A Redação
Goiânia - Dados de documentos do Serviço Nacional de Informações publicados em reportagem da Época mostram que repasses da Odebrecht teriam ajudado Iris Rezende (PMDB) a comprar uma fazenda no valor de 700 milhões de cruzeiros em Mato Grosso quando ainda era pré-candidato à prefeito de Goiânia.
Assinada por Alana Rizzo, a reportagem “Documentos do SNI mostram corrupção da Odebrecht na década de 1980” destalha que Iris, segundo o registro, teria recedido 500 milhões da empreiteira e usado 400 milhões na compra do imóvel. "Iris Rezende é um dos políticos mais ricos do país. Em sua última disputa, declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), R$ 30,9 milhões. Entre os bens: as fazendas Estrela, adquirida em 1982", diz o texto.
Ainda de acordo com a reportagem, que cita subornos políticos registrados há quase 40 anos, duas fazendas foram adquiridas após a posse de Iris em 1983 como governador, conforme consta no Serviço Nacional de Informações. "Uma em Canarana e outra em Cocalinho, ambas em Mato Grosso. Os imóveis teriam sido comprados com a caixinha de amigos para a campanha e a doação da Odebrecht", completa.
À revista, o goiano negou qualquer ajuda da empreiteira e afirma que comprou as fazendas antes das eleições e com dinheiro de herança do pai e dos serviços que prestou como advogado. “Não existe um item que possa colocar em dúvida minha honradez na política”, disse Iris Rezende, afirmando que não conhecia empresários na época e que só veio a contar com a ajuda de empreiteiras a partir das eleições para o Senado em 1994. Na campanha de 2014, a Odebrecht doou R$ 200 mil para sua campanha.
Aliado político de Iris, Wolney Siqueira, do então PSD, pai do ex-deputado Waguinho Siqueira, também é citado no relatório do SNI. Conforme foi publicado, ele teria recebido "ajuda" de 500 milhões de cruzeiros para o custeio de sua campanha em 1982 da Odebrecht, que tocava obras da Hidrelétrica do Rio Corumbá. Wolney, na época, era secretário de Minas e Energia do Estado de Goiás. O SNI afirma que o então secretário cometeu atos de corrupção à frente da Pasta, segundo publicação da Época.