Mulheres: chefes de família e do próprio negócio

 

Goiânia - O número de mulheres brasileiras que são chefes de família e do próprio negócio saltou de 6,3 milhões para quase 8 milhões em 11 anos, o que significa um aumento de 25%. O levantamento é do Anuário das Mulheres Empreendedoras e Trabalhadoras das Micro e Pequenas Empresas, feito pelo Sebrae e Dieese em 2015. O dado evidencia uma geração que rompe paradigmas e abre caminho para futuras líderes.

 

De acordo com outra pesquisa, coordenada pelo consórcio internacional de instituições Global Entrepreneurship Monitor (GEM), representado no Brasil pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP) e com o apoio do Sebrae, 52% dos empresários com menos de três anos e meio de atividade são do sexo feminino no Brasil.

"Estatísticas brasileiras também mostram esse cenário, o que comprova que as mulheres estão ganhando um protagonismo cada vez maior junto ao empreendedorismo. Elas têm conquistado um espaço importantíssimo na direção dos negócios, com criatividade, inovação e um jeito próprio de gerir pessoas. Isso faz com que elas consigam excelentes resultados", explica o superintendente do Sebrae Goiás, Igor Montenegro.
 

Igor Montenegro (Foto: Letícia Coqueiro / Jornal A Redação)

 

Cris Taveira, presidente do Grupo NorthON e investidora Anjo, acredita que a diversidade é uma grande fortaleza para as empresas. “Ter homens e mulheres ou, ainda, pessoas de diferentes culturas e nacionalidades num time empreendedor permite que os problemas sejam observados por diferentes perspectivas, evitando o que chamamos de 'group thinking' - um pensamento homogêneo que ameaça a originalidade e o pensamento criativo”, afirma.

 

A investidora ressalta ainda que ter mulheres em papéis de liderança, com voz ativa nas organizações, valoriza o coletivo. “As mulheres tendem a ser mais participativas. Com a empatia, respeitam e aceitam as diferenças como um ponto forte de suas equipes, por isso aproximam-se de um modelo mais plural e humano de liderança”, encoraja Cris. 

 

Startups

Cris é investidora anjo em startups, ou seja, ela injeta recursos financeiros, cuida da infra-estrutura e do know how em gestão empresarial para transformar negócios incipientes em grandes empresas.

De acordo com Igor Montenegro, esse mercado comumente liderado por homens está mudando de cenário. “As startups são negócios que demandam uma alta dose de inovação e criatividade. Por isso o número de mulheres engajadas nessa área continua crescendo. Acredito que em breve teremos índices significativos da participação delas nesse nicho", reforçou o superintendente. 
 

Cris Taveira diz que um dos principais desafios é romper com padrões (Foto: Letícia Coqueiro / Jornal A Redação)

 

E justamente por lidar com uma área ainda tão masculina, Cris conta que um dos principais desafios é romper com padrões. “O estereótipo das mulheres bem sucedidas sugere que elas também são consumidas pelo trabalho e não encontram equidade entre família e carreira. Portanto, são vários os conflitos entre a vida profissional e pessoal. Por isso, as mulheres precisam se sentir à vontade em sua própria pele, e reconhecer nas suas fragilidades e competências, a oportunidade de serem plenas e melhores a cada dia”, encorajou ao contar o que faz para conciliar todas as tarefas. “Eu prezo pela produtividade e qualidade do meu tempo, quer na empresa ou no lazer, e envolvo a minha família em todas as minhas decisões, assim, eles não são metade de mim, mas parte de uma vida plena”. 

 

Palestras Sebrae

Cris foi uma das palestrantes do “Mulher de Negócios – Empreendedorismo feminino em pauta”, realizado pelo Sebrae em comemoração ao Dia Internacional da Mulher. O evento, que conta com debates, será realizado também nos dias 14 e 21 de março. Saiba mais aqui.
 

Sebrae realiza encontro “Mulher de Negócios – Empreendedorismo feminino em pauta” (Foto: Letícia Coqueiro / Jornal A Redação)

Interessadas podem contribuir com a doação de produtos de higiene pessoal e beleza, que serão doados ao Centro de Valorização da Mulher (Cevam). O local acolhe em Goiânia mulheres, adolescentes e crianças vítimas de violência doméstica, abuso sexual ou abandono.