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Goiânia

Pastora é denunciada pelo MPF por escravizar criança indígena

Menina teria sido escravizada durante 18 meses | 11.01.12 - 18:15
Adriana Marinelli

Depois de alguns meses de investigação, o Ministério Público Federal (MPF) de Goiás denunciou na última segunda-feira (9/1) uma pastora de Goiânia por obrigar uma criança indígena a realizar trabalhos domésticos com jornada excessiva durante 18 meses. De acordo com a ação, a pastora Wilma Ferreira Melo Batista forçava a menina de apenas 11 anos a lavar e passar roupas, limpar o chão da residência, lavar banheiros, além de cozinhar. Procurador da República, Daniel Resende Salgado, autor da ação, destaca os perigos vividos pela índia durante o período que morou com a pastora, entre maio de 2009 a novembro de 2010, já que a menina era obrigada a manusear facas afiadas e ferro de passar roupas.

Responsável por uma igreja localizada no Setor Coimbra, na região central da capital, e moradora do mesmo bairro, pastora Wilma possui uma filha de aproximadamente 12 anos que, segundo testemunhas, era poupada de realizar serviços domésticos. “Da filha ela não fazia nenhuma exigência, mas da outra menina ela tirava todo direito a momentos de lazer”, diz o procurador. A criança indígena só podia se alimentar ou realizar as atividades escolares depois que todo trabalho exigido pela pastora fosse concluído. Segundo a ação do MPF, a vítima sofria ameaças de agressão para fazer os serviços domésticos. “Testemunhas informaram que era bastante frequente encontrar hematomas na criança, principalmente nos braços”, afirma o procurador.

Entenda o caso
Moradora da aldeia indígena de São Marcos, em Barra dos Garças (MT), a criança, juntamente com a irmã mais nova e o pai, viajaram para Goiânia em 2009. A irmã mais nova da vítima precisava de tratamento médico e a família foi orientada a procurar tratamento na capital goiana. Ao chegar na cidade, os três se hospedaram na Casa de Saúde do Índio. “Enquanto o pai e a filha mais nova estavam no hospital, a outra criança ficava sozinha na Casa do índio. Para garantir a segurança da filha mais velha, o pai foi orientado a procurar abrigo em outro lugar, foi aí que ele ficou sabendo da igreja que a pastora pregava”, afirma Daniel Resende.

A pastora recebeu a criança e se comprometeu a tomar conta da mesma, garantindo que a índia seria bem tratada e matriculada em uma boa escola. “A criança realmente estava matriculada na escola, mas nunca tinha tempo de estudar e fazer as tarefas de casa. Todo tempo que estava em casa, a garota estava trabalhando.”

Investigações
As investigações começaram depois que professores do colégio perceberam que o rendimento da vítima não acompanhava o dos demais alunos. Além da menina aparecer na instituição de ensino com vários hematomas, ela normalmente não se comunicava com ninguém, comportamento não muito frequente para crianças da idade dela. “Ela só confessou a rotina exaustiva em que vivia depois de várias conversas com psicólogos”, ressalta o autor da ação no MPF.

Inicialmente o caso foi investigado pela Polícia Civil, mas a Polícia Federal assumiu as investigações pelo fato da índia ser submetida a trabalhos análogos ao de escravo. De acordo com Daniel Resende, serão ouvidas algumas testemunhas e a suspeita terá o direito de se defender. A pena para este tipo de crime pode chegar a 16 anos de reclusão.

Comentários

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  • 17.01.2013 09:31 Anderson Póvoa

    De fato a pena pode sr de 16 anos se for comprovado! mas no entanto só foram denúncias. Tudo isso foi uma armação que foi comprovado! o caso ja foi terminado. A pastora foi absorvida! Mas o que eu acho engraçado é que para acusar todos falaram mal e todos montaram um aúncio, mas na defesa dela ninguem se dispos! E agora que foi absorvida ninguem disse nada. Cade o jornalis da SBT que falou mal dela? Cade todos os que disseram que ela fazia conforme a denuncia? Cade a professora? Aliás, a professora é uma que ja pediu a saida da escola e vazo fora. !

  • 12.01.2012 11:02 guilherme

    Parabéns ao site por divulgar o nome dessa mulher, pois soube que, na ação, não há o nome dela, apenas as iniciais.

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