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Leticia Borges
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Leticia Borges é especialista em Língua Portuguesa, jornalista, professora e palestrante. / leticia.textos@gmail.com

Língua e letra

Nossas adoráveis repetições

É difícil fugir das redundâncias e pleonasmos | 11.08.14 - 15:18 Nossas adoráveis repetições divulgação

Na sexta-feira passada (8) o sorridente apresentador do Bom Dia Brasil disse que quem fosse transitar por uma determinada rodovia iria “encarar de frente” muitos transtornos.

O grande Marcius Melhem, que não é gramático nem linguista, mas sim um comediante, já havia comentado de forma interessante esse tipo de construção. “Encarar só pode ser de frente, se fosse de costas seria, talvez,  embundar”. (veja o excelente vídeo sobre tautologia feito por Marcius Melhem aqui).
 
Segundo o Houaiss:
Tautologia: uso de palavras diferentes para expressar uma mesma ideia; redundância.
 
Redundância: insistência desnecessária nas mesmas ideias; excesso de palavras e expressões; prolixidade, abundância; tautologia.
 
Pleonasmo: redundância de termos no âmbito das palavras, mas de emprego legítimo em certos casos, pois confere maior vigor ao que está sendo expresso.
 
O pleonasmo, mesmo que seja, como as outras palavras definidas aqui, uma forma de repetição, é bem aceito, bem-vindo e bem visto quando inserto em um texto literário e usado para enriquecer e embelezar. É a chamada licença poética. Quando não cumpre esse papel, é chamado de pleonasmo vicioso.
 
No nosso dia a dia, nos documentos empresariais e acadêmicos, devemos evitar as repetições que, nesse contexto, empobrecem o conteúdo.
 
Na verdade o uso de redundâncias já é bem criticado e muita gente sabe que é um erro. O problema é que, em uma análise superficial percebemos apenas as obviedades. Subir pra cima, descer pra baixo, sair pra fora, entrar pra dentro. 
No entanto, usamos várias outras expressões redundantes bem menos perceptíveis.

Que me desculpem meus colegas jornalistas, mas somos mestres em deixar passar redundâncias em textos. A necessidade de se criar expressões para garantir a coesão e a falta de tempo para uma revisão apurada nos levam a cometer esse tipo de deslize constantemente.

Segue uma pequena lista:
- Países do mundo
- Panorama geral
- Conviver junto
- Amigo pessoal
- Labaredas de fogo
- Estrelas do céu
- Canja de galinha
- Inaugurar nova loja
- Certeza absoluta
- Calar a boca
- Fato real
- Conclusão final
- Caligrafia bonita
- Consenso geral
- Habitat natural
- Criar novos empregos
- Pequenos detalhes
- Eis aqui
- Quantia de dinheiro
- Safra agrícola
- Protagonista principal
- Como por exemplo
- Barulho sonoro
- Prefeitura municipal
- Lan house com internet
 
Estar no meio de uma multidão de pessoas, ter uma surpresa inesperada, escrever sua própria autobiografia e perceber uma goteira no teto, além de estarem na boca do povo, fazem parte dessa lista também. Quem nunca usou alguma dessas expressões que se apresente. Quero ver com meus próprios olhos.
 

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