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Leticia Borges
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Leticia Borges é especialista em Língua Portuguesa, jornalista, professora e palestrante. / leticia.textos@gmail.com

Língua e letra

A dúvida da separação

É demais ou é de mais? | 10.06.14 - 16:21 A dúvida da separação

Dia desses a cantora Maria Rita foi criticada por ter cometido um erro de grafia no twitter. Ao fazer um comentário, escreveu ‘lindo de mais’. Nesse caso, ela deveria ter usado o advérbio de intensidade demais.
 
Mas isso não quer dizer que o ‘de mais’ separado seja inadequado em todas as ocasiões. ‘De mais’e ‘de menos’ têm valor de adjetivo, como por exemplo, na oração ‘ela colocou sal de mais na comida’. Sal em excesso, excessivo,demasiado.
 
Quando a Nana Gouveia escreveu “esponho” e a Luciana Gimenez “infelismente” muitas pessoas riram, mas consideraram o erro previsível, devido ao histórico de pérolas que essas duas moças obtiveram ao longo da carreira.
 
Com Maria Rita a crítica foi mais pesada. A cantora foi julgada pela história familiar, afinal é filha de Elis Regina e César Camargo Mariano. Foi essa couraça de erudição o motivo de ela ter sofrido com comentários mais ácidos que os dirigidos a algumas subcelebridades. 
 
Os leitores julgam diferenciadamente, por exemplo, o texto de um jornalista renomado e de uma panicat. Sabem que devem esperar muito mais do primeiro, embora nada impeça que uma assistente de palco tenha um texto impecável. Estou falando sobre expectativas. 
 
Um erro onde não se espera machuca mais o leitor. E eles acontecem. Com os jornalistas, com os colunistas, com os juristas, com os executivos. Todos somos passíveis, por causa do tempo exíguo, de uma distração e do desconhecimento da língua também. Não dá para saber tudo sobre todas as coisas.
 
Há muitas dúvidas sobre palavras e expressões. Quando escrever junto, quando escrever separado? Como ‘se não’ e ‘senão’, por exemplo. Senão quer dizer ‘do contrário’, ‘de outro modo’, ‘a não ser que’.
 
- Você precisa cumprir o horário senão será demitido.
 
Se não (conjunção condicional e advérbio de negação) significa ‘caso não’ ou ‘quando não’, e introduz uma oração subordinada adverbial.
 
- Se não conseguir o emprego, vou fazer outro curso. (Caso não consiga)
 
Se não (conjunção integrante e advérbio de negação): nesse caso a conjunção estará introduzindo uma oração subordinada substantiva, que poderá ser substituída por ‘isso’.
 
- Eu gostaria de saber se não há problema em continuar aqui. (Eu gostaria de saber isso).
 
Algumas expressões não permitem duas grafias. Então fuja, em ritmo de maratona, de erros como escrever ‘concerteza’ em vez de ‘com certeza’, ‘derrepente’ em vez de ‘de repente’, ‘porisso’ em vez de ‘por isso’ e ‘apartir’ em vez de ‘a partir’. 
E para terminar: ‘Em cima’ é separado e ‘embaixo’ é junto. É demais ou é de mais?
 

Comentários

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  • 12.06.2014 11:56 Solimar

    Eu também espero que esta coluna continue porque é uma das poucas que prestam por aqui. Abraços.

  • 11.06.2014 16:44 Wesley Trigueiro

    Espero, de verdade, que você continue com essa coluna no A Redação por muito tempo. Valeu.

  • 11.06.2014 13:05 Leticia Borges

    Obrigada pela observação, Jônatas. O texto já foi corrigido. Na verdade, Ronaldo Bôscoli é pai de João Marcelo Bôscoli, o filho mais velho de Elis. Desculpe pelo lapso.

  • 11.06.2014 09:08 Jônatas S. F.

    Na verdade, Maria Rita é filha de César Camargo Mariano, o grande parceiro de Elis e um dos maiores arranjadores/pianistas da música brasileira.

  • 10.06.2014 21:41 Solimar

    Ótimo como sempre.Parabéns! Erros muitos comuns, especialmente entre os jovens. Demais!

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