdadeiro; 2 japim; 2 pintassilgos; 3 baianos; 1 patativa-verdadeira; 1 Corrupião; 1 João Pinto; 1 Encontro; 2 bigodinhos; 3 Coleiros; 6 bicudos-verdadeiros; 11 canarios-da-terra; 3 jabutis-piranga e 33 kg de pirarucu.
(Foto: divulgação)
Fauna ameaçada
Estima-se que são retiradas da natureza, anualmente, cerca de 38 milhões espécimes no Brasil, sendo comercializados, aproximadamente, quatro milhões destes. Com base nos dados dos animais apreendidos e seus respectivos preços, constata-se que o país movimenta cerca de R$ 2,5 bilhões ao ano. Neste sentido, os pássaros representam 80% das espécies utilizadas no tráfico.
A caça para subsistência e comércio são a segunda maior ameaça à fauna silvestre. Atualmente, o comércio ilegal de vida silvestre, o qual inclui a fauna e seus produtos, movimenta de 10 a 20 bilhões de dólares por ano no mundo. É a terceira atividade ilícita do mundo, depois das armas e das drogas. O Brasil participa com cerca de 5% a 15% do total mundial desse mercado ilegal.