Catherine Moraes e Michelle Rabelo
Atualizado às 13h15
Uma operação realizada em conjunto pelas Polícias Civis de Goiás e do Distrito Federal resultou na prisão de duas pessoas com 365 quilos de pasta-base de cocaína. As prisões aconteceram em uma fazenda na zona rural da Cidade de Goiás, a 180 quilômetros de Goiânia. De acordo com a delegada geral da Polícia Civil de Goiás, Adriana Accorsi, esta é a maior apreensão da droga já realizada no Estado.
De acordo com o diretor geral da Polícia Civil do Distrito Federal, Jorge Xavier, as investigações foram iniciadas há mais de um ano. O bando trazia a droga da Bolívia e fazia a rota passando por Cáceres (MT), Goiás e Distrito Federal. “Goiás era apenas um entreporto, ou seja, a droga praticamente não era vendida aqui. Quando descobrimos que a pasta-base seria descarregada em uma fazenda situada na zona rural da Cidade de Goiás, pedimos ajuda para a Polícia Civil do Estado”, explica.
Pedro Soares da Silva, 27 anos e Gercina Marques Santana, 61 anos foram presos durante a operação (Foto: André Saddi)
Prisão
Um mandado de busca e apreensão foi solicitado pela Polícia Civil de Goiás e o Poder Judiciário emitiu o documento na noite desta quinta-feira (16/02). No local estavam Gercina Marques Santana, 61 anos, Pedro Soares da Silva, 27 anos, Fernando Vieira Nunes e o irmão Valdeir Ferreira Nunes. Gercina e Pedro foram presos em flagrante. Fernando (nome que ainda está sendo investigado, pois existe a suspeita da identificação ser falsa) entrou em um matagal nas proximidades da propriedade e está foragido. Valdeir, proprietário da fazenda, tentou fugir em uma Toyota Hilux, mas ao ser alcançado trocou tiros com os policiais e acabou morrendo no local.
A droga estava estocada em um galpão e a apreensão foi feita sem a resistência de Gercina e Pedro. A mulher é tia de Valdeir e alegou que não sabia de nada. “Só fui visitar meu sobrinho. Sou inocente”, afirmou. Pedro assumiu que teve participação, mas não quis dar mais explicações.
Destino
Segundo o delegado titular do Grupo Especial de Repressão a Narcóticos (Genarc), Ivaldo Gomes, a droga seria transformada em pedras de crack, o que multiplica em cerca de cinco vezes a quantidade de 365 quilos. O valor da carga está estimado entre R$ 80 milhões e R$ 100 milhões.
Perguntado sobre a distância percorrida pelo bando - Cáceres/Cidade de Goiás - o delegado explicou que é “materialmente impossível fiscalizar todas as estradas. A solução é conter a demanda”, pontua.
Perita mostra parte da droga apreendida (Foto: André Saddi)
Na semana passada foram presas seis pessoas, cinco veículos e duas armas, em Anápolis, Valparaíso e Distrito Federal. A delegada geral da PC Adriana Acorcci explica que a quadrilha não tem ligação direta com o grupo que foi preso há cerca de um mês. “A rota é comum já que a droga é fabricada na Bolívia. Estamos trabalhando muito e ninguém vai ficar impune”, afirmou.
Para a operação foi necessário apoio aéreo dos helicópteros das polícias das duas corporações, que transportaram a droga para passar pela perícia e em seguida ser armazenada nos depósitos da Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc), em Goiânia.
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