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Pablo Kossa
Pablo Kossa

Jornalista, produtor cultural e mestre em Comunicação pela UFG / pablokossa@bol.com.br

O Blog

Um feriadão em casa

E pensar que antes era tortura ficar em casa | 11.06.12 - 11:23


Estava planejada uma viagem profissional para esse último feriado. A dita cuja acabou não rolando. Por conta disso, passei grande parte do tempo dessa folga conseguida pelo nosso catolicismo vigoroso dentro de casa. Como eu iria viajar, minha mulher pegou para trabalhar nesse período na escala de revezamento de seu trampo. Já que fiquei por aí, nossa filhota de pouco mais de um ano foi meu compromisso nesses dias. Só coloquei os pés na rua basicamente para passear com o cachorro e a baixinha, além de um almoço de família. No restante do tempo, foi só casa mesmo. E foi ótimo.

É impressionante o quanto de nossa atenção demanda cuidar de um bebê que aprendeu recentemente a andar. Ela já tem vontade própria, sabe se deslocar de um ponto a outro da casa com alguma autonomia, mas é completamente inconsequente de qualquer risco. Nossa casa já passou por aquela transformação básica que todo domicílio que tem uma criança que acabou de ganhar o poder da autolocomoção é submetida. Os objetos mais perigosos foram para lugares mais altos, as tomadas foram cobertas, cozinha e banheiros vivem com as portas fechadas. Mesmo assim, seu olhar tem que estar 100% direcionado para a criança. Qualquer vacilo e pimba, ela se machuca. Se você precisa fazer algo que não lhe deixa com a atenção unicamente direcionada ao bebê, o chiqueirinho é a alternativa. Só que você pode preparar seus ouvidos: o choro estridente irá ecoar enquanto o entediado bebê não reconquistar sua liberdade de ir e vir.

Outra coisa que ganhou um bom tempo de minha agenda no feriado foi a cozinha. São três os estágios de um homem que pretende fazer um almoço familiar enquanto sua mulher passeia com as filhas pela praça: arrumar a bagunça que está lá para começar uma nova, fazer a bagunça da vez e organizar tudo que bagunçou. Não dá para iniciar o preparo de um rango com qualquer louça suja na pia. Então, antes de separar os ingredientes, é dever resolver isso. Depois, começa o trabalho do prato em si. Pica de lá, tempera de cá, olha o ponto acolá. Depois de saciado o espírito glutão, vem o terceiro tempo, sem Milton Neves, de trabalho. Dá-lhe bucha, detergente e bombril!

Do entretenimento, o feriado foi o de sempre: leitura, vinil e álcool. Nada que fuja das coisas que habitualmente me divertem. Também teve um bom jogo da seleção de leve, alguns clipes legais na televisão, uma visita aprazível da tríade irmã/cunhado/sobrinho... Porém nada que destoasse da rotina caseira que foi a tônica do feriadão.

E quer saber de uma coisa? Estou mais descansado que nunca nessa segundona. Além disso, me diverti horrores com a folga prolongada dentro de casa. E pensar que eu teria um ataque nervoso se um feriado como esse fosse pautado por essas atividades há alguns anos. É, a idade chega e você, quando percebe, já está gostando de programas que antes detestava. Fazer o quê? Só não fica velho quem morre jovem. Eu estou ficando velho tentando surfar ao máximo a onda legal de cada fase da vida.


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