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Presidente falou das prioridades da estatal | 14.03.17 - 11:59
Presidente da Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago), Jalles Fontoura. (Foto: Carlos Alexandre)
Lucas Cássio e João Unes
Goiânia - O presidente da Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago), Jalles Fontoura, em entrevista exclusiva ao Jornal A Redação na tarde de segunda-feira (13/3), fez uma análise sobre a situação da estatal e falou sobre o andamento das negociações para a renovação da concessão dos serviços de saneamento em Goiânia.
“O nosso desafio é mostrar que a melhor solução para administrar a água e o esgoto do município é a Saneago”, disse. O assunto tem pautado várias reuniões entre a estatal e a prefeitura de Goiânia, já que o prefeito Iris Rezende chegou a cogitar o cancelamento da renovação.
Jalles também falou sobre os desdobramentos da Operação Decantação e ainda afirmou que o destino da empresa não será o mesmo da Celg. “Não existe nenhuma pretensão de privatização da Saneago. O que queremos é buscar parcerias para ela continuar estatal”, afirmou.
Jalles Fontoura fala sobre o convite do governador para assumir presidência da Saneago (Imagens: A Redação)
Filho do ex-governador Otávio Lage, Jalles já ocupou cargos de deputado estadual e federal e foi secretário da Fazenda no primeiro governo de Marconi Perillo, em 1999, além de ser ex-prefeito de Goianésia. O presidente da Saneago disse à reportagem que chegou a rejeitar o convite para assumir o atual cargo por duas vezes, em função de outros projetos. Ele afirmou que o fato de ter sido prefeito e presidente do Conselho de Administração da estatal fez com que ele conhecesse bem a empresa.
Concessões
Apesar da renovação da concessão ter sido aprovada pela Câmara Municipal, Iris levantou, durante a campanha eleitoral do ano passado, a possibilidade de cancelar a ação. Para Jalles, o município não teria capacidade financeira para sustentar o serviço como esse que a Saneago oferece.
“A tarifa de água e esgoto não seria menor se o serviço fosse municipalizado. Essa discussão é feita em todas as eleições. Já tive conversas muito produtivas e notei a compreensão do prefeito, que conhece os vários ângulos. Ele quer essa discussão de modo que a população ganhe e a gente tenha qualidade no serviço”, contou o presidente da estatal.
Atualmente apenas 21 municípios goianos não são atendidos pela Saneago. Jalles ressaltou que o número pode diminuir e explicou à reportagem como funciona o processo.
“A Saneago está totalmente aberta para essa discussão. O governador recebeu vários pedidos de prefeitos que querem que a Saneago absorva esse serviço. O processo passa pela assinatura de um contrato de programa, ou seja, aquilo que o município quer e precisa através do Plano de Saneamento Municipal, onde indica qual é o futuro da água e do esgoto do município. A partir disso o município assina com a Saneago e nós vamos executar em conformidade com a prefeitura”, explicou.
Operação Decantação Em 2016, a Saneago foi alvo da Operação Decantação, realizada pela Polícia Federal (PF). A investigação levou à prisão de ex-diretores da estatal em virtude de um suposto esquema de pagamento de propinas e fraudes em licitações. Segundo Jalles, o escândalo contribuiu para o rebaixamento no rating corporativo de A para BBB.
“Essa queda ocorreu por causa da imagem prejudicada da empresa. A operação [da PF] ainda está vigorando e a estatal ainda é objeto de investigação. Além disso, tivemos e temos problemas de liquidez. Mas estamos perseguindo o objetivo de recuperar esse rating", disse.
Sobre a investigação, Jalles defende que "não houve propina, não houve roubo, não houve nada que justifique a continuidade desta operação". Para ele, tudo será provado na Justiça.
Jalles Fontoura em entrevista ao Jornal A Redação (Foto: Carlos Alexandre)
Jalles informou que as obras do Corumbá 4 devem ser retomadas em breve. "A falta de água no Plano Piloto fez com que o governo procurasse uma solução que não fosse anular todo o processo e fazer novas licitações para Corumbá 4. Vamos submeter esse acordo ao Ministério Público Federal”, disse. “Apesar de termos perdido oito meses por causa da operação, não vamos demorar oito meses para concluir esse serviço em Brasília”, afirmou.
Desafios
Com uma receita de cerca de US$ 2.3 bilhões por ano, a Saneago tem o esgoto como principal desafio. “A água praticamente já chega ao estado inteiro. E o esgoto está em 52%. Nossa meta é chegar até o ano que vem em 80%”, afirmou. “Esse desafio do esgoto é o grande gargalho da Saneago. A água está muito bem encaminhada. O grande patrimônio da Saneago é ter água. A Sabesp, em São Paulo, por exemplo, não tem água”, ressaltou.
Jalles Fontoura (Foto: João Unes / A Redação)
Outra meta da empresa é terminar as obras em andamento. O presidente afirmou que os investimentos superam R$ 500 milhões. “Uma das prioridades é colocar água em toda a região Metropolitana de Goiânia, principalmente onde não tem, que é o caso de Aparecida de Goiânia”, disse. Segundo ele, a solução para o problema do município vizinho será a conclusão da obra que vai levar água da estação Mauro Borges até lá. O investimento é de R$ 200 milhões.
“Outra obra fundamental é terminar a Estação Mauro Borges, que vai reforçar o abastecimento em Goiânia e toda a Região Metropolitana com a água do João Leite", finalizou.