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Pablo Kossa
Pablo Kossa

Jornalista, produtor cultural e mestre em Comunicação pela UFG / pablokossa@bol.com.br

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Seria necessário ter um foco?

O melhor é ter uma causa ou várias nas ruas? | 18.06.13 - 20:09 Seria necessário ter um foco? (Marcelo Camargo/ABr)
Goiânia - A tentativa de entender o que está acontecendo com o povo na rua é o esporte favorito do brasileiro nos dias de hoje. O que antes seria discutir o melhor nome para a criação ofensiva da Seleção foi substituído pelo debate acerca dos resultados e motivações da juventude que cansou de beber Todinho, zoar todos na internet paga pelo pai e foi reivindicar algo que nem sabe ao certo o que é. Ponto para essa galera.

Parece consenso que os centavos do transporte coletivo ficaram pequenos perante a fúria que estamos vendo. A dispersão da pauta é notória: transporte coletivo, educação de qualidade, gastos com a Copa do Mundo, PEC 37... De cada coisa um pouco, tal qual a combinação de temperos de um prato especial.

O que acalmaria a massa? A volta dos preços das passagens ao valor anterior? Cancelar a Copa do Mundo de 2014? Usar a base governista para abortar a PEC 37? Todas juntas? E o povo ainda continuaria nas ruas? Tenho certeza que os gabinetes estão fervendo de ideias de como conter a decepção geral da população.

Um movimento com dispersão de causas pode ser importante no aspecto comportamental, nas mudanças de intenções dos governantes, na criação de uma consciência coletiva de cidadania. Mas, no frigir dos ovos, um movimento com tantas pautas não costuma alterar efetivamente a ordem. Um foco específico talvez fosse interessante.

Por outro lado, em um baita exercício de futurologia, talvez o maior legado desse movimento seja mesmo o entendimento pelo poder constituído que acabou a fase da groselha. Que a população não aceita mais a velha conversa fiada que não resolve nada. Daí sim caminhar para uma agenda específica de reivindicações.

E, na minha opinião, o primeiro ponto deveria ser relacionado ao transporte público. Foi isso que catalisou o movimento. E esse deveria ser a pauta prioritária de resolução do poder público. A responsabilidade tem que ser puxada pelo Governo Federal. A causa extrapolou a competência dos municípios. A pauta é do Brasil.

Como Brasília poderia coordenar um movimento nacional de passe livre amplo, geral e irrestrito? Não faço a mínima ideia. Tem gente muito bem paga de terno e gravata no Distrito Federal para dar essa resposta à presidenta. Só sei que quando há vontade política, tudo se resolve e a grana aparece.

Somos um país rico. R-I-C-O. Sétima economia do mundo. Se isso não servir para franquear todo transporte público urbano no Brasil, não serve para nada. A não ser enriquecer quem já é podre de rico desde as capitanias hereditárias.

Não aceitar que o Congresso aprove a PEC 37 seria outra pauta plausível. Mas tem que direcionar a ação para deputados e senadores, constranger na base da pressão. Olho vivo, faro fino e estar pronto para ocupar as ruas largas da capital federal a qualquer momento.

Temos um fato evidente: a coisa não vai esmorecer sem uma ação real do governo. Se eles demorarem a entender, serão engolidos pelas ruas. O que aconteceu hoje na porta da Prefeitura de São Paulo é só o começo. Sem respostas rápidas e que convençam, sabe-se lá qual será o fim.

Comentários

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  • 19.06.2013 15:39 Eduardo Ribeiro

    Pablo, e a Glória Pires hein?! Vai comentar não? Bora lá cara, tira a mordaça, sei que você é contra. Se o Marconi te demitir por isso a gente te apóia.

  • 19.06.2013 13:20 Kátia

    qual o foco de um texto bunda mole como esse?

  • 19.06.2013 09:04 Bruno Cavalcanti

    Grande Pablo, seu texto expressa um exercício reflexivo que venho fazendo a alguns dias. Com ele, cheguei a conclusão de que não é viável termos uma liderança desse movimento. Uma liderança só serve para negociar algo ou para ser corrompida (como foi a Une). E o que queremos, não é simples e não é nada específico. Não trata-se de boicotar a Pec 37 apenas ou de reduzir R$ 0,20. Trata-se de não sermos mais tratados com pão e circo. Trata-se, como você bem colocou, de mostrar ao governo o basta e a consciência coletiva até então adormecida. Trata-se de sermos levados a sério. Vamos para as ruas por qualquer motivo que o governo nos der nos próximos anos. Mais poderoso que os poderes constitucionais, o povo é capaz sim de parar um país ou mesmo uma copa. E é disso que eles tem que ter medo. Depois desse histórico, importante e épico momento inicial (que espero muito que não pare mais), toda e qualquer pauta poderá ser cobrada de forma independente, organizada e focada, sem nenhum problema. Mas agora não é o momento para isso. Grande abraço!

  • 19.06.2013 08:46 Aluízio Ney Filho

    A minha Bandeira é uma reforma política que acabe com esses políticos profissionais, que em uma eleição candidata pra vereador e daqui a dois anos já esta candidato pra deputado, fidelidade ao cargo que foi eleito. Outra é o fim da reeleição que só favorece o picareta com a caneta na mão. Fim do Quoeficiente Eleitoral que também serve pra colocar vagabundo no poder e somente os mais votados, indenpendente de que partido seriam os eleitos. é preciso acabar com a imunidade parlamentar! Na economia fim do ICMS,ISS, ISQN, IR, ITU, IPTU, a desoneração da população, que paga tanto imposto, que nem sabe o que paga. A educação e saúde de verdade para todos, as mesmas condições de cidadania não importa se mora no Bueno ou no Finsocial. E por fim a melhoria no transporte público com novas licitações e sem as mesmas empresas participando ou então enquadrando elas num termo de melhoras reais! Um pouco da minha insatisfação vem disso. Será que é pedir muito?

  • 18.06.2013 22:55 Cleonice

    Amigo, você vive em Marte? O foco aqui é a cabeça de um bandido que censura, gasta milhões com propaganda e que deixa a educação na chapada. O foco aqui é contra esse prefeitinho que já chegou mostrando que pode ultrapassar as vontades do povo. O foco aqui é contra uma Assembleia capacha e corrupta. A coisa é mais política que econômica, caro. Você está no Goiás, não no Paris da Glória Pires.

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