Entre os mais influentes da web em Goiás pelo 14º ano seguido. Confira nossos prêmios.

Envie sua sugestão de pauta, foto e vídeo
62 9.9850 - 6351

Entrevista

Caio Jardim comemora os 35 anos do restaurante Panela Mágica

Proprietário relata história de vida | 13.12.12 - 20:36
Marina Morena

Goiânia - Em 1977, o restaurante Panela Mágica era uma pequena loja na Avenida Araguaia, na capital goiana, com empadinha de camarão, pães integrais, sucos de frutas naturais e frutos do mar. A loja era decorada com vidros coloridos, mandalas e pôsteres californianos. A mistura agradou o público e o restaurante cresceu, com matriz em Goiânia e filial em Brasília. Hoje, o Panela Mágica está em dois endereços em Goiânia, sendo um no setor Oeste e outro no Marista.

Comemorando 35 anos este ano, o local reúne tradição e muita história. Um dos lugares mais frequentados em Goiânia parece ter como receita de sucesso o almoço servido em bufê, preparado artesanalmente todos dias. O restaurante oferece um cardápio diversificado, com pelo menos três tipos de carnes e saladas de todos os tipos.

Em entrevista ao jornal A Redação, o empresário Caio Luciano de Barros Jardim, proprietário do local, relata que toda a qualidade da comida e a variedade de saladas têm uma explicação plausível. Influenciado por uma história de vida de muitas viagens e hippie assumido, Caio explica que o Panela Mágica surgiu de uma ideia de um comunista que queria encontrar um meio de ir morar no campo para “fugir do sistema”.

A ideia, porém, acabou não dando certo, para a alegria da clientela fiel do restaurante. Beatles, psicodelismo, Caetano Veloso, espiritualidade, orgânicos e naturalismo. Tudo isso em um único lugar para contar 35 anos da história de um marco na gastronomia goiana. Confira a entrevista:

AR - Como surgiu a ideia de abrir o Panela Mágica?
Caio Jardim - Foi para alcançar um sonho. Eu tinha que encontrar uma forma de ganhar dinheiro e restaurante é uma coisa que eu já tinha trabalhado e gostado. No começo eu achei que ia montar um restaurante, ganhar um dinheiro e comprar uma terra para morar e 'sair do sistema'. Mas não foi o que aconteceu. São 35 anos de muita história, momentos de cansaço e de questionamentos. Mas sempre foi uma coisa familiar.

AR - O seu restaurante é frequentado por um público muito diversificado. Como vocês conseguem atingir consumidores tão diferentes?
Caio Jardim - Eu acho que é a minha história que mescla com a do restaurante. Eu convivo com as diferenças, talvez pelo fato de ter viajado muito cedo. Com 17 anos, nos anos 1960, eu estava passando o ano novo em Nova York, estudava lá. Vieram os Beatles, o psicodélico, foi um momento rico. Essa é a minha geração.

AR - Quais as influências que você recebeu e recebe até hoje para compor o cardápio?
Caio Jardim - Sempre prezei muita pela história da comida. A alimentação é uma coisa intuitiva. Eu fui influenciado nos anos 1970 com a história do orgânico, essa coisa da comida natural. E isso acompanhou o restaurante. Morar na Califórnia foi determinante, por causa da exuberância da natureza, da questão do silêncio, da religiosidade, o cheiro, a própria comida mesmo. Tem também a questão do macrobiótico, que foi muito forte nos anos 1980, aquilo de comer uma coisa mais natural, das dietas, dos jejuns, o arroz integral, do ‘barato’.Tenho escutado o último CD do Caetano, 'Abraçaço', e tem uma música que diz que o comunista guarda sonhos. A minha origem é basicamente de esquerda, já fui meio hippie e tudo tem a ver com isso.

AR - O público do restaurante pode esperar mais 35 anos do Panela Mágica?
Caio Jardim - Na verdade eu não sei... Hoje meu filho trabalha comigo (Alexandre Jardim). É prazeroso, mas é uma questão de sobrevivência também. Eu não tenho nada acumulado. Às vezes as pessoas acham que eu sou um juíz aposentado, mas eu trabalho todos os dias. Trabalhamos das 7h às 17h todos os dias. Se vai durar mais 35 anos, só Deus que sabe. O mundo vai acabar agora dia 21... (risos). 


Comentários

Clique aqui para comentar
Nome: E-mail: Mensagem:
  • 18.12.2012 08:17 joao carlos

    lembro na década de 80, quando o Panela era um dos únicos lugares de Goiânia que vendia vinho. tinhha Chateau Duvalier, Katz Wein e Liebfraumilch. e a comida já era deliciosa. Obrigado, Caio.

  • 17.12.2012 08:43 Oswaldo chagas

    Excelente comida, excelente pessoa, o ambiente e aconchegante e acompanho o Caio desde a Av. Araguaia. Q o sucesso continue. Abs do amigo.

  • 14.12.2012 13:38 Fernanda Pultrini

    Parabéns Jornal A Redação! Bela matéria! Ficou muito interessante! O restaurante Panela Mágica é muito especial.

  • 13.12.2012 22:15 Sandra Mendez

    Super fã do Caio! E do Alexandre, também!

Envie sua sugestão de pauta, foto e vídeo
62 9.9850 - 6351