Lucas Cássio
Goiânia - Com o objetivo de alertar os homens sobre as doenças masculinas, em especial o câncer de próstata, é realizada neste mês de novembro a campanha nacional "Novembro Azul". A ação busca conscientizar o público alvo sobre a importância de cuidar da saúde, já que o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens.
(Foto: reprodução/www.novembroazul.com.br)
Ao longo do mês serão realizadas ações em todos os Estados brasileiros. Como nos anos anteriores, a campanha conta com a iluminação de pontos turísticos e monumentos, palestras informativas para leigos, intervenções em locais de grande circulação e o VIII Fórum de Políticas Públicas e Saúde do Homem, que será realizado no dia 17 de novembro – Dia Nacional de Combate ao Câncer de Próstata – na Câmara dos Deputados, em Brasília.
Procurado pela reportagem do jornal A Redação para falar sobre o tema, o médico urologista Fernando Franco Leão ressalta a importância da conscientização que tem a campanha. “É extremamente importante para que o homem comece a criar uma rotina de se cuidar e de prevenir em relação à doença da próstata”, pontou. “Foi escolhido o mês de novembro para dar ênfase ao tema, mas os cuidados devem existem durante todo o ano”, alertou.
Um estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) apontou que 51% dos homens nunca consultaram um urologista. “Questões culturais são as maiores barreiras que impedem o homem de procurar um especialista. Eles têm preconceito de ir ao médico”, ressalta Fernando Leão.
O urologista explicou que a doença não apresenta sintomas na fase inicial. Quando o câncer de próstata começa a dar sintomas, a doença já está avançada. “Muitas vezes o paciente está se sentido super bem, mas pode estar desenvolvendo um câncer naquele momento. Por isso é extremamente importante se prevenir. O ideal é que a partir dos 50 anos de idade essa prevenção se torne sistemática, que se tenha uma rotina”, alerta.
Segundo o urologista, o sedentarismo, tabagismo e a obesidade têm influência direta sobre a doença. “O meio ou as atitudes em que o homem está relacionado podem acelerar o surgimento da doença e até mesmo fazer com que ela venha de uma forma muito agressiva”, completa.
Tratamento
Existem duas formas de fazer a retirada da próstata com tumor malígno ou benígno: a cirurgia aberta ou convencional e a robótica. De acordo com o médico, a cirurgia robótica é um procedimento mais sofisticado e minimamente invasivo. “Em termos de tecnologia, melhores resultados e recuperação, sem sobra de dúvidas a melhor opção é a cirurgia robótica”, ressalta.
(Foto: reprodução/Estadão Conteúdo)
“O sangramento e o risco de infecção é bem menor. A recuperação é mais rápida e confortável. Na cirurgia aberta o paciente fica internado até cinco dias após o procedimento, já com o auxílio da robótica esse tempo não passa de 48 horas. O risco de incontinência urinária caiu pela metade quando comparado com a tradicional. O grau de satisfação dos pacientes é muito bom. Eles ficam impressionados e satisfeitos com a tecnologia e com os resultados obtidos”, explicou.
Durante a cirurgia, o médico controla os braços de um robô por meio de uma cabine de comando. Ao lado do paciente ficam um auxiliar, um instrumentador e um anestesista. A área operada pode ser ampliada em uma tela, que permite ajustes de luminosidade e contraste, contribuindo para identificar, de forma ainda mais precisa, as diferentes camadas de tecido. "É, sem dúvidas, o procedimento mais indicado", finaliza o especialista.
Médico urologista Fernando Franco Leão (Foto: Adriana Marinelli / Jornal A Redação)
