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Pablo Kossa
Pablo Kossa

Jornalista, produtor cultural e mestre em Comunicação pela UFG / pablokossa@bol.com.br

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Faça o que eu digo...

Brasileiro tem muito papo e dá pouco exemplo | 19.02.14 - 20:30 Goiânia - O brasileiro vive reclamando da corrupção nas altas esferas do poder nacional mas se esquece que, quando tem a chance, ele não nega sua corrupçãozinha de cada dia. Basta o cavalo do ilícito passar em sua porta que, sem pestanejar, o cara monta e deixa a vida o levar.

E se perguntado a razão de ter caído nessa tentação, as desculpas são fartas. O que não esconde a índole primeira de se dar bem, independente da regra, independente de lei. São tantos exemplos que nem sei por onde começar.

O caso dos quilos de carteirinhas de estudante mequetrefes espalhadas por aí pode começar a história. Argumentam que o preço dos eventos culturais é caro. Concordo. Argumentam que se rouba muito no país em escala macro. Concordo. Argumentam e argumentam e argumentam.

Mas o cerne de tudo é que a falsificação é um erro, um desvio de caráter. A exacerbação da Lei de Gérson. Se erram mais, você também ganha sua cota de ser errado? Então estamos feitos! Parece a desculpa do PT quando pego com a boca na botija na história do mensalão. Se todos fazem, adquiro o direito também de fazer. Não posso concordar com essa lógica.

Outra prática comum que ilustra bem o que estou falando é a tal da vaga para idosos ou pessoas com necessidades especiais. O cara nem fica vermelho ao estacionar seu carro nesses locais reservados. É de uma falta de caráter que enoja. O egoísmo é tamanho que a pessoa sequer consegue pensar nos pais ou avós, que poderiam fazer uso da vaga. Sequer pensa adiante, pois, se tudo der certo e ele não morrer jovem, também será beneficiado por essa política dentro de alguns anos. A mesquinharia é demais. E esse cara também tem um discurso prontinho para crucificação dos “ladrões do Congresso”.

Os linchamentos que ainda não chegaram a matar alguém, mas é somente questão de dias, praticados pelos ditos “justiceiros” também é de lascar. Se o Estado não faz, eu vou lá e faço. Do meu jeito, tudo errado, estuprando qualquer contrato social mínimo. A sensação de justiça que paira no ar é ilusória. Ela é efêmera como um risco n’água. Voltamos à lei do mais forte. O problema é quando não formos o mais forte e a fúria se voltar contra nós, seja lá pelo motivo que for. Estamos caminhando de volta ao feudalismo, de volta à barbárie. No rumo certo, Brasil...

E em todos os casos justifica-se o erro próprio com o dos outros. Falar mal de figurão que pisa na bola é bom demais. Temos que falar de monte. Mas poderíamos pelo menos fazer nossa parte. Dar nosso exemplo. Não ficar só no falatório, no blá-blá-blá. Perdemos o crédito quando cobramos algo que não praticamos. Olha o caso do PT aí para não me deixar mentir.

Pense nisso quando for estacionar na vaga reservada, usar sua carteirinha falsificada para entrar no cinema ou dar sua bifa no ladrãozinho de mobilete amarrado no poste. 

Comentários

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  • 21.02.2014 17:21 Cristiano Vieira

    Podemos comparar sim pequenos atos de corrupção a grandes atos de corrupção. Tudo é só uma questão de oportunidade.

  • 21.02.2014 11:28 Rogério Martins

    Corrupção pequena pode, corrupção grande não pode. Então vamos para os próximos 500 anos de atraso.

  • 21.02.2014 09:55 Dinamarcia Azevedo

    A corrupção da vez são os estudante que não utilizam o transporte coletivo de Gyn, fazendo carteirinha de passe livre pra doar para terceiros!!!!

  • 21.02.2014 09:38 Paula Tejano

    total razao quem fura fila, come em supermercado e depois joga fora pra nao pagar tem cateira de estudante falsa é falsidade ideológica punível com cadeia! É POTENCIAL MARGINAL CORRUPTO LADRÃO SIM!!!

  • 20.02.2014 23:06 João Paulo Arantes Silveira

    Comparação forçada em cara. Comparar a tragédia da corrupção, que condena pessoas À norte em filas de hospitais e crianças ao analfabetismo perpétuo com simples desvios de conduta. Lembrando: Para as carteirinhas falsificadas já existem portarias e catracas que deveriam impedi-las, Para os que estacionam de forma errada já existem os agentes de trânsito, porém para a corrupção não existe ainda uma justiça que a impeça.

  • 20.02.2014 23:02 João Paulo Silveira

    Meu amigo Pablo. Comparar a atitude de uma pessoa falsificar carteirinha ou estacionar em vagas de idoso com a atitude de desviar fortunas é tão escroto que demorei acreditar no que estava lendo. Ora meu amigo olhe as gravidades das situações, milhões de pessoas morrem por falta de hospitais, consequência da corrupção que assola nosso país. Crianças são condenadas ao analfabetismo perpétuo por causa da corrupção. NINGUÉM NUNCA VAI CORRER RISCO DE VIDA POR CONTA DE UMA VAGA NO SHOPPING OU POR CONTA DE UMA CARTEIRA FALSIFICADA, não vamos forçar a barra, e OUTRA COISA MEU CARO, OS ORGANIZADORES DE EVENTO TEM CAPACIDADE DE DETECTAR UMA FALSIFICAÇÃO E IMPEDIR A ENTRADA, OS AGENTES DE TRÂNSITO ESTÃO NA RUA PARA MULTAR QUEM ESTACIONA DE FORMA ERRADA, agora qnto a corrupção, estamos de mão atadas, indefesos e desesperados

  • 20.02.2014 11:12 Rogério Martins

    Boa Pablo! Se você não fosse torcedor do flamengo, poderia citar também as inúmeras vezes que o time da gávea foi beneficiado por erros inocentes da arbitragem brasileira, o que coloca em descrédito a lisura do nosso esporte bretão.

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