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Tutti-frutti

“Temos a arte para não morrer da verdade”

Um povo não vale o mesmo que seus governantes | 27.10.14 - 18:31

 
Goiãnia - O título deste texto é uma citação de Friedrich Nietzsche. Essa frase nos faz ver que a realidade é dor, muita dor! Para não se morrer da verdade corremos para a arte, a arte de saber viver, a arte de saber fazer o sonho acontecer, a arte de sentir o que se quer sentir mesmo sem sentir.
 
Buena Vista Social Club. Vi este filme pela primeira no cinema. Chorei do começo ao fim. Não sei explicar minha admiração pelo povo cubano. Ela simplesmente existe. Estudei um pouco, mas o suficiente para saber que um povo não vale a mesma coisa que seus governantes, e vice-versa. E também para saber que a arte, a música e a literatura valem muito mais que a política, porque são eternas.
 
Sou apaixonada por Ibrahim Ferrer. O cantor cubano foi um dos integrantes do grupo musical Buena Vista Social Club e morreu aos 78 anos em Havana.
 
O cantor, cuja voz já foi comparada à de Nat King Cole, nasceu durante um baile, em um clube social de Santiago, Cuba, no dia 20 de fevereiro de 1927, quando sua mãe entrou inesperadamente em trabalho de parto.
 
Aos 14 anos, Ferrer começou a cantar profissionalmente, e, na década de 50, já era um cantor com certo prestígio em Cuba. Nessa época, o cantor chegou a se apresentar com bandas cubanas conhecidas, como a do legendário Benny Moré.
 
No final da década, no entanto, com o fechamento dos cassinos em Cuba ordenado pela revolução, o campo de trabalho para as orquestras e músicos do país ficou muito reduzido e a carreira de Ferrer, bem como a de diversos músicos que não deixaram a ilha, sofreu um declínio.

Para complementar a aposentadoria que recebia do governo cubano, Ferrer passou a trabalhar como engraxate.
 
Mas em 1996, o músico cubano Juan de Marcos González teve a idéia de reunir um grupo de antigos "soneros" de várias gerações para gravar um disco, que teria produção do guitarrista americano Ry Cooder. Marcos foi buscar Ferrer em casa, no bairro popular de Jesús María, em Havana, onde ele vivia, para propor sua participação no projeto "Buena Vista Social Club".
 
Com o disco, lançado em 1997, o cantor experimentou uma fama que não conhecera nem nos anos 50. Músicos como ele, Portuondo, González e Ochoa, todos na casa dos 60 e 70 anos, ganharam uma inesperada segunda carreira musical pelo disco vencedor de um Grammy.
 
O documentário "Buena Vista Social Club", sobre o grupo, dirigido pelo cineasta alemão Wim Wenders, lançado em 1999, ajudou a consolidar ainda mais a fama e a imagem do grupo e de seus integrantes individualmente.
 
Transformado em uma estrela internacional, durante os últimos anos Ferrer girou quase constantemente o mundo, com uma banda que era para ele como um "sonho tornado realidade".
 
Além de um Grammy com o disco "Buena Vista Social Clube", Ibrahim Ferrer ganhou dois Grammy Latino: um na primeira edição do evento, em 2001, por seu primeiro disco solo, e outro, na categoria de Melhor Música Tropical Tradicional por seu trabalho em "Buenos Hermanos".
 
Ibrahim Ferrer ganhou ainda o prestigioso prêmio MOBO no Reino Unido, e foi premiado na categoria "Músicas do Mundo na América" com o prêmio da BBC Rádio 3, em 2004.
 
Para meus queridos leitores separei um trecho do filme onde a cena em que a música é executada é particularmente comovente e memorável.
 
Aperte o play. Silencio
 

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