Nas últimas vezes em que fui a Goiânia pude constatar que também em minha cidade natal posso fazer algo bem simples que sempre faço aqui em São Paulo: ir a uma boa cafeteria.
As lojas de grãos especiais estão mesmo se espalhando pelo país, o que apenas espelha o crescimento do consumo da bebida. A expectativa da indústria é que já no ano que vem o Brasil, maior produtor desde o século 19, se torne o maior consumidor, ultrapassando os EUA, no posto desde o mesmo século.
O bacana de uma cafeteria legal —além do ótimo café, claro— é poder escolher entre diferentes blends, origens e formas de preparo (expresso, coado, italiano ou prensa francesa, por exemplo; sem falar em cappuccino, macchiato, latte…). Nada da monótona opção única. E em muitas delas é possível bater um papo com o barista (pedir instruções sobre preparo e moagem é uma boa) e, lógico, levar para casa um pacote de café especial recém-torrado, em grãos ou moído (atenção: numa loja com moagem própria, peça sempre para que seja moído na hora —isso é inegociável, ok?— e explique qual método de preparo você usa em casa).
Em Goiânia, gostei muito do Ateliê do Grão, no Setor Marista (trouxe comigo o blend da casa), e de outra cujo nome me fugiu, mas lembro que fica numa galeria na rua 9 com a Praça do Sol, no Setor Oeste —alguém aí pode me dizer como se chama? Tem uma broa de milho perfeita para acompanhar o café.
Aqui na Paulicéia a variedade é maior. Dá para provar um bom expresso —ou, no original italiano, espresso— por dia numa lugar diferente durante um mês ou mais. Nos fins de semana, chega a ser programa de alguns paulistanos sair de onde se está para tomar um bom café entre amigos. E cada um vai sugerir uma loja, tenho certeza.
Algumas sugestões:
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Suplicy Cafés Especiais — Expresso forte, intenso e curto (o cappuccino também é excelente). Se puder, prefira ir à loja dos Jardins, mais ampla e bonita. Eu prefiro o café de torra média —uma dica para quem tem uma máquina de expresso é levar para casa o de torra escura; como essas máquinas, embora muito bacanas, normalmente não reproduzem o resultado das profissionais, o café com grão mais torrado ficará mais parecido com o que se bebe na loja. Também tem conexão wi-fi como cortesia.
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Santo Grão — É um café-restaurante muito bacana. Mas tudo bem se você quiser apenas tomar um café. Na bonita loja da rua Oscar Freire, nos Jardins, cruze o salão e, no fundo, sente-se junto ao balcão, onde estão os baristas. Dá para bater um papo numa boa e fazer degustação dos diferentes blends. Não deixe de levar para casa.
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Coffee Lab — Laboratório de preparo e torra conduzido por Isabela Raposeiras, uma das mais bem conceituadas baristas do país. Prove uma das muitas opções e não deixe de levar um pacote para casa.
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Nespresso — As máquinas de cápsulas ficaram famosas, mas uma visita a uma loja —que a marca chama de boutique; e é bem bonita mesmo— apenas para tomar um expresso é um passeio bacana. As dos shoppings são normalmente apenas para comprar produtos, por isso vá à da Rua Padre João Manuel, nos Jardins.
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Espressamente Illy — A marca italiana está presente em muitos restaurantes da cidade (muitos deles bem chiques), mas tem um quiosque no (também chique) Shoppping Cidade Jardim (o shopping tem ainda uma loja do Santo Grão, então você terá uma difícil escolha pela frente).
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Havanna Café — Café e alfajores fazem mesmo uma combinação muito boa. Tem lojas em vários pontos, mas a dos Jardins, claro, é mais bacana —fica na Rua Dr. Mário Ferraz.
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Starbuck's — A rede americana faz sucesso por aqui. O expresso da casa é OK, mas eu normalmente peço o Brasil Blend, mais suave, embora nem sempre disponível. Algo legal é pedir, em vez do expresso, o de prensa francesa —mas é melhor que você esteja acompanhado, pois pode ser muito café para uma pessoa só.
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Il Barista — Três bons blends: Ópera, Maestro e Jazz (do mais forte para o mais suave). Tem wi-fi.
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Octavio Café — Vencedor de muitos prêmios e para muitos a melhor cafeteria da cidade. Tem ambiente amplo e bonito e cardápio extenso, com todo tipo de preparo (até turco). Também é um conceituado restaurante.
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Treviolo — Expresso suave, muito saboroso.
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Hello Kitty — Bem, eu na verdade nunca fui lá, mas, se você tiver uma filhinha ou uma namorada fã do personagem, será divertido, não? É a única das Américas, segundo o site. O café é Santo Grão.
Por fim, um lugar bacana para comprar cafés especiais em São Paulo é a Casa Santa Luzia (fica em frente do Suplicy dos Jardins). Não é uma cafeteria, mas um mercado. Além das marcas das melhores cafeterias da cidade, tem muitas opções de várias regiões —sugiro o Orfeu e o Eurídice (da mesma marca; o segundo é mais suave) e o Fazenda Pessegueiro. Mas preciso dizer que ainda não conheço nem metade dos produtos ofertados.
PS.: Muitas cafeterias oferecem cursos e degustações periodicamente. Fique de olho nos sites.
Twitter: @rfiume