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Entrevista exclusiva

“Lúcio Flávio não é referência para advogado”, diz Djalma Rezende

Advogado reafirma apoio a Buonaduce | 17.09.15 - 13:03 “Lúcio Flávio não é referência para advogado”, diz Djalma Rezende (Foto: Letícia Coqueiro/A Redação)
 
Sarah Mohn
 
Goiânia – No mesmo ano, ele rompeu com o grupo de seu ex-aliado Leon Deniz, lançou-se pré-candidato à presidência da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO), desistiu da disputa, passou a integrar a antiga chapa adversária OAB Forte e declarou apoio ao pré-candidato Flávio Buonaduce.
 
Em entrevista concedida ao jornal A Redação, o advogado Djalma Rezende não esconde a mágoa que mantém com seus antigos parceiros de luta classista e afirma que “pessoas que não cumprem acordo precisam aceitar as consequências”.
 
Especialista em Direito Agrário, Rezende faz questão de relembrar sua trajetória de vida, que o tornou, em cerca de 30 anos de profissão, um dos advogados mais ricos do país. Milionário, coleciona bens como uma casa avaliada em mais de R$ 10 milhões, um avião de R$ 22 milhões e uma coleção de carros de luxo.
 
“Eu era carvoeiro. Sou advogado e sobrevivo exclusivamente da advocacia. Eu não tenho outra fonte de renda e sempre nas minhas palestras de paraninfado digo para os advogados abraçarem a sua profissão e acreditarem nela. Eu sou um exemplo vivo disso. Você pode construir a advocacia tijolo por tijolo”, ensina.
 
O novo integrante da OAB Forte recebeu a equipe do AR em seu escritório, no setor Oeste, onde reafirmou o compromisso com Flávio Buonaduce, a quem classifica como “o que mais tem competência entre todos que estão aí”. Opinou ainda que o oposicionista Lúcio Flávio de Paiva “não é referência para advogado. É um menino que ainda está sendo preparado”.
 
 

(Foto: Letícia Coqueiro/A Redação)
 
Confira a entrevista na íntegra:
 
Jornal A Redação: Por que o senhor decidiu apoiar o grupo da OAB forte?
Djalma Rezende: Eu, inicialmente, seria candidato. Houve um descumprimento ético por parte do Leon Deniz e do Lúcio Flávio. Eu trabalhei muito nas duas últimas campanhas do Leon e do Lúcio Flávio. Eu fiz uma reunião no escritório para lançarmos o Lúcio Flávio naquele momento, porque nós tínhamos a plena convicção de que o Leon não ganharia a eleição. Pois bem, como trabalhamos tanto na campanha dele, nos dedicamos de corpo e alma, investi financeiramente também. Para percorrer o Estado você gasta tempo e dinheiro.
 
AR: O que aconteceu exatamente?
Eu pensei que eu seria o candidato natural da eleição, porque apoiei o Leon nas duas últimas eleições. O Lúcio Flávio nem existia ainda. Fui surpreendido depois com os bastidores. O Leon e o Lúcio Flávio se articularam e, quando fizeram a primeira reunião política, não tiveram a dignidade de me ligar. Modéstia à parte, eu tenho um peso nessas eleições, eu sei o meu valor. Muitos dos meus colegas e estudantes se espelham em mim para fazer Direito. Tem pesquisa sobre isso. Eu sou o advogado que tem o maior índice de pessoas que fazem o Direito inspirado nesse nome, que é Djama Rezende, essa marca que eu criei.
 
AR: O senhor angaria votos?
Sem dúvida. Eu fui padrinho de nove turmas de Direito. Aonde eu vou, as pessoas tiram fotos com inspiração na minha pessoa. Pois bem, então achei que foi uma falta de consideração comigo. Eu não posso compactuar com pessoas que agem dessa forma. Eu sou muito cumpridor dos meus compromissos. Não posso trabalhar com pessoas que só querem meu dinheiro. Meu avião era colocado à disposição deles para viajar. Muita deslealdade, muita falta de ética nessa condução.
 
 

(Foto: Letícia Coqueiro/A Redação)
 
AR: Como foi o rompimento com o grupo do Leon Deniz?
Eu rompi e me lancei, porque eu entendi até aquele momento que apenas o doutor Paulo Teles, por quem eu tenho muito respeito, era pré-candidato, além do Lúcio Flávio. Então eu lancei a minha candidatura. Pois bem, lançaram posteriormente o Flávio Buonaduce, o Pedro Paulo de Medeiros e o Julio Meirelles, todos profundos conhecedores da advocacia. São pessoas que advogam, os futuros advogados se espelham neles na condução dos processos. Eles promoveram as reuniões e me convidaram para participar.
 
AR: O fato de o senhor ser um dos advogados mais ricos do país o torna disputado na composição de uma chapa eleitoral?
Eu sei que eu angario votos também. Eu acho que foi uma deslealdade, uma falta de ética comigo não me perguntarem se eu pretendia ser presidente. Essa discussão nunca houve. Se o Leon ganhasse, três anos depois eu seria o candidato natural dele. Pessoas que não cumprem acordo precisam aceitar as consequências. Ajudei politicamente, financeiramente. O meu dinheiro é muito suado.
 
AR: O dinheiro do senhor é importante para uma campanha?
Sim, o dinheiro é. Porque você tem que se deslocar. Não é o fundamental, mas faz parte deste contexto. Como você visita mais de 40 subseções sem dinheiro? São gastos que não são baratos. Você tem que fazer panfletagem, pagar marqueteiros, pagar para as pessoas que ligam pedindo votos. Tudo isso custa dinheiro. Eu acho que todas as pessoas têm que respeitar as pessoas pelo dinheiro também. 
 
AR: Por que o senhor foi contrário ao nome do Lúcio Flávio?
Eu acho que não é um advogado com experiência para que outros advogados se espelhem nele. Lúcio Flávio não é referência para advogado. É um menino que ainda está sendo preparado. Não estou dizendo que ele é má pessoa, mas ele não está preparado para ser um presidente da Ordem. Até porque a advocacia do Lúcio Flávio é pouco expressiva. O Lúcio Flávio é professor, mas não tem uma advocacia expressiva ainda. Vai ter no futuro, eu torço por ele.
 
 

(Foto: Letícia Coqueiro/A Redação)
 
AR: Foi por isso que o senhor se lançou pré-candidato pela OAB Forte?
Me lancei candidato e não tinha ainda envolvimento com a OAB Forte. Lógico que eu havia lançado meu nome, mas ainda tinha que obter apoio de advogados. Não se pode desprezar, por exemplo, os presidentes que nos antecederam, Felicíssimo Sena, Miguel Cançado e Henrique Tibúrcio. Temos a OAB de Goiás como espelho. Nós éramos muito respeitados no Brasil inteiro até quando o Tibúrcio saiu.
 
AR: Por que o senhor retirou a sua pré-candidatura?
Eu estava preocupadíssimo com o desfalque que teve na Ordem. Não conheço muito bem a situação, porque não sou conselheiro, mas há notícia que tem um rombo na Ordem. O Enil era tesoureiro nessa época. E eu devo muito à Ordem. Quando eu vi o nome do Pedro Paulo, do Flávio e do Julio, até do Paulo Teles, eu declinei da minha pretensão de ser candidato à presidência, porque vi que qualquer um deles poderia muito bem representar a classe. Então, desisti de me candidatar.
 
AR: E por que apoiar Flávio Buonaduce e não outro candidato?
Fiquei sabendo, não só por uma pessoa, mas por várias, que o Enil tinha feito um trato com o Buonaduce para que ele exercesse a presidência somente nesse mandato-tampão. E depois não iria disputar. Iria apoiar o Flávio. Eu não coaduno com essa falta de compromisso. Acho que o homem tem que ter palavra.
 
AR: Quais são as características que credenciam Flávio Buonaduce, que o senhor apoia, para ser presidente da Ordem?
Em primeiro lugar, por ser advogado atuante. É a terceira geração de advogados. Ele vem de uma família de juristas. Segundo, a idade do Flávio é propícia para isso, ele tem 50 anos. Não é que eu seja contra quem tem 30, mas este é muito jovem para exercer a presidência de uma Ordem da magnitude de Goiás. São requisitos básicos para mim. O Flávio conhece toda a Ordem, todos os setores, conhece muito o direito, ele sabe nos representar juridicamente. Precisamos de advogados militantes. Não tenho dúvida que o Flávio é o que mais tem competência entre todos que estão aí.
 
 

(Foto: Letícia Coqueiro/A Redação)
 
AR: Como o senhor avalia a atual gestão da Ordem, presidida por Enil Henrique?
O Enil não teve muito tempo para gerir a Ordem. É uma pessoa de bem, mas ele se encantou com a presidência. Ele era o tesoureiro na época do endividamento. Ele seria cavalheiro, agora, se entregasse a Ordem à outra pessoa.
 
AR: No futuro, o senhor teria interesse em ser candidato a presidente da Ordem?
Não sei, tem que ver a próxima gestão. Nossa entidade é respeitadíssima. Estamos em segundo lugar na pesquisa sobre a entidade mais respeitada do Brasil. Nós temos o dever de cuidar disso, de cuidar da Ordem. Eu pretendia aos 65 anos ser professor para retribuir um pouco do que a Ordem me deu. Eu tenho essa pretensão ainda. Então, quem sabe? Daqui a três anos eu vou estar com 65 anos.

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