A Redação
Goiânia - Delatores da Odebrecht ouvidos na semana passada confirmaram que a empresa comprou, ainda em 2010, um imóvel em São Paulo que seria destinado à nova sede do Instituto Lula. De acordo com a Folha de S. Paulo, os delatores ouvidos foram Marcelo Odebrecht, Alexandrino Alencar e Paulo Melo.
A compra do imóvel na Rua Dr. Haberbeck Brandão, em São Paulo, é ponto chave na denúncia em que o ex-presidente Lula é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia do Ministério Público Federal foi aceita pelo juiz Sérgio Moro e o petista virou réu no processo.
De acordo com as delações, o imóvel, que no papel foi adquirido pela DAG Construtora, foi na verdade pago pela Odebrecht e seria destinado à construção da nova sede do Instituto Lula. Ainda segundo os delatores, a ideia era que, após a Odebrecht comprar o imóvel, outras grandes empresas ajudassem a construir o prédio do instituto.
Os delatores disseram também, segundo publicação da Folha de S. Paulo, que Lula e a eposa dele, Marisa Letícia, foram conhecer o terreno, mas não gostaram do local. Marcelo Odebrecht determinou então a Paulo Melo que procurasse outros imóveis. O projeto, no entanto, não foi para frente.
Na avaliação de Moro, o fato da nova sede não ter saído do papel não anula a falta de transparência na compra do imóvel onde seria construído o instituto.
Resposta do Instituto
Por meio da assessoria de imprensa, o Instituto Lula afirmou que não comenta "supostas delações". A nota diz ainda que o ex-presidente Lula não solicitou nenhuma vantagem indevida e "sempre agiu dentro da lei". "O terreno nunca foi do Instituto Lula e tampouco foi colocado à sua disposição", completa.