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Estelionato

Modelo confessa crimes durante audiência em fórum de Goiânia

Sentença do caso deve sair esta semana | 09.09.15 - 10:48 Modelo confessa crimes durante audiência em fórum de Goiânia (Foto: TJGO)
 
A Redação
 
Goiânia - “Não agi de má fé. Estou muito arrependida. Pretendo ressarcir essas pessoas com o dinheiro do trabalho como professora de italiano”. A confissão espontânea foi feita por Bruna Cristine Menezes de Castro, de 25 anos, apelidada de Barbie, durante audiência de instrução e julgamento realizada na terça-feira (8/9), na 11ª Vara Criminal de Goiânia, sob a presidência do juiz Donizete Martins de Oliveira.
 
Ela é acusada de estelionato, em Goiânia, contra Alex Sandro Piretti Marques e Luiza Almeida Borges pela venda falsa de aparelhos celulares, inclusive pelas redes sociais. Também é suspeita, pela Polícia Civil, de aplicar o golpe em outros Estados e oferecer produtos importados pela internet.
 
Durante seu depoimento, Bruna, que permaneceu altiva e passou todo o tempo calma, afirmou que sua intenção era trazer os aparelhos dos Estados Unidos, uma vez que havia programado sua lua de mel para a época em que efetuou as supostas vendas que causaram prejuízos aos clientes. “Infelizmente, por motivos pessoais, essa viagem não aconteceu. Mas pretendo pagar tudo o que devo a essas duas pessoas”, disse.
 
Quando foi questionada pelo promotor Joel Pacífico de Vasconcelos sobre o CPF inexistente incluso no recibo que repassava às vítimas, Bruna não soube responder o motivo pelo qual o número era falso. “Não me lembro do meu CPF direito, nem tenho como responder isso agora”, ressaltou. Ela contou ainda que dava aulas de italiano e trabalhava na empresa do padastro antes de ser presa.
 
Uma das vítimas de Bruna, Alex Piretti descreveu o golpe com detalhes e reforçou o fato de que ela apresentava inúmeras desculpas, algumas de gravidade extrema como o filho doente, para não entregar os celulares ou pagar o que devia pelo prejuízo sofrido, correspondente a R$ 3,1 mil. “Solicitei meu dinheiro de volta muitas vezes. Quando percebi que ela não ia me dar o aparelho, cheguei a anexar algumas conversas que tivemos. Ela chegou a fazer um depósito em envelope vazio no Banco Bradesco para fingir que o valor tinha sido devolvido”, evidenciou.
 
Ao narrar que em março de 2014 anunciou na rede social Facebook que estava interessada em um iPhone 5, Luiza Borges, a outra vítima da Barbie, salientou que ela foi educada desde o início e que entregou nas mãos dela, em sua residência, 700 reais, metade do valor cobrado pelo celular. “Dei um tempo de um mês e registrei o boletim de ocorrência. Ela dava desculpas de todo jeito, dizia que iria me ressarcir e depois parou de atender o telefone”, mencionou. 
Segundo Luiza, no mês passado ela teve um encontro inesperado com Bruna em um show de Brasília, mas ela fingiu que não a conhecia. “Ela estava muito bem vestida, no melhor camarote do espetáculo. Fui aonde ela estava e disse que já tinha tomado providências contra ela. Mas ela nem olhou direito para mim e fingiu que nunca tinha me visto”.
 
Também ouvida por Donizete Martins de Oliveira, a prima de Bruna, Carolina Eugênia de Sena Correa declarou que não tinha conhecimento dos fatos e que Bruna sempre foi uma pessoa tranquila, carinhosa, voltada para a família e boa mãe. Ela atestou que sua parente nunca esbanjou dinheiro e que, inclusive, saíam juntas no seu carro. 
 
“A Bruna não é rica, mas comprava roupas, andava arrumada e maquiada como toda mulher. Nunca suspeitamos de nada porque o marido dela tem boa condição financeira e sempre achamos que ele sustentava a casa”, reiterou. 
 
Pena
Numa análise apurada dos fatos, na argumentação oral, o promotor Joel Pacífico pediu que a pena privativa de liberdade seja convertida em prestação de serviços à comunidade, já que a denunciada confessou os crimes espontaneamente, não tem antecedentes criminais e a pena não pode ser estipulada em um prazo superior a quatro anos. 
 
“Não existe garantia de que uma pessoa solta não volte a delinquir. No entanto, não podemos prolongar a prisão, uma vez que a denunciada é tecnicamente primária e não está formalmente acusada de outros crimes. O MP não deve ser um órgão para condenação, nossa obrigação é resguardar o direito de todos os cidadãos”, esclareceu.
 
Após as alegações finais apresentadas pelo promotor Joel Pacífico e pelo defensor Flávio Cavalcante, que teve o mesmo posicionamento do representante do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), o juiz Donizete Martins explicou que a sentença sobre o caso deve sair ainda nesta semana. (Com TJ-GO)

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