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Rodrigo  Hirose
Rodrigo Hirose

Jornalista com especialização em Comunicação e Multimídia / rodrigohirose@gmail.com

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O dia em que o SBT se curvou às redes sociais

| 07.02.14 - 20:08
Goiânia - Caso você não tenha passado as últimas 48 horas em Plutão (antes eu diria Marte, mas é possível que até lá exista alguma forma de acessar a internet), é praticamente impossível que não tenha lido alguma coisa sobre a polêmica em torno das declarações da jornalista Rachel Sheherazade.

A âncora do jornal do SBT protagoniza a última polêmica das redes sociais desde que disse compreender os “justiceiros” do Rio que amarraram um assaltante menor de idade a um poste (se você é um dos plutoniano que não viram, o vídeo está aqui.

Afirmações tão polêmicas são prato cheio para movimentar as timelines do Facebook, Twitter e demais plataformas sociais. Não há novidade aqui. Talvez o que ocorra de novidade é testemunhar um gigante da mídia tradicional se curvando tão rapidamente à repercussão da Web, como poucas vezes se viu e, acredito, como será cada vez mais comum a cada dia.

A rigor, não houve uma retratação, mas, um dia após o comentário explosivo, o SBT Brasil exibiu uma envergonhada reportagem sobre os riscos do justiçamento e, logo em seguida, Sheherazade e o companheiro de bancada Joseval Peixoto justificaram o teor da fala da âncora. Por fim, ambos tentaram explicar didaticamente a diferença entre opinião do jornalista e da empresa, em uma clara tentativa de livrar a cara da emissora no episódio.

Não é a primeira vez que isso acontece. Há alguns meses, o jornalista Jorge Pontual desculpou-se por uma brincadeira feita no Globonews em Pauta acerca do consumo de foie gras logo após a mobilização nas redes sociais (veja aqui).

Mas o caso do SBT é mais emblemático, pois, ao contrário da Rede Globo, que proíbe inclusive menções às marcas Facebook e Twitter em seus programas, apesar de utilizá-los como forma de interatividade com os telespectadores, a tevê de Sílvio Santos se orgulha de ser uma das mais ativas nas redes sociais do Brasil.

Durante toda a programação do SBT o telespectador é estimulado a disseminar o conteúdo da emissora por meio da hashtag #compartilhe. As redes sociais também são ferramentas para viralização das pegadinhas do canal.

Tanto que o número de seguidores do SBT no Facebook (3.753.980 até às 15 horas do dia 7/2) é quase tão grande quanto o da Globo (3.793.190 no mesmo dia e horário), mesmo com a discrepância nos índices de audiência entre ambas.

Sem entrar no mérito das palavras de Sheherazade (que despertam um amplo debate sobre direitos humanos, liberdade de expressão, ética jornalística e, preguiça!, o eterno Fla x Flu entre direita e esquerda), o fato é que fica cada vez mais óbvio a influência das redes sociais na mídia tradicional.

As redes sociais, hoje, são até mais importantes que as famosas comissões de telespectadores tradicionalmente convocadas para opinar sobre a programação, inclusive ditando rumos, como nos casos das novelas.

Para o bem e para o mal.

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