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Poliana Queiroz Borges

OS pode ajudar a melhorar a educação pública

| 14.12.15 - 09:14
 
Goiânia - A educação pública no Brasil é tema recorrente e terreno fértil para polêmicas, ainda mais se levar em consideração todo o movimento em direção às mudanças pelas quais estamos passando, em níveis regionais e continentais. Em Goiás, a pauta das discussões está em torno da implantação das Organizações Sociais (OSs), pelo governo do Estado. A resistência de determinados grupos sociais já era esperada e ela pode se dever tanto na forma da resistência pela resistência, ou por ignorância mesmo. O assunto ainda foi pouco discutido e isso cria um ambiente propício para as especulações.
 
Do ponto de vista da administração, concordo que realmente pode ser muito interessante essa intervenção, pois o desperdício do dinheiro público de fato ocorre por problemas de gestão. Tenho um exemplo bem próximo desse tipo de situação: minha irmã é concursada em uma escola secundarista na periferia de Samambaia, no DF, e sempre me deixou intrigada o fato de que ela raramente faz comentários sobre o comportamento dos alunos (se mal educados, se drogados e prostituídos, se vândalos - essa é a imagem do senso comum), mas sempre comenta o quanto o dinheiro público é mal utilizado.

Por exemplo, segundo ela conta, todos os dias são jogados fora quilos e quilos de merenda escolar pronta, que sobrou da refeição do dia. E não só sobras dos pratos dos alunos, mas comida limpa, nas panelas, e que nem alunos e nem funcionários podem levar para casa (se se pensar que os alunos são de família de baixa renda e esse excedente poderia ser de valia para a família!) para que não se crie um outro problema maior, o desvio da verba para outro fim, etc. 
 
Contando assim, pode parecer uma bobagem e um problema muito localizado, mas penso que não. Imagino que essa deve ser uma prática em inúmeras escolas espalhadas pelo Brasil. Por um lado esse desperdício, por outro, sabemos também existirem escolas nas quais a verba para a merenda simplesmente não chega!!
 
E esse é apenas um ponto. Lembro que essa minha irmã contou-me, indignada, que várias vezes questionou o diretor da unidade sobre o problema e, segundo relatou, a frase que ele tem na ponta da língua poderia caber em um personagem de Ariano Suassuna, algo do tipo: "Não sei. Só sei que foi assim".
 
Piadas à parte, o assunto é urgente e merece discussão. Ou melhor, merece que se ultrapasse a discussão e, de fato, ocorram as tão almejadas mudanças. E porque a iniciativa das OS não poderia ser um caminho efetivo para que isso ocorra? Sabe-se das questões políticas e partidárias envolvidas, mas encarar os problemas é fazer política.
 
Enfim, topo considerar a proposta e pensar com vocês esse desafio.
 


*Poliana Queiroz Borges é licenciada em Letras pela UFG e mãe de três estudantes

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