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Cássia Fernandes
Cássia Fernandes

Cássia Fernandes é jornalista e escritora / lcassiaf@gmail.com

Alinhavos

Os desastres do amor

Não leia se tiver coração ou estômago sensível | 12.03.15 - 11:29

Goiânia - De adolescentes leituras de Dalton Trevisan, o vampiro de Curitiba, é que devo ter herdado esse gosto por ouvir e contar histórias de desastres do amor. Ou quem sabe de minhas muitas encarnações como velha “senhôra” que nos verdes anos tivera uma animada vida mundana de cortesã ou de condessa devassa e que, envelhecidos os seus encantos para os homens, se sentia reviver contando às jovens donzelas casadoiras causos que picam pacas e de arrepiar os pelos pubianos.  Contar-lhes sobre violências e depravações era o melhor caminho para prepará-las, se não para a desilusão, para a devassidão, como o Visconde de Valmond fez com a pobre e virginal Cecile de Volanges em Ligações Perigosas de Chordelos de Laclos, narrando-lhe as perversões de sua própria mãe,  Madame de Volanges, para então possui-la e melhor pervertê-la.

Acabei assim, graças às reminiscências de Dalton ou de outras vidas, por montar uma divertida coleção de histórias desastrosas, divertida – ressalte-se – para quem as conta, não para quem as vive, claro. A dor do amor é um espetáculo cômico para quem está de fora do ringue. Sempre que uma amiga vem me narrar suas tragédias amorosas, chorar as mágoas e as pitangas, saco do embornal uma narrativa ainda mais escabrosa para ver se a consolo.

Não sei se de fato surte efeito. Em geral, suas feridas acabam ficando ainda mais sangrentas, porque não lhes faço bons curativos, sadios pensos – costumo dizer que sou uma enfermeira ou terapeuta do tipo bruta que aplica métodos de tratamento ortodoxos: choque elétrico, amputação de membros gangrenados ou inúteis apêndices, como é o próprio coração feminino. Prometo, porém, que em breve experimentarei novo método e cada vez que me narrarem uma história de desprezo e humilhação, replicarei com contos de sucesso no amor, como bem contaria Miss Austen, esses casos de fada e amor feliz que a gente ouve cada vez mais raramente por aí, nos tempos do Amor nos Tempos de Cópula. Aguardem próximo texto, fazendo favor.

Por enquanto, vamos às desastradas histórias. Começo por duas que, se não considero as mais escabrosas, foram as que me pareceram mais terríveis porque demonstram toda a violência de que é capaz o macho ferido em seu orgulho e princípios, e toda a fúria de que são acometidas as mulheres, essas esfinges de corações confusos e insondáveis que não sabem o que elas mesmas sabem e nem querem o que elas mesmas querem.

Teresa costumava caminhar todos os dias pelo Bosque dos Buritis, em Goiânia, e rotineiramente era assediada por um jovem senhor. Um dia, sentindo-se solitária, resolveu dar uma chance ao pobre que não era lá muito atraente e mais senhor do que jovem. Aceitou um convite para jantar. Enquanto aguardavam o garçom servir, Paulo começou a lhe contar  que criava mulas e a lhe mostrar as fotos do animais no celular. Como mulares e asnales não fosse tema que ela dominasse bem, fez um único comentário:

“Uau! Você dá comida a elas na mão e elas não escoiceiam!”

 Jantar servido, ela se alimentando com o bonito apetite de uma mulher voluptuosa, ele lhe propôs, sem salada de palavras de entrada, que ela deveria dar-se de bandeja.

“Como assim, seu idiota? Então acha que por que me paga um jantar já vai me comer?” – exclamou, ofendida. Paulo, tão sutil quanto, habituado a lidar com animais pouco dóceis e que empacam na lida, lhe respondeu:

“Esqueci de dizer que mulas dão coices quando comem.”

 Não, ela não escoiceou o rapaz, mas nunca tiveram novo encontro. As consequências foram menores do que da próxima vez, quando outro jovem senhor propôs, na mesa de jantar, lhe dar casa, comida, roupa lavada, um apartamento e um carro. Já tendo bebido duas garrafas de espumante, enquanto João falava de si, contava sobre suas viagens, as vantagens que tinha, lhe mostrava o seu relógio, descrevia os broches de ametista que lhe daria, confessava ter conta cativa no florista, pronto que estava a lhe ofertar uma vida de rainha, ela saiu um pouco de si. Não andava assim tão desarmada como Teresinha e começou a atirar no chão, não o relógio, o broche ou as flores, mas os talheres, os copos, os pratos.

“Eis o que faço com tudo o que você quer me dar! Com o apartamento, paf! Com o carro, paf! Com as joias, paf! Me dá a merda da chave que vou embora”.

Espumante de espumante e de ira, cambaleante, deu a partida, mas não partiu. Não sabia dirigir carro automático. João a levou chorando para casa e não sei por que nunca mais a convidou para sair.

 Mas digamos que Teresa, com seu temperamento de ventania, estava propensa, não só a atrair, mas a criar desastres. Outras histórias aconteceram com mulheres mais dóceis. Valéria – nome dos tempos de paz, Valeska de Beauvoir mais tarde, nome assumido nos tempos de guerra que se seguiriam –  não era ainda experiente nas artes do amor. Aos 19 anos, saiu com um rapaz da faculdade, estudante de Agronomia, tipo marombado, mas  que não conseguia vencer a flacidez de seu principal músculo. Por mais que se esforçasse, que suasse, que resfolegasse, o membro não ficava rijo bastante para adentrar aquela couraça intrespassável.  Terminou por atribuir a ela seu insucesso. O problema era com Valéria, com seus seios de limãozinho galego, ela tão magrinha, pura saliência de ossos. Ela pagou caro por aquela noite desastrosa. Meses de terapia. Depois, cansada de despender-se com o analista, colocou próteses nos seios e no derrière. Tornou-se assim exuberante, de tal forma que não durou muito seu cabaço. Mas, ao perdê-lo, não perdeu também a cabeça. Formou-se assim mesmo em Filosofia e nas artes de fazer a bezerra. Hoje, é uma das principais atrações de uma dessas famosas casas noturnas da cidade, que espalha outdoors por toda parte, especialmente diante do aeroporto. Seus clientes fixos costumam chamá-la de Valeska, a pensadora, ao que ela responde com amarga ironia: “nadamos, nadamos e foi para isso, para nádegas”.

Janaína, desde que nela se manifestaram as intumescências do corpo, púbere precoce, aos 10 anos, sentiu-se envelhecida antes da vida, pois toda vez que conhecia um rapaz ele lhe apontava as ameaças dos estragos provocados pela passagem do tempo, cruel com as mulheres. A cada ano que uma mulher ganha, perde mais um pouco de valor no mercado do amor.

“Você tem mesmo 13 anos? Eu te daria no mínimo 21.” – comentava o colega do colégio. “Você já está bem estragada.”

“Até que você está conservada para os seus 27 ” – dizia, elogioso, o paquera na balada.

“Você é bem apertadinha para 34. Eu pensava que após os 30 todas as mulheres eram arregaçadas” – também elogiava o bonitão que conheceu na academia.

“Você tem 40 e não tem a boca murcha?” – questionou o último homem, também de 40, com que foi para a cama.

“Quando eu era mais novo, eu e meus amigos frequentávamos um inferninho em Belo Horizonte e lá dançávamos com umas moças não tão moças. Quando a gente as beijava, sentia aquela boca murcha, tipo assim como quem usava dentadura.”

Embora Lúcio não fosse lá muito lisonjeiro em seus elogios e tenha se declarado abertamente cafajeste logo no primeiro encontro, Janaína continuou saindo com ele. A esperança do milagre do amor sincero não morria nela.  Assim, quando ele pediu para escrever em seu corpo com batom e depois fotografá-la, ela deixou, acreditando que ele faria uma declaração de amor. Antes que se levantasse da posição de quadrúpede e se olhasse no espelho do banheiro, ele apagou a inscrição. Lúcio, porém, não só não deletou a imagem, como a  compartilhou com todos os seus contatos do Whatsapp. A foto logo chegou até ela, tornou-se meme, e não foi com surpresa que ela viu finalmente o que ele escrevera: sou puta, o segundo “u” muito bem caligrafado justamente em torno daquele olho que nada vê.

Mas nem todos os desastres do amor são assim tão grosseiros.  Há alguns mais sutis, românticos mesmo. Solange faz sua própria coleção de desastres, cheios de imagens poéticas. Marcou um encontro com um Walter, rapaz que conheceu num site de relacionamentos. A internet é seu mundo de Alice e nele ela se maravilha. Pareciam almas gêmeas, feitos um pelo outro. Suas conversas pelo Whatsapp e pelo Skype duravam até altas horas da madrugada. Ele lhe mandou as passagens de avião para São Paulo – um cavalheiro. Foram a um bonito restaurante, tomaram caros vinhos, jantaram ricos pratos. Voltaram de mãos dadas para o hotel – ele, um lorde. Foi mesmo uma noite perfeita – conta, suspirando, para as amigas –  exceto pelo fato de que em momento algum – na rua, porque era tímido e não sabia manifestar afeto em público; no quarto, porque devia estar tenso – não lhe deu sequer um beijo na boca. De resto, a noite foi mesmo encantadora.  Ela vestiu a sua mais linda e sexy lingerie, massageou o corpo dele com óleos terapêuticos e aromáticos. Concedeu-lhe o que ela jamais costumava entregar a ninguém. Despediram-se no aeroporto e ele lhe deu um beijo na testa, em sinal de respeito. Um gentleman. Nunca mais se falaram, ele nunca mais atendeu a centenas de suas ligações ou respondeu a suas milhares de mensagens, decerto porque tem problemas mal resolvidos com a ex, é um empresário muito bem sucedido e ocupado. Era, porém, certamente, o príncipe por que ela esperara a vida inteira – ela até hoje lamenta por esse grande amor perdido, martirizando-se por ter feito alguma coisa errada, por ter dito palavra inconveniente, por não ter escolhido a cor certa de sapato, ou por nem ser bonita ou boa o suficiente para um tal deus.

Apesar de certa desilusão que às vezes lhe acomete e por mais que seus amigos lhe digam que nesses sites só se encontrem malucos, golpistas, homens comprometidos, presidiários, tarados e onanistas, Solange não desiste de encontrar sua alma gêmea. Marcou novo encontro em São Paulo, onde há tantos paulistanos solitários. Sempre sonha que vai receber um telegrama do Alabama dizendo que ali tem alguém que a ama. Como Gilberto fosse recém-separado e tivesse lhe dito que não possuía em seu novo apartamento de descasado sequer um fogão para preparar o café, e conhecendo ela de cor e salteado as dores e o desarranjo doméstico da solidão, levou-lhe de presente uma cafeteira italiana e duas canecas em que estava estampada a imagem de Eros e Psiquê entrelaçados. Ele a apanhou no aeroporto e a transportou direto sua torre, um pequeno apartamento no trigésimo quinto andar de um lúgubre edifício.  Ali a deixou, dizendo que voltaria logo, que recebera um convite irrecusável para a despedida de solteiro do melhor amigo. Chegou às três da manhã e Solange a esperava, temperada com seu  vermelho decotado, espetada  em salto agulha. Na mercearia da esquina, comprou velas e três garrafas de vinho tinto. Tiveram mais uma noite perfeita daquelas que só se veem em livros e filmes. E para despedir-se dela, ele, amante gentil, ao deixá-la no aeroporto no dia seguinte (ela pretendia ficar mais um dia, mas insistiu que ela remarcasse a passagem, pois outro amigo adoecera e ele precisava acompanha-lo ao hospital) – ele comprou rapidamente um livro de bolso na livraria do terminal: “Para te acompanhar durante a viagem” e rascunhou uma breve dedicatória: “Com apreço, Gilberto”, palavras que ela lê e treslê, encontrando nas entrelinhas sinais do grande amor que ele por ela nutriu.  Aquele exemplar de “A dama das camélias” que ele tão cuidadosamente escolheu e autografou é seu maior tesouro.

“Foi muito delicado. Nunca antes um homem havia me dado e dedicado um livro”.

Ah, os desastres do amor, que ocorrem mesmo nas mais românticas viagens. Lena e Marcos viajaram para Paris em lua de mel, depois de conturbada reconciliação. Haviam namorado por dois anos e terminaram porque ela descobrira que ele namorava, havia também dois anos, sua vizinha de porta. Ele argumentou que se sentia solitário, pois ela morava distante, do outro lado da cidade. Nem podiam ver-se todos os dias e havia também as rotineiras viagens a trabalho. Além disso, nesses dois anos ela engordara um pouco. Não se cuidava muito. Resolveu-lhe dar uma segunda chance.  Para tal viagem, emagreceu sete quilos, fez bronzeamento artificial, escova progressiva nos cabelos ondulados.  Mas em nenhum momento, mesmo na célebre cidade dos amantes, Lena notava que seus olhos pousavam nela. Durante o dia, ele fazia um exaustivo roteiro. Queria levá-la a todos os clichês que ele já conhecia tão bem, à Torre Eiffel, ao Arco do Triunfo, à Praça da Bastilha, sentar-se com ela no Café de Flore, passear pelos Jardins de Luxemburgo, comer crepe suzette e carregar baguete debaixo do sovaco.  E em todos esses lugares tirava centenas de fotos com sua câmera de celular. À noite, quando voltavam exaustos para o hotel em Montparnasse,  ele aproveitava o Wi-Fi para  responder emails de trabalho que sua chefe, workaholic enviava até de madrugada.

“Ela é sapata. Muito solitária. Vive para o trabalho. Dizem que tem uma namorada em Cuiabá.”

Quando voltaram, Lena se queixou de ele que ficava o tempo todo postando as fotos da viagem nas redes sociais e que o único pau que vira durante todo aquele tempo fora o de self. Tiveram uma violenta discussão em que ele a acusou de tentar diminui-lo em sua virilidade, de egoísta, de interesseira. Rompeu com ela. Dias depois, Lena viu que ele estava em relacionamento sério no Facebook justamente com sua chefe sapata de namorada cuiabana.

Osmar sempre brigava com Aline porque ela tinha o hábito caipiria de colocar óleo na salada em vez de azeite. Em sua última briga, ele atirou todas as suas roupas para fora do armário, e a mandou voltar para a casa da mãe. Ela não voltou. Tentava de todo modo reacender-lhe o antigo fogo da paixão, apagado depois de quatro anos de casamento. Comprava uniformezinhos de enfermeira e aeromoça, aventaizinhos de faxineira, espartilhos e cintas-ligas de todas as cores e feitios, mas foram três meses de martírio sem que ele lhe encostasse um dedo. Mal lhe concedia um olhar de deboche. Quando certo dia, resolveu ceder a sua curiosidade de mulher e vasculhou a conta do cartão de crédito, descobriu que comprara passagens para ele e a namorada com destino aos Estados Unidos.  Osmar a conhecera quando fora fazer exame de fezes em um laboratório no qual ela era recepcionista. Frequentava sua casa como namorado. Apresentara-se aos pais. Estavam noivos. Mas ele não viajou com a noiva, porque teve uma aguda crise de hemorroidas e precisou fazer cirurgia às pressas. Condoída, Aline ficou cuidando dele no hospital. Depois, foi só mudar o nome nas passagens. Viajaram juntos e tiveram uma segunda lua de mel.

Após a romântica reconciliação, ela voltou grávida. Quanto mais ela inchava a barriga, mais ele inchava os pés de cachaça.  Certa noite, chegou tarde, bêbado, deitou-se na cama ao seu lado. Ela não costumava mais brigar, estava exausta demais cuidando de Pedro, o chorãozinho de cinco meses, mas num gesto de carinho, com açúcar e com afeto,  estendeu a mão para tocá-lo e sentiu que suas calças estavam úmidas. Acendeu a lâmpada. Estavam repletas de sangue.

“Meu Deus, o que aconteceu? Você se machucou?”
 
Procurando em vão, não encontrando ferida alguma, gritou:
 
 “Seu porco! Porra! Isso é porra e sangue!”
 
Mas não se separaram. Ela deixou de trabalhar depois da maternidade  e não quer criar um filho sozinha. Ademais, lembra-se das histórias bizarras, algumas escatológicas que suas amigas lhe contam sobre como é a vida na selva da solteirice e do casamento. Não quer voltar para a pista e se consola pensando que ao menos não é obrigada a fazer ménage ou participar de swings para manter sua feliz união conjugal.
 
Alessandra, uma de suas amigas, ex-colega de trabalho, recebeu finalmente de Rogério um convite para sair. Trabalhava juntos na mesma construtora e ele queria exibir-se no seu carro novíssimo de bem sucedido executivo. Na inauguração, rasgou o laço de sua calcinha vermelha. Entrou pela porta pela qual normalmente se sai e quando arrancou a rolha em celebração, espirrou para todo lado. Ela havia comido frutos do mar aquele dia e às vezes não lhe caiam muito bem.  Para desgosto dos dois, como que borrando sua honra, a história vazou na empresa e não havia ninguém que segurasse um risinho zombeteiro quando eles passavam.

Lilian foi morar, com seu gato angorá, no apartamento de Pierre, francês naturalizado brasileiro.  Na primeira noite em que ela havia se mudado, ele se arrumou pra sair.
 
“Você não vai me convidar?”
 
“Não. Hoje saio com mes amis. Je lhe disse que morrarríamos juntos, mas que eu querria manterrr minha privacidade, terrr tempo pra mim.”
 
 Como ela lhe olhasse com raiva, e ele temendo uma vingança – não sei por que os homens sempre temem uma vingança feminina –  lhe disse:
 
“Tudo o que tenho está aqui, se você fizerrr algo com mes choses, je le casse la tête.”
 
“O que você pensa que eu vou fazer com todas essas porcarias? Você é um idiota, um intolerante. Você será um velho solitário, un français avec um chien.”
 
“Vou lhe mostrarrr o que je pense que você pretende fazerrr.” – e atirou o gato dela pela janela e quebrou-lhe uma das costelas. Lilian abdicou de suas fantasias românticas. Hoje se declara uma legítima vagabunda, na acepção masculina do termo. Marca encontros, não comparece. Manda mensagem dizendo que o pneu furou. Dá o telefone errado. Deixa um esperando no bar enquanto lhe paga uma bebida e vai beijar outro. Nunca saca seu cartão de crédito para dividir conta alguma. Dá para dois na mesma noite e, sem o zelo de lavar-se, faz com que segundo execute o serviço que o primeiro já executou. E recita sempre, menos com escracho do que amargura:

 
“Os homens reclamam que só há no mundo mulheres vagabas.
Mas se é de Adão que foram criadas.
A cada costela quebrada,
nasce  uma nova geração de degeneradas.”


Sei que esse relato já está demasiado extenso e por isso paro por aqui, não sem antes adiantar-me a responder a uma indagação. Por que só conto histórias da perspectiva feminina e às vezes até um pouco feministas? É porque “eu sei como pisar no coração de uma mulher”, “já fui mulher eu sei”.  Mulheres são verborrágicas, hemorrágicas, enquanto os homens – corajosas exceções – não costumam contar de própria boca ou de próprio punho os seus desastres. São hemofílicos, poderiam sangrar até morrer, ou até matar.

Comentários

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  • 15.03.2015 19:27 Cássia Fernandes

    Renato, que elogio hem. rs Desse jeito nem durmo essa noite. rs Grata.Estou escrevendo agora um "Conto de terror para homens". Vamos ver se você vai continuar tão lisonjeiro. rs

  • 14.03.2015 17:09 Renato Naves

    Cássia, você é um Chico Buarque de saia! Rs Na verdade, sua análise irônica-realista dos anseios, desejos, medos e carências femininos é envolvente e profunda. Obrigado por mais um excelente texto.

  • 13.03.2015 16:07 Msamsa

    Numa próxima encarnação quero ser um poderoso cartomante, Cássia Fernandes.rs

  • 13.03.2015 12:48 Cássia Fernandes

    As mulheres, Msamsa, querem ser adivinhadas. Simples ou nem tanto assim. rs

  • 13.03.2015 12:13 Msamsa

    Essa fotografia é pura dor, quase o último grau da dor, só perde para uma gilete cortando as gengivas entre os dentes. Apesar de me divertir e rir à beça dessas tragédias, culpa da autora, não posso deixar de dizer que diante de tanta rudeza fiquei solidário a essas mulheres. Mas também me solidarizei com o rapaz marombado. Pobre moço! Pode ter acontecido com ele o que os homens, quando jovens, mais temem: broxar no primeiro encontro. E para piorar, não teve tato para contornar a situação. Deve ter ficado mal, também. "Mulheres, essas esfinges de corações confusos e insondáveis que não sabem o que elas mesmas sabem e nem querem o que elas mesmas querem." Entrego os pontos! Definitivamente, não vou mais tentar entender as mulheres. Ah se eu tivesse acreditado na canção! (Cantarolando) Mulher, para cada satisfeita, existe um homem morto...

  • 13.03.2015 12:12 Msamsa

    Essa fotografia é pura dor, quase o último grau da dor, só perde para uma gilete cortando as gengivas entre os dentes. Apesar de me divertir e rir à beça dessas tragédias, culpa da autora, não posso deixar de dizer que diante de tanta rudeza fiquei solidário a essas mulheres. Mas também me solidarizei com o rapaz marombado. Pobre moço! Pode ter acontecido com ele o que os homens, quando jovens, mais temem: broxar no primeiro encontro. E para piorar, não teve tato para contornar a situação. Deve ter ficado mal, também. "Mulheres, essas esfinges de corações confusos e insondáveis que não sabem o que elas mesmas sabem e nem querem o que elas mesmas querem." Entrego os pontos! Definitivamente, não vou mais tentar entender as mulheres. Ah se eu tivesse acreditado na canção! (Cantarolando) Mulher, para cada satisfeita, existe um homem morto...

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