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"Talentos de Mãos Dadas"

Instituto Engecred acolhe crianças com altas habilidades / superdotação

Conheça o projeto | 16.11.17 - 08:58 Instituto Engecred acolhe crianças com altas habilidades / superdotação (Foto: Divulgação)
Lucas Cássio
 
Goiânia - “Ela escreveu um livro bilíngue sobre as férias na casa da avó. Foi um sucesso!”, a declaração é da diretora executiva do Instituto Engecred, Márcia Mesquita. Até então podemos imaginar que ela está falando de alguma grande escritora conhecida nacionalmente, porém Márcia fala, com felicidade, da pequena Valentina Guimarães, que hoje, com apenas oito anos, já pode se orgulhar em dizer que é escritora.  
 
Por meio do apoio de parceiros e de doações dos cooperados do Sicoob Engecred-GO, Valentina é uma das crianças atendidas pelo projeto Talentos de Mãos Dadas, criado e desenvolvido pelo Instituto Engecred em parceria com o Núcleo de Atividades de Altas Habilidades / Superdotação (NAAH/S), ligado à Secretaria de Educação, Cultura e Esporte (Seduce). A iniciativa tem como objetivo identificar as potencialidades dos alunos com necessidades educacionais especiais em Altas Habilidades / Superdotação nas mais diversas áreas – intelectuais, acadêmicas, esportivas e artísticas – e proporcionar seu desenvolvimento com acesso à profissionais, recursos e ferramentas adequados. 
 
 
Desde de muito nova, Valentina apresentava indícios de alta habilidade para escrever e no projeto, junto com sua família, viu uma oportunidade de potencializar seu talento. “O maior papel do instituto era esse, o direcionamento no que elas entendem hoje como melhor.  Elas estão muito à frente na questão de pensamento, na questão de evolução em relação ao mundo e focadas no que elas querem daqui para frente”, conta a diretora executiva do Instituto Engecred.
 

Diretora executiva do Instituto Engecred, Márcia Mesquita (Foto: Divulgação)
 
Além do aprimoramento das habilidades específicas de cada educando, o Talentos de Mãos Dadas oferece acompanhamento psicológico e emocional para o aluno e a família. A intenção é promover melhoria nas relações entre si, com a sociedade e com suas perspectivas presentes e futuras. “Esse projeto é para a gente pensar em 10, 20 anos. Até efetivamente essas crianças estarem replicando não só para familiares e amigos, mas para o mundo. Principalmente pensar em um mundo melhor”, ressalta Márcia.  
 
Como funciona o Talentos de Mão Dadas:
Primeiramente, o NAAH/S seleciona os alunos habilitados a participar da ação. Suas famílias são apresentadas ao programa e consultadas sobre a adesão e participação de seus filhos durante os seis meses de duração do Laboratório. 
 
Após adesão, os alunos são avaliados individualmente para identificar suas potencialidades – muitos apresentam múltiplas habilidades. De acordo com as suas áreas de afinidade, são agrupados em um ou mais Laboratórios de Desenvolvimento. Os laboratórios são: 
 
Música
Letras/Poesia/Línguas
Matemática/Tecnologia
Teatro/Dança/Artes Plásticas
 
Segundo o Censo Escolar de 2016, divulgado pelo Ministério da Educação (Mec), 57,8% das escolas brasileiras têm alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento ou altas habilidades incluídos em classes comuns. Em 2008, esse percentual era de apenas 31%.  
 
Segundo definição utilizada pelo MEC, a “superdotação se caracteriza pela elevada potencialidade de aptidões, talentos e habilidades, evidenciada no alto desempenho nas diversas áreas de atividade do educando e/ou a ser evidenciada no durante desenvolvimento”.  
 
Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) falam que a população brasileira de superdotados está em torno de 3,5% a 5%, cerca de 8 milhões de pessoas. Mas esses números são obtidos com base em testes de QI, ou seja, refletem apenas superdotados na área cognitiva.  
 

Psicopedagoga Meire Luiza (Foto: Leticia Coqueiro / A Redação)
 
“As crianças podem ser inteligentes em diferentes áreas. Algumas têm um raciocínio melhor em matemática. Algumas não são tão boas na escola, mas tem uma habilidade artística bem desenvolvida, seja na música, atividade psicomotora ou no desenho”, alerta a psicopedagoga Meire Luiza. 
 
Meire chama a atenção para aqueles que acham que a criança com alta habilidade está pronta e que não precisa de auxílio. “Um equívoco é achar que uma pessoa com alta habilidade está pronta. Às vezes a gente vê uma criança que, para nós, faz coisas lindas, mas um profissional pode dizer que ela tem muito o que melhorar. Por isso é que existe uma preocupação com as pessoas com alto potencial. Porque ela tem uma potencialidade, mas ela não está pronta. Ela precisa de apoio e ajuda para desenvolver”, defende a psicopedagoga responsável pelo NAAH/S em Goiás, que faz a seleção das crianças participantes do Talentos de Mãos Dadas, do Instituto Engecred.  
 
NÚCLEO DE ATIVIDADES DE ALTAS HABILIDADES / SUPERDOTAÇÃO (NAAH/S)
O NAAH/S foi implantado em todo Brasil em novembro de 2005. Em Goiás o núcleo chegou em 2006 e oferece apoio e suporte a famílias e crianças com altas habilidades / supertotação. “A gente faz um processo de avaliação. Tem alguns pontos que precisam ser observados. Fazemos uma entrevista com a família e com a criança. Aqui a gente faz algumas experimentações com diferentes tipos, como raciocínio lógico, leitura, escrita, concentração, atenção. São essas habilidades psíquicas necessárias para o pleno desenvolvimento”, explica Meire.     
 
As crianças são encaminhadas dentro das possibilidades e realidades de cada família. “Tem inúmeras barreiras que impedem o desenvolvimento da crianças. Muitas têm potencialidade na área da música, mas a família não tem condições financeira de manter a criança em uma escola”, relata a psicopedagoga.  
 
Algumas crianças são encaminhadas para o teatro Escola Basileu França, Instituto de Educação em Artes Professor Gustav Ritter, Centro Livre de Arte, Agel, além do projeto Talentos de Mãos Dadas. 
 
Themis Trajano e seus dois filhos, Tirzah e Abner Trajano, de 10 e 13 anos, são atendidos pelo núcleo. Segundo a mãe, Tirzah desde muito cedo apresentou potencialidades para a dança e para a culinária. “Hoje, com 10 anos, coloquei ela para fazer um teste em um instituto e ela passou. Em seis meses ela passou para a ponta, que é o ápice da carreira de bailarina. É uma fase muito importante”, diz.
 

“O interesse pela dança veio aos três anos. Já pela culinária, aos cinco anos. Percebi que ela gostava de culinária quando a gente ia ao supermercado e pedia para comprar alguns produtos para experimentar receitas”, relatou a mãe.   
 

Themis Trajano e a filha, Tirzah Trajano (Foto: Leticia Coqueiro / A Redação)
 
Já Abner Trajano aprendeu a ler sozinho com três anos de idade. “No início a gente fica maravilhado, mas depois a gente fica chocado, sem saber o que fazer”, conta Themis. Aos cinco anos o filho já falava inglês. Hoje, com 13, Abner já chegou a dar aulas de inglês para outras pessoas. 
 
Themis participa dos cursos de formação do NAAH/S. “Costumo dizer que aqui a palavra de ordem é conhecimento. O conhecimento transforma. Foi aqui que eu comecei a saber lidar. Meu filho, além de ter esses indícios de altas habilidades, também tem autismo. É muito difícil lidar com uma criança com esse transtorno e altas habilidades.  Aqui consegui um pouco mais de equilíbrio para conseguir trabalhar, oportunizar e estimular. Até mesmo procurar os direitos que são inerentes a ele”, ressalta.   


Comentários

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  • 06.08.2023 21:04 Maria Daluz Ribeiro Boian

    Instituto Engecred faz um trabalho sensacional , meu sonho é de ter uma oportunidade de levar meu filho para passar por uma avaliação de altas habilidades.

  • 09.03.2023 15:00 Guacira Maciel

    Como conseguir a avaliação de uma criança com altas habilidades? A quem buscar? Obrigada

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