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Manoel Balbino

Bicicletas: de quem é a calçada?

Vivemos em cidades pensadas para carros | 03.10.14 - 16:07
 
Goiânia - A mídia tem falado insistentemente no uso da bicicleta como elemento característico da democratização dos espaços urbanos. Ninguém questiona essa possibilidade, até mesmo porque ruas com mais pessoas são mais agradáveis e mais seguras. O próprio Plano de Mobilidade prevê esse modo de deslocamento não poluente e saudável.
 
Tem se tornado cena corriqueira grupos de ciclistas em passeios noturnos e nos fins de semana, pessoas que carregam nos pedais uma idéia positiva sobre o futuro das cidades. Com grandes problemas e pequenas soluções, Goiânia está realmente precisando de pessoas esse otimismo.

Afinal de contas, é constrangedor circular em uma cidade onde a administração pública inaugura um trajeto com uma placa “proibido bicicletas”. No resto do mundo, as políticas urbanas caminham para o “proibido carros” e tem sido muito bem aceitas pela população. Recentemente o prefeito de São Paulo tirou sua bike do armário para fazer o trajeto até a prefeitura pelas ciclofaixas, atitude que teve imensa aprovação da população. 
 
Nos dias seguintes, as campanhas eleitorais abordavam insistentemente esse assunto. Com uma interpretação no mínimo equivocada, alguns candidatos falavam até em financiamento de bicicleta. Parece que só viram um vulto, embora o estejam chamando de “meu mais novo amigo de infância”. Mas essa questão não é tão simples assim.
 
A televisão divulgou que o aumento de ciclofaixas em NY tem causando um crescente numero de acidentes entre ciclistas, pedestres e carros. Talvez o problema esteja na educação de alguns ou no abuso de outros. Alguns ciclistas não respeitam os sinais de transito, os espaços das calçadas e abusam da velocidade que deles se espera. 
 
Vivemos em cidades pensadas para os carros. O dimensionamento dos espaços para deslocamentos, ruas e calçadas, ainda está baseado no automóvel. A mobilidade urbana com a inclusão de pedestres, bicicletas, motos e transporte coletivo em faixas exclusivas exige uma nova estrutura espacial com mais espaço público, o que só é possível com a revisão da legislação de parcelamentos urbanos.
 
Mas essa é também uma questão cultural que precisamos construir. Afinal de contas, o grande diferencial dos povos onde as ciclovias funcionam é a educação.  
 
*Manoel Balbino é arquiteto e urbanista.
 

Comentários

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  • 12.10.2014 13:41 Viper

    Certo, Sou ciclista aqui em Gyn, há 3anos. O respeito minimo, surge a partir de um grupo, caso contrário alguns porcos adoram passar raspando em nossas pernas. Temos belos exemplos de ciclovia, aqui no Brasil (Santos-sp). Eu fui xingado ao não perceber que estava sob a ciclovia,rs. Então não se trata do futuro e sim d uma mudança coletiva, onde as pessoas devem entender que o bus e as bikes devem ter prioridade máxima no o trânsito, porém ressalto que esse dia chegar...precisamos da renovação do transporte público tanto na infra-estrutura como no tempo. E uma conscientização geral da sociedade, entender que bicicleta não é brinquedo e muito menos que tá em cima é um vagabundo. O mesmo não deve ser celebrado somente em datas ecológicas, mas sim de vivência pois o beneficio é geral para todos, inclusive a minha saúde.

  • 07.10.2014 10:53 Ary Soares

    Adotei a bicicleta em meu cotidiano. Aos questionamentos sobre se seguro ou não, respondo: transito como se eu não existisse para os motoristas. Isto é, comporto com a consciência que não sou visto afinal, não estou "vestido de carro". Adaptar a cidade, coisa menos complicada do que parece, para bicicleteiros é parte do processo de educação e mudança de cultura dos vários tipos de usuários. Chegaremos lá!

  • 06.10.2014 10:56 Ana Maria França

    Muito bom artigo, parabéns Balbino. Estivemos agora em Copenhagen e vimos quão agradável é uma cidade com poucos veículos e muitas bicicletas circulando. Nos impressionamos com a educação de todos, cada um na sua faixa e respeito aos sinais de trânsito. Esse é um excelente futuro para as cidades.

  • 06.10.2014 10:55 Ana Maria França

    Muito bom artigo, parabéns Balbino. Estivemos agora em Copenhagen e vimos quão agradável é uma cidade com poucos veículos e muitas bicicletas circulando. Nos impressionamos com a educação de todos, cada um na sua faixa e respeito aos sinais de trânsito. Esse é um excelente futuro para as cidades.

  • 06.10.2014 10:54 Ana Maria França

    Muito bom artigo, parabéns Balbino. Estivemos agora em Copenhagen e vimos quão agradável é uma cidade com poucos veículos e muitas bicicletas circulando. Nos impressionamos com a educação de todos, cada um na sua faixa e respeito aos sinais de trânsito. Esse é um excelente futuro para as cidades.

  • 04.10.2014 03:10 João Carlos

    Adorei o novo colunista da Redação. E o cara manda bem.

  • 04.10.2014 03:07 Fernanda Almeida

    Parabéns pela abordagem! Adorei o texto. Por favor, continue escrevendo! Já estou esperando o próximo!

  • 03.10.2014 19:58 Juca Vasconcelos

    Não sei se conhece Berlim, e outras grande cidades da Alemanha, onde as ciclovias são na Calçada. Lá a convivência é boa, mas se vc anda no lugar das bicicletas, vai ouvir algo em alemão...

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