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Elisa A. França
Elisa A. França

Jornalista formada pela UFG, especializada em comunicação ambiental, com passagem pelo Greenpeace e pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). / eafranca@gmail.com

Ambiente urbano

O que fazemos por um ar menos poluído?

Com boa manutenção, os carros poluem menos | 23.03.12 - 09:10


Ontem, Dia da Água, me lembrei da chuva. Ou melhor, da falta dela. Agora que o período de precipitações está chegando ao fim, difícil não se lembrar dos dias secos e poluídos que nos aguardam no auge do inverno.
 
No mês que vem, mais especificamente no dia 25, encerra-se o prazo estabelecido pelo Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) para que os estados ou municípios implantem a inspeção das emissões de poluentes de seus veículos. É o que diz a resolução 426/2010. Isso quando seus Planos de Controle da Poluição Veicular (PCPV) estabelecerem sua realização, que não é obrigatória (resolução 418/2009 do Conama). 
 
É o caso do plano de Goiás, que foi aprovado no dia 17 de agosto do ano passado pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente. “Toda a frota automotiva será avaliada, o que inclui carros, motos, ônibus, tratores, caminhões etc”, diz a notícia no site da Semarh (Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos). Mas, ao que tudo indica, está tudo parado, pois o plano ainda precisa virar decreto no governo, antes de entrar em vigor.
 
Não entendo por que a inspeção não seria obrigatória de antemão, pela regra do Conama, mas o fato é que se trata de uma ferramenta importantíssima. Ainda mais se considerado o crescimento avassalador da frota de carros e motos nas cidades brasileiras, nos últimos anos. Em Goiânia, é bom lembrar, passamos de um milhão de carros e de 300 mil motos, em 2011. “Esta chega a emitir dez vezes mais poluentes do que o carro”, diz o professor Antonio Pasqualetto, coordenador da Engenharia Ambiental da PUC-GO (Pontifícia Universidade Católica de Goiás).
 
A inspeção, funcionando bem, pode obrigar que os proprietários dos veículos os mantenham em boas condições, a fim de que não poluam mais do que já o fazem intrinsecamente. 
 
Os gases que emitem são um veneno para a saúde de todos nós, especialmente idosos e crianças. Veja o monóxido de carbono (CO). Ele resulta da queima incompleta de combustível e, entre seus efeitos sobre as pessoas, estão desde insônia, cefaleia e fadiga, a doenças respiratórias, problemas no coração e arterosclerose. 
 
Com o funcionamento adequado do motor, o combustível, em vez de CO vira CO2 (dióxido de carbono). Ele não é exatamente inofensivo, pois contribui para o aumento do efeito estufa e, assim, para o agravamento das mudanças climáticas. Mas não causa mal diretamente à saúde humana.
 
Já outros gases, como os hidrocarbonetos (HC) e os óxidos de nitrogênio (NOx) podem ser transformados em substâncias que não são prejudiciais. Isso, por conta do catalisador, equipamento inserido nos veículos novos a partir de 1992, no Brasil. Se estiver funcionando bem, o catalisador converte os HC em vapor de água e gases inócuos. E os NOx, em nitrogênio. Do contrário, os hidrocarbonetos irritam os olhos, a pele e o sistema respiratório, além de serem cancerígenos. Os óxidos de nitrogênio podem agravar doenças como a asma e a bronquite, ou abrir caminho para infecções respiratórias.
 
Segundo o 1º Inventário Nacional de Emissões Veiculares, publicado pelo Ministério do Meio Ambiente no ano passado, estima-se que a frota de automóveis no Brasil emita, nas cidades brasileiras:
 
48% do monóxido de carbono (CO)
8% dos óxidos de nitrogênio (NOx)
88% dos aldeídos (RCHO)
49% dos hidrocarbonetos não metano (NMHC)
46% do metano (CH4)
35% do dióxido de carbono (CO2)
 
Dessa maneira, vale muito a pena nos preocuparmos em deixar a manutenção de nosso veículo em dia. Mesmo enquanto a inspeção veicular de emissões não se estabelece em Goiás.

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